A teoria comparativa do conhecimento de Ludwik Fleck: comunicabilidade e incomensurabilidade no desenvolvimento das ideias científicas
A presente dissertação tem por objetivo analisar o desenvolvimento da proposta fleckiana de uma teoria comparativa do conhecimento, seu estatuto epistemológico, bem como o diagnóstico de algumas de suas dificuldades teóricas. Defenderemos o caráter potencialmente científico de sua teoria e indic...
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Universidade de São Paulo
2012
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Epistemologia Incomensurabilidade Relacionismo Teoria comparativa do conhecimento Comparability Comparative theory of knowledge Epistemology Incommensurability Relationalism João Alex Costa Carneiro A teoria comparativa do conhecimento de Ludwik Fleck: comunicabilidade e incomensurabilidade no desenvolvimento das ideias científicas |
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A presente dissertação tem por objetivo analisar o desenvolvimento da proposta fleckiana de uma teoria comparativa do conhecimento, seu estatuto epistemológico, bem como o diagnóstico de algumas de suas dificuldades teóricas. Defenderemos o caráter potencialmente científico de sua teoria e indicaremos que a incomensurabilidade entre estilos de pensamento constitui o problema mais imediato para sua efetivação. Nesse ínterim, sintetizaremos as principais diretrizes metodológicas esboçadas em sua teoria, entendida como um programa de pesquisa aberto, e indicaremos possíveis desdobramentos futuros. Esta dissertação terá início, em sua Introdução, com uma sucinta análise das principais fases de recepção da obra de Fleck, tendo em vista a compreensão de suas tradições de leitura e do significado atual de seus escritos. No Capítulo I, reconstituiremos o quadro conceitual da teoria comparativa de Ludwik Fleck a partir da análise de suas principais linhas e dimensões de desenvolvimento: médico-imunológica, sociológica, de crítica ao positivismo lógico e histórica. O Capítulo II será dedicado à análise dos processos comunicativos de sua teoria tanto ao nível diacrônico como ao nível sincrônico, bem como do fenômeno da incomensurabilidade. Estabeleceremos paralelos sobre a manifestação desse fenômeno com as formulações de Thomas Kuhn e Paul Feyerabend. No Capítulo III, abordaremos a tese do relacionismo cognitivo defendido por Fleck, indicando que sua teoria comparativa do conhecimento não possui um estatuto epistemológico privilegiado, sendo, portanto, um saber também relacional. Diante disso, defenderemos seu caráter científico, em conformidade, em linhas gerais, com as demais ciências naturais. Por fim, em nossas Considerações finais indicaremos, a partir das diretrizes lançadas pelo filósofo, algumas das possíveis linhas metodológicas que o programa da teoria comparativa deve seguir diante do problema da incomensurabilidade e da necessidade de um desenvolvimento metodológico mais preciso.
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This dissertation aims to analyze the development of Fleck\'s proposal of a comparative theory of knowledge, its epistemological status and the diagnosis of some of its theoretical difficulties. We will defend the potentially scientific status of its theory and indicate that the incommensurability between thinking styles constitutes the most immediate problem for its effectiveness. Meanwhile, we intend to synthesize the main methodological guidelines outlined in his theory, understood as an open research program, and indicate possible future developments. This dissertation will start in its Introduction with a brief analysis of the main stages of reception of Fleck\'s work, so as to understand its traditions of readings and the current meaning of his writings. In Chapter I, we will reconstitute the conceptual framework of Fleck\'s comparative theory from the analysis of its main lines and dimensions of development: medical and immunological, sociological, as well as his criticism of historical and logical positivisms. Chapter II is devoted to the analysis of his theory of communicative processes at both the diachronic and synchronous level, as well as the phenomenon of incommensurability. We will establish parallels with Thomas Kuhn and Paul Feyerabend\'s formulations of this phenomenon. In Chapter III, we discuss the thesis of cognitive relationalism defended by Fleck, indicating that his comparative theory of knowledge does not have a privileged epistemological status, being, by its turn, also a relational knowledge. In the face of it, we will defend its scientific character, in accordance, in general, with the other natural sciences. Finally, in our final considerations we indicate, from guidelines released by the philosopher, some of the possible methodological lines that the program of comparative theory must follow regarding the problem of incommensurability and the need for a more precise methodological development.
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