Summary: | Esta tese representa uma análise de variadas fontes sobre o problema mourisco especificamente no Reino de Granada ao longo do século XVI e começo do XVII quando se verifica a expulsão do grupo de origem muçulmana na Península Ibérica. A opção pela documentação principal recaiu na análise de crônicas da Guerra de Granada e Rebelião das Alpujarras (1568) e num tratado de cronista oficial sobre os mouriscos de Espanha (1606), incluindo também bandos, cartas, profecias e outros documentos oficiais e não oficiais da Coroa e dos próprios mouriscos, bem como algumas fontes inquisitoriais em especial de processos do reino granadino, ainda que, eventualmente, exista um olhar em indivíduos de outros reinos. O primeiro conjunto elaborado por cronistas não oficiais, para além de abordar os eventos relativos à revolta dos mouriscos, incluem documentos oficiais e manifestações de mouriscos e outras fontes. O trabalho dividido em cinco capítulos contempla uma discussão historiográfica sobre a questão mourisca, seguida de uma análise da documentação a respeito de seus costumes e cotidiano. O terceiro capítulo trata de profecias mouriscas que seriam um dos elementos para a explosão da revolta dos chamados naturais da terra. A seguir a tese aborda a segunda guerra de Granada (a primeira ocorreu a princípio do século XVI) conforme apresentada pelas crônicas de dois granadinos: um diplomata espanhol membro da importante família Mendoza (Diego Hurtado de Mendoza) e um soldado (Luis del Marmol Carvajal), também granadino, que atuou dos combates para subjugar os levantados. A parte final contempla um tratado do humanista jesuíta e cronista oficial, Pedro de Valência, que reflexiona e aconselha o rei Felipe III sobre os mouriscos. Esta parte se debruça ainda nos estertores da presença moura no território europeu da Monarquia Hispânica e da expulsão, valendo-se de fontes iconográficas e de escritos apologéticos da remoção dos mouriscos de Espanha.
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This thesis represents an analysis of several sources on the Moorish problem specifically in the Kingdom of Granada during the XVI century and beginning of the XVII when it is verified the expulsion of the group of Muslim origin in the Iberian Peninsula. The main documentation were some chronicles of the War of Granada and Rebellion of the Alpujarras (1568) and a treatise of an official chronicler on the Moors of Spain (1606), also including bandos, letters, prophecies and other official and unofficial documents of the Crown and of the Moors themselves, as well as some inquisitorial sources especially of processes of the kingdom of Granada, although eventually there is a look at individuals from other kingdoms. The first set prepared by unofficial chroniclers, besides addressing the events related to the Moorish revolt, include official documents and manifestations of Moorish and other sources. The work divided into five chapters contemplates a historiographical discussion on the Moorish question, followed by an analysis of the documentation regarding its customs and daily life. The third chapter deals with Moorish prophecies that would be one of the elements for the explosion of the revolt of the called naturales de la tierra (land\'s naturals). Then the thesis deals with the Second War of Granada (the first occurred in the early sixteenth century) as presented by the chronicles of two Grenadines: a Spanish diplomat member of the important Mendoza family (Diego Hurtado de Mendoza) and a soldier (Luis del Marmol Carvajal ), who took part in the fighting to subdue those raised. The final part includes a treatise of the Jesuit humanist and official chronicler, Pedro de Valencia, who reflects and advises King Felipe III on the Moors. This part is focused on the rushing of the Moorish presence in the European territory of the Spanish Monarchy and the expulsion, using iconographic sources and apologetic writings of the removal of the Moors from Spain.
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