Summary: | Muitos fatores podem influenciar o desenvolvimento placentário e fetal na égua, dentre eles destaca-se a idade, a paridade e o porte materno. A produção de hormônios esteroides pela unidade feto-placentária também pode ser influenciada pela paridade e raça, porém não existem relatos prévios que relacionem os efeitos da idade da égua sobre a produção desses hormônios na gestação. Este trabalho conta com três objetivos principais: o primeiro investigou a influência do número de partos e da idade materna sobre a eficiência placentária e a biometria do potro ao nascimento, utilizando a análise estereológica da placenta a termo. O segundo determinou a influencia da biometria parental na macro e microscopia placentária e consequências para o desenvolvimento fetal e para o crescimento, comportamento e funções fisiológicas pós-natais. Por último foi avaliada a influência da idade e paridade materna, e da raça do potro sob a produção de estrógenos, progesterona e cortisol plasmáticos em éguas prenhes. Quarenta fêmeas gestantes foram categorizadas de acordo com a idade (Id1: 4 a 8 anos; Id2: 8 a 12 anos; Id3: ≥ 13 anos), a pluriparidade (Par1: nulíparas, Par 2: 1 a 3 partos; Par3: ≥ 4partos) e a raça do produto (MP: Mangalarga Paulista; BH: Brasileiro de Hipismo). As coletas de plasma foram realizadas semanalmente a partir do quinto mês de gestação até o termo, e a quantificação dos hormônios foi realizada pela técnica de Espectrometria de Massas. Os partos foram acompanhados a campo e dados do escore Apgar, comportamento e amostras sanguíneas para análise bioquímica dos potros foram coletados nas primeiras doze horas de vida. As membranas corioalantóides foram recolhidas após o delivramento, pesadas e fotografadas em escala. Foram coletados fragmentos correspondentes às regiões do corpo do útero, corno uterino gestante e corno uterino contralateral para análise estereológica. Parâmetros de crescimento dos neonatos foram comparados do nascimento até os dois anos de idade, assim como foram coletados dados da altura, peso e perímetro torácico materno e paterno. Não foram observadas diferenças significativas na quantificação de esteróides quando considerados os fatores número de partos e raça do produto para a categorização das fêmeas. As concentrações de estrógenos foram estatisticamente superiores no grupo Id2 em relação ao Id3, em alguns meses do período gestacional avaliado. Foi observado que a idade e a paridade materna influenciam o desenvolvimento dos microcotilédones e a densidade total de superfície dos vilos, bem como a vascularização e a composição tecidual das diferentes regiões da placenta, contribuindo de fato para uma maior área de contato materno-fetal e transferência de gases e nutrientes entre mãe e feto, culminando com o nascimento de potros mais altos, mais pesados e com maior circunferência torácica. O porte paterno, e principalmente o materno, influenciou o desenvolvimento das vilosidades fetais e a área de superfície de contato materno-fetal, com efeito positivo no desenvolvimento e no crescimento fetal, resultando no nascimento de potros com melhores respostas adaptativas e metabólicas. Também destaca-se que o período de vida intrauterino foi determinante para a taxa de crescimento pós-natal até os 24 meses de vida.
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Many factors may influence placental and fetal development in the mare, like age, parity and maternal size. The production of steroid hormones by fetal-placental unit can also be influenced by parity and breed, but there are no previous reports relating the effects of the mares age on the production of these hormones during pregnancy. This paper has three main objectives: the first investigated the influence of maternal age and parity on placental efficiency and size of the foal at birth, using stereological analysis of the term placenta. The second determined the influence of parental size on macro and microscopy of the placenta and consequences for fetal development and growth, behavior and postnatal physiological functions. Finally, the influence of maternal age and parity was evaluated, and the breed´s foal in the production of plasmatic oestrogens, progesterone and cortisol in pregnant mares. Forty pregnant females were categorized according to age (Id1: 4-8 years; Id2: 8-12 years; Id3: ≥ 13 years), parity (Par1: nulliparous, Par2: 1 to 3 births; Par3: ≥ 4 births) and foal´s breed (MP: Mangalarga Paulista; BH: Brazilian Sporthorse). Plasma samples were collected weekly from the fifth month of pregnancy to term, and quantification of hormones was performed by Mass Spectrometry. Deliveries were accompanied and Apgar score, behavior and blood samples for biochemical analysis of the foals were collected within the first twelve hours of life. The chorioallantoic membranes were collected after delivery, weighed and photographed to scale. Tissue sections were collected from regions: uterine body, pregnant uterine horn and contralateral uterine horn to be analyzed stereologically. Neonate´s growth parameters were compared from birth up to two years old, as well as data on maternal and paternal height, weight, and thoracic perimeter were collected. No significant differences were observed in the quantification of steroids when considering maternal parity and foal´s breed for the mares groups. The concentrations of oestrogens were significantly higher in Id2 group when compared with Id3, in some months of the gestational period evaluated. It was observed that maternal age and parity influence the development of the microcotyledons and total villi surface density, as well as the vascularization and tissue composition of different regions of the placenta, contributing in fact to a larger area of fetomaternal contact and transfer of gases and nutrients between mother and fetus, culminating with foals that were taller, heavier and with larger thoracic circumference at birth. The paternal, and mainly maternal size, influenced the development of fetal villi and the area of fetomaternal contact surface with a positive effect on the development and fetal growth, resulting in the birth of foals with better metabolic and adaptive responses. It also highlights that the period of intrauterine life was decisive for the postnatal growth rate up to 24 months of life.
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