Summary: | O objetivo deste trabalho é identificar os principais demandantes pela auditoria independente em empresas desobrigadas legalmente a serem auditadas e se há valor para elas em se submeterem a esse processo de verificação. A base de dados utilizada foi a da FIPECAFI, que utiliza esses dados para classificar anualmente as 1.000 Melhores e Maiores empresas localizadas no Brasil. Optou-se por essa base por ela possuir informações econômico-financeiras e de auditoria não só de empresas abertas, mas também de fechadas de pequeno e de médio porte. Estas estão isentas pela Lei 6.404/76 e alterações posteriores de contratarem auditores externos para a verificação das suas demonstrações contábeis. Contudo, diversos órgãos reguladores, como ANEEL, ANTT, CVM, BACEN, SUSEP, entre outros, impõem que as empresas sob as suas supervisões sejam auditadas, independentemente do porte. Assim, após a análise da Lei societária e dos princípios normativos emitidos por esses órgãos, restaram 998 empresas desobrigadas legalmente a serem auditadas entre 2005 e 2015, gerando 4.531 observações. Destas observações, 56% compõe o grupo de interesse, ou seja, as que optam por serem auditadas, e 44% o grupo de controle. O tratamento estatístico dos dados contou com técnicas exploratórias descritivas, de correlações, bem como inferenciais através de regressões logísticas binomiais robustas para dados em painel. Os resultados indicam que empresas desobrigadas legalmente a serem auditadas apresentam maiores probabilidades de contratarem os serviços de auditoria externa por influência dos credores, não por intervenção dos seus controladores estrangeiros ou nacionais de grande porte. Adicionalmente, essas empresas, que optam voluntariamente por terem suas demonstrações financeiras verificadas sob a ótica legal, estão associadas a maiores oportunidades de investimento, a uma menor fragilidade financeira e menores custos de captação de terceiros em relação às não auditadas.
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The purpose of this paper is to identify the main claimants by independent auditors in legally released companies to be audited and if there is value to them in submitting to this process. The database used is property of FIPECAFI, which uses this data to annually classify the 1,000 Best and Biggest Companies located in Brazil. This basis was chosen because it possesses economic, financial and audit information not only of open companies, but also of small and medium-sized private companies. These are exempt by Law 6.404/76 and subsequent amendments to contract external auditors to verify their financial statements. However, several regulatory agencies such as ANEEL, ANTT, CVM, BACEN, SUSEP and others require that companies under their supervisions be audited, regardless of size. Thus, after analyzing the Corporate Law and the main regulations issued by these agencies, left 998 private companies exempt from being audited between 2005 and 2015, generating 4,531 observations. Of these observations, 56% make up the interest group, that is, those who choose to be audited and 44%, the control group. The statistical treatment of the data counted on descriptive exploratory techniques, correlations, and also with inferential ones through robust binomial logistic regressions for panel data. The results show that companies legally released to be audited are more likely to contract the external audit services by influence of the creditors and not by intervention of their foreign or national large controllers. In addition, these companies, that voluntarily opt to have their financial statements verified from a legal standpoint, are associated with larger investment opportunities, lower financial weakness and lower cost of debt.
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