Summary: | A recente crise financeira de 2007/2008 - a maior e mais intensa desde a grande crise de 1929 - surpreendeu autoridades governamentais, acadêmicos e profissionais de mercado. Gestada ao longo de muitos anos, mesmo passados mais de dois anos do ápice da crise, ainda não há consenso a respeito da principal causa do desastre. Se tomarmos como aprendizado a análise de crises passadas, vemos que raramente há uma causa singular. Com a crise recente não foi diferente. Embora não haja um consenso, o debate relacionando a crise com possíveis falhas na regulação dos mercados ganhou força. Para muitos, a falta de regulação foi o principal fator que permitiu que intermediários financeiros assumissem mais risco do que efetivamente pudessem arcar. Mas houve efetivamente evolução do arcabouço regulatório nos últimas duas décadas. Seria a regulação desenvolvida até a crise errada, incompleta ou não aplicada? O objetivo deste trabalho foi o de investigar se eventos regulatórios afetam o risco dos bancos brasileiros de capital aberto listados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O estudo compreendeu as ações listadas na data dos eventos observados. A listagem das ações dos bancos analisados foi subdividida em dois grupos, seguindo o critério do tamanho do ativo total. Esta medida foi tomada de forma a minimizar diferenças de impacto que possivelmente seriam geradas em bancos de portes distintos. Como metodologia de teste, utilizou-se o estudo de evento. As hipóteses do estudo testaram o impacto no risco gerado em dois marcos regulatórios: (i) Comunicado número 12.746, de 8 de dezembro de 2004, que determinou os procedimentos para a implementação da nova estrutura de capital - Basiléia I- no Brasil; (ii) Concordata do Banco Lehman Brothers, em 15 de setembro 2008, estopim da crise financeira de 2008, momento em que a imposição de maiores limites regulatório aos Bancos passou a ser discutido com grande veemência. Os resultados observados sugerem que não houve impacto estatisticamente significante - tanto no que diz respeito ao evento 1 quanto ao evento 2 - no risco das instituições financeiras atuantes no mercado nacional. O resultado é válido tanto para o grupo formado pelas 50% maiores instituições do mercado quanto para as 50% menores instituições.
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The recent financial crises that occurred between 2007/2008 - the largest and most devastating since the great depression of 1929 - has surprised government authorities, academics and financial market professionals. Nurtured during several years and even after more than two year of the climax of the crises, there is still no consensus about it causes. Based on learnings of the past economic crises that the world has faced, it is impossible to single source the cause for the crises. Many argue that the lake of regulation should be the main causes of the crises. But it\'s possible to state that the financial regulation worldwide has faced a strong development in the last two decades. Could it be consider that the financial regulation developed up to the crises was wrong, incomplete or not applied? The main objective of this work was to investigate if the selected regulatory events affected the risk of the most relevant banks with operations in Brazil and listed in Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). This study took into account specific banks\' stocks values listed in Bovespa during the observed period. In order to minimize possible differences of impacts that the regulatory policies may have over banks of distinct sizes, the sample was subdivided in two groups, considering their asset size. The test methodology applied on this work is the event study. The hypotheses of the study tested the impact on risk during two regulatory milestones: (i) communication number 12.746 of December 8, 2004, which determined the procedures for the implementation of new capital structure - Basiléia I in Brazil; and (ii) the bankruptcy of Lehman Brothers on September 15, 2008; starting point of the financial crises of 2008, and, also, the moment of application of news regulatory limits to the banks was most intensive discussed. The results observed suggest that there is no statistically significant impact on to the risk of the banks analyzed, for both events observed.
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