Summary: | No presente estudo, pretendemos realizar uma leitura de Ecce homo balizada pelo procedimento genealógico, pela fisio-psicologia e pela tipologia presentes no pensamento de Nietzsche. Acreditamos que a mudança que se opera no tratamento do humano a partir dessas três noções permite a Nietzsche, em Ecce homo, realizar uma espécie de duplo movimento. Por um lado, o filósofo realiza a máxima afirmação da vida e de si mesmo, dando expressão a uma série de estados afetivos que o constitui. Por outro lado, ao afirmar-se, Nietzsche marca oposição -- e nisso talvez certa transvaloração -- a um estado de coisas marcado pela desvalorização da efetividade. Nossa hipótese é de que podemos ler a obra em questão como sendo a apresentação de um tipo, o \"tipo Nietzsche\". O Nietzsche que se conta em Ecce homo é aquele que se constitui em oposição à moral socrático-platônico-cristã que predomina no ocidente. E mais que isso é um tipo que, segundo o filósofo, possui o pathos filosófico dionisíaco, ou seja, o tipo forte, saudável e que tem como prerrogativa a afirmação da vida.
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This study intends to do a reflection of Ecce Homo embossed by the genealogical procedure, by the physio-psychology and the typology present in Nietzsche\'s thought. We believe that the change that takes place in the treatment of the human from these three notions, allows Nietzsche, in Ecce Homo, to do a type of double movement. In one hand, the philosopher reaches the maximum affirmation of life and oneself, giving expression to a series of affectionate states that constitute him. On the other, in affirming himself, Nietzsche marks an opposition - and with that a certain transvaluation - to a state of things marked by the devaluation of effectiveness. Our hypothesis is that we can read this work as being a presentation of a type, the \"Nietzsche type\". That Nietzsche which narrates himself in Ecce Homo is the one that is constituted in opposition to the Socraticplatonic- Christian moral that prevails on the West. Moreover, it\'s a type that, according to the philosopher, owns the Dionysius philosophical pathos, or, the strong type, healthy, that has as its prerogative the affirmation of the life.
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