Uso de indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil (IRDI) na detecção de sinais de problemas de desenvolvimento associados ao autismo

Investigar os sinais relacionados aos problemas de desenvolvimento em bebês passou a despertar o interesse de diversos pesquisadores em razão das intervenções ocorridas durante a instalação de um sintoma serem mais favoráveis ao desenvolvimento da criança. Dentre os transtornos da primeira infân...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Nathalia Teixeira Caldas Campana
Other Authors: Rogerio Lerner
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-10042014-150406/
Description
Summary:Investigar os sinais relacionados aos problemas de desenvolvimento em bebês passou a despertar o interesse de diversos pesquisadores em razão das intervenções ocorridas durante a instalação de um sintoma serem mais favoráveis ao desenvolvimento da criança. Dentre os transtornos da primeira infância, os quadros de autismo são os que podem levar a incapacitações das mais severas. No contexto da saúde coletiva, é vantajoso que os profissionais possam detectar sinais de problemas de desenvolvimento associados ao autismo sem a necessidade da aplicação de protocolos específicos. Esta pesquisa é um estudo exploratório que investiga se os bebês que estejam se desenvolvendo em um percurso autístico serão considerados com problemas de desenvolvimento pelo Protocolo IRDI instrumento inespecífico para diagnóstico. Para tanto, foram comparados resultados do IRDI e do M-CHAT (instrumento específico para autismo) em 43 bebês. O estudo demonstrou que dentre os riscos detectados pelo IRDI também o autismo é detectado. A partir desta constatação, foram investigados se os conceitos da psicanálise, presentes nos 4 eixos teóricos que deram origem ao IRDI, poderiam auxiliar para aumentar a compreensão do autismo e como o Protocolo poderia contribuir para a subjetividade comparecer durante a avaliação do bebê e dos seus cuidadores. Foi realizado ainda um estudo estatístico descritivo e discutidas vinhetas clínicas, o que circunscreve as análises nos campos coletivo e singular. Com relação aos eixos, o estudo verifica a possibilidade de o eixo Suposição de Sujeito não diferenciar bebês com problemas de desenvolvimento associados ao autismo daqueles que apresentam um desenvolvimento típico. E o eixo Alternância Presença/Ausência parece ser aquele que mais distingue estes bebês. As vinhetas clínicas demonstraram que o IRDI pode ser usado como um operador de leitura, que auxilia a compreensão de dinâmicas familiares e que tem potencial para orientar intervenções pontuais no momento da avaliação. Por fim, destaca-se o papel exercido pelo profissional que está a frente das avaliações, sua formação, mas também sentimentos contratransferênciais, para que a subjetividade das famílias compareça e para que o IRDI possa de fato ser utilizado como operador de leitura === The investigation on the signs of developmental problems in infants has been an area of interest for several researchers since interventions that occur during the establishment of a symptom are more favorable for development. Among infancy disorders, autism conditions are those that can lead to the most severe disabilities. Within the context of collective health, it is useful that professionals are able to identify signs of developmental problems associated with autism , without the need to apply specific protocols. The present work is an exploratory study that investigates whether infants who are progressing into autism, will be considered bearing developmental disabilities by IRDI Protocol a nonspecific instrument for diagnosis. For this reason, we compared IRDI results with those of M-CHAT (specific instrument to autism ) in 43 babies. The results indicate that among the risks detected by IRDI without diagnostic specificity, autism is also detected. Hence, we investigated if concepts of psychoanalysis present in 4 theoretical axes that gave rise to IRDI could assist in a better understanding of autism. Furthermore, how the Protocol could contribute for subjectivity turning up during baby and caregiver evaluation. On this account, we made a descriptive statistical study and discussion of clinical vignettes , which limited the analyzes in the collective and singular fields. With respect to the theoretical axes, there is a possibility that the shaft Subject Supposition does not differentiate babies with development problems associated with autism. The Switching Presence/Absence axis seems to be the one that most differentiates those babies. The clinical vignettes showed that IRDI can be used as a reading operator that would help the understanding of family dynamics and that has the potential to guide targeted interventions at the time of evaluation. Finally, we highlight the role played by the professional who is responsible for the evaluation: their training and countertransference feelings , so that the subjectivity of families turns up and IRDI can actually be used as a reading operator