Diferenças na resposta inflamatória e implante eletivo de stent coronário entre pacientes com e sem diabetes mellitus
INTRODUÇÃO: Pacientes diabéticos têm maior risco de eventos coronários quando submetidos a implante de stent, refletindo, provavelmente, uma resposta pró-inflamatória. OBJETIVOS: Caracterizar a resposta inflamatória a stent coronário em portadores de angina estável, com e sem diabetes. METODOLOG...
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Universidade de São Paulo
2005
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Arteriosclerose coronária
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Arteriosclerose coronária
Diabetes mellitus Estudos de casos e controles Implante de prótese Inflamação Mediadores da inflamação Proteína C-reativa C-reactive protein Control case studies Coronary atherosclerosis Diabetes mellitus Endoprothesis development Inflammation markers Inflammation Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Diferenças na resposta inflamatória e implante eletivo de stent coronário entre pacientes com e sem diabetes mellitus |
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INTRODUÇÃO: Pacientes diabéticos têm maior risco de eventos coronários quando submetidos a implante de stent, refletindo, provavelmente, uma resposta pró-inflamatória. OBJETIVOS: Caracterizar a resposta inflamatória a stent coronário em portadores de angina estável, com e sem diabetes. METODOLOGIA: Amostras sangüíneas foram obtidas de 41 pacientes diabéticos e 46 não diabéticos, antes, 24h, 48h e 4 semanas após o implante eletivo de stent coronário. Todos os pacientes usaram clopidogrel e os procedimentos obtiveram sucesso. Foram mensurados a proteína C-reativa (PCR) por nefelometria, a P-selectina solúvel (s) e a molécula de adesão intercelular-1 solúvel (sICAM-1) através da técnica ELISA. RESULTADOS: Diabéticos e não diabéticos apresentaram, respectivamente, concentração préprocedimento de PCR 5,2 ± 7,3 e 7,1 ± 12.1 mg/L, com p=0,74. A sP-selectina variou entre os diabéticos de 136,7 ± 75,5, e entre os não diabéticos de 111,1 ± 61,2 ng/ml, com p=0.09. ICAM-1 variou de 149,7 ± 56,1 e 143,2 ± 40,4 ng/mL, p=0,62. Após o procedimento os níveis de PCR aumentaram significativamente para ambos, diabéticos ou não, com pico às 48h: 13,0 ± 10,8 e 14,0 ± 11,4 mg/L, respectivamente (p= 0,001 vs níveis pré-procedimento). Em relação à sPselectina, diabéticos e não diabéticos apresentaram marcada redução : 114,2 ± 70ng/mL (p=0,03) e 87,7 ± 39,3 ng/mL (p=0,02), respectivamente. Contudo, apenas os diabéticos mantiveram por 48h essa redução. Os níveis de sICAM-1 diminuíram significativamente apenas entre os diabéticos, 48h após o procedimento (redução de 7,7%, p=0,01 vs níveis pré-procedimento). Análise de regressão logística multivariável não mostrou associação entre os marcadores estudados e eventos adversos após um ano de seguimento entre pacientes diabéticos. Por outro lado, níveis de sICAM-1, pré e pós procedimento, para todos os pacientes, estiveram associados com a presença de eventos após um ano: necessidade de nova intervenção (5 pacientes), revascularização cirúrgica (3 pacientes), óbito (1 paciente), infarto agudo do miocárdio (1 paciente) e acidente vascular cerebral (2 pacientes). CONCLUSÃO: Diabéticos e não diabéticos apresentaram elevação nos níveis de marcadores inflamatórios mesmo antes da intervenção. Este achado confirma a presença de um estado inflamatório sistêmico em pacientes com doença coronária estável, quer sejam diabéticos ou não. Todavia, nenhuma diferença marcante na resposta inflamatória após o procedimento ocorreu entre diabéticos e não diabéticos. Ainda mais, sICAM-1 foi um preditor independente de resultados adversos após um ano de stent coronário eletivo para todos os pacientes
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Patients with diabetes are at increased risk for adverse events after coronary stenting, perhaps reflecting a proinflammatory response. AIM: Characterize the inflammatory response to coronary stenting in stable angina patients with and without diabetes. METHODS: Blood samples were obtained from diabetic (n=41) and nondiabetic (n=46) patients before and 24 hours, 48 hours and 4 weeks after elective stenting. All patients were on clopidogrel and underwent successful procedures. C-reactive protein (CRP, by nepholometry), soluble (s) P-selectin (ELISA) and soluble intercellular adhesion molecule (sICAM)-1 (ELISA) were determined. Results: Diabetic and nondiabetic patients presented enhanced and comparable preprocedural concentrations, respectively, of CRP as 5.2±7.3 and 7.1±12.1 mg/L, p=0.74; sP-selectin as 136.7±75.5 and 111.1±61.2 ng/mL, p=0.09; and, sICAM-1 as 149.7±56.1 and 143.2±40.4 ng/mL, p=0.62. CRP levels increased significantly after stenting for both sets of patients, with peak levels at 48 hours: 13.0±10.8 and 14.0±11.4 mg/L, respectively (p=0.001 vs preprocedural levels). Following 24 hours the procedure, diabetic and nondiabetic patients presented marked reductions of sP-selectin levels: 114.2±70 ng/mL (p=0.03) and 87.7±39.3 ng/mL (p=0.02), respectively. However, only diabetic patients had this reduction persist up to 48 hours. Soluble ICAM-1 levels decreased significantly only among diabetic patients after 48 hours of the procedure (7.7% reduction, p=0.01 vs preprocedural levels). In a multivariate logistic regression analysis, no association was found between the inflammation markers studied and one-year adverse events among diabetic patients. Nevertheless, for all patients, preprocedural and postprocedural levels of sICAM-1 had a marked association with major adverse cardiac events after a one-year follow-up (n=14, p< 0,05), such as new PTCA (5 patients), cardiac revascularization (3 pacientes), death (1 patient), AMI (1 patient) and cerebral vascular accident (2 patients). CONCLUSIONS: Before undergoing elective coronary stenting, diabetic and nondiabetic patients present increased levels of inflammatory markers. This evidence confirms the presence of systemic inflammation in stable coronary artery disease patients - regardless if the patient has diabetes or not. However, no major difference in postprocedural inflammatory response occurred between diabetic and nondiabetic patients. In addition, for all patients, sICAM-1 was an independent predictor of adverse outcomes after one year of elective coronary stenting
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Carlos Vicente Serrano Junior |
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ndltd-IBICT-oai-teses.usp.br-tde-10102014-1153282019-01-21T22:02:59Z Diferenças na resposta inflamatória e implante eletivo de stent coronário entre pacientes com e sem diabetes mellitus Differences in inflammatory response to elective coronary stenting between patients with and without diabetes Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Carlos Vicente Serrano Junior Dikran Armaganijan Fábio Sandoli de Brito Júnior Elias Knobel Eulogio Emilio Martinez Filho Arteriosclerose coronária Diabetes mellitus Estudos de casos e controles Implante de prótese Inflamação Mediadores da inflamação Proteína C-reativa C-reactive protein Control case studies Coronary atherosclerosis Diabetes mellitus Endoprothesis development Inflammation markers Inflammation INTRODUÇÃO: Pacientes diabéticos têm maior risco de eventos coronários quando submetidos a implante de stent, refletindo, provavelmente, uma resposta pró-inflamatória. OBJETIVOS: Caracterizar a resposta inflamatória a stent coronário em portadores de angina estável, com e sem diabetes. METODOLOGIA: Amostras sangüíneas foram obtidas de 41 pacientes diabéticos e 46 não diabéticos, antes, 24h, 48h e 4 semanas após o implante eletivo de stent coronário. Todos os pacientes usaram clopidogrel e os procedimentos obtiveram sucesso. Foram mensurados a proteína C-reativa (PCR) por nefelometria, a P-selectina solúvel (s) e a molécula de adesão intercelular-1 solúvel (sICAM-1) através da técnica ELISA. RESULTADOS: Diabéticos e não diabéticos apresentaram, respectivamente, concentração préprocedimento de PCR 5,2 ± 7,3 e 7,1 ± 12.1 mg/L, com p=0,74. A sP-selectina variou entre os diabéticos de 136,7 ± 75,5, e entre os não diabéticos de 111,1 ± 61,2 ng/ml, com p=0.09. ICAM-1 variou de 149,7 ± 56,1 e 143,2 ± 40,4 ng/mL, p=0,62. Após o procedimento os níveis de PCR aumentaram significativamente para ambos, diabéticos ou não, com pico às 48h: 13,0 ± 10,8 e 14,0 ± 11,4 mg/L, respectivamente (p= 0,001 vs níveis pré-procedimento). Em relação à sPselectina, diabéticos e não diabéticos apresentaram marcada redução : 114,2 ± 70ng/mL (p=0,03) e 87,7 ± 39,3 ng/mL (p=0,02), respectivamente. Contudo, apenas os diabéticos mantiveram por 48h essa redução. Os níveis de sICAM-1 diminuíram significativamente apenas entre os diabéticos, 48h após o procedimento (redução de 7,7%, p=0,01 vs níveis pré-procedimento). Análise de regressão logística multivariável não mostrou associação entre os marcadores estudados e eventos adversos após um ano de seguimento entre pacientes diabéticos. Por outro lado, níveis de sICAM-1, pré e pós procedimento, para todos os pacientes, estiveram associados com a presença de eventos após um ano: necessidade de nova intervenção (5 pacientes), revascularização cirúrgica (3 pacientes), óbito (1 paciente), infarto agudo do miocárdio (1 paciente) e acidente vascular cerebral (2 pacientes). CONCLUSÃO: Diabéticos e não diabéticos apresentaram elevação nos níveis de marcadores inflamatórios mesmo antes da intervenção. Este achado confirma a presença de um estado inflamatório sistêmico em pacientes com doença coronária estável, quer sejam diabéticos ou não. Todavia, nenhuma diferença marcante na resposta inflamatória após o procedimento ocorreu entre diabéticos e não diabéticos. Ainda mais, sICAM-1 foi um preditor independente de resultados adversos após um ano de stent coronário eletivo para todos os pacientes Patients with diabetes are at increased risk for adverse events after coronary stenting, perhaps reflecting a proinflammatory response. AIM: Characterize the inflammatory response to coronary stenting in stable angina patients with and without diabetes. METHODS: Blood samples were obtained from diabetic (n=41) and nondiabetic (n=46) patients before and 24 hours, 48 hours and 4 weeks after elective stenting. All patients were on clopidogrel and underwent successful procedures. C-reactive protein (CRP, by nepholometry), soluble (s) P-selectin (ELISA) and soluble intercellular adhesion molecule (sICAM)-1 (ELISA) were determined. Results: Diabetic and nondiabetic patients presented enhanced and comparable preprocedural concentrations, respectively, of CRP as 5.2±7.3 and 7.1±12.1 mg/L, p=0.74; sP-selectin as 136.7±75.5 and 111.1±61.2 ng/mL, p=0.09; and, sICAM-1 as 149.7±56.1 and 143.2±40.4 ng/mL, p=0.62. CRP levels increased significantly after stenting for both sets of patients, with peak levels at 48 hours: 13.0±10.8 and 14.0±11.4 mg/L, respectively (p=0.001 vs preprocedural levels). Following 24 hours the procedure, diabetic and nondiabetic patients presented marked reductions of sP-selectin levels: 114.2±70 ng/mL (p=0.03) and 87.7±39.3 ng/mL (p=0.02), respectively. However, only diabetic patients had this reduction persist up to 48 hours. Soluble ICAM-1 levels decreased significantly only among diabetic patients after 48 hours of the procedure (7.7% reduction, p=0.01 vs preprocedural levels). In a multivariate logistic regression analysis, no association was found between the inflammation markers studied and one-year adverse events among diabetic patients. Nevertheless, for all patients, preprocedural and postprocedural levels of sICAM-1 had a marked association with major adverse cardiac events after a one-year follow-up (n=14, p< 0,05), such as new PTCA (5 patients), cardiac revascularization (3 pacientes), death (1 patient), AMI (1 patient) and cerebral vascular accident (2 patients). CONCLUSIONS: Before undergoing elective coronary stenting, diabetic and nondiabetic patients present increased levels of inflammatory markers. This evidence confirms the presence of systemic inflammation in stable coronary artery disease patients - regardless if the patient has diabetes or not. However, no major difference in postprocedural inflammatory response occurred between diabetic and nondiabetic patients. 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