Summary: | A organização progressiva do sistema de saúde e inclusão do portador de transtorno mental em situação de emergência faz com que sua autonomia e cronicidade sobreponham a agudização do transtorno. Objetivo: identificar a opinião de profissionais de nível superior e de técnicos/auxiliares de enfermagem sobre a assistência em saúde mental, num município paulista. Método: pesquisa exploratório-descritiva; entrevistas semi-estruturadas no Pronto socorro (PS) do hospital geral, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) e Ambulatório de Especialidades Médicas (AEM). Aprovado em Comitê de ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP) e pela Secretaria Municipal de Saúde. Resultados: dos 46 sujeitos, 12 são do CAPS I e AEM e 34 do PS; 76% sexo feminino; 44% entre 30 a 39 anos; 65% até 09 anos de formados; 64% frequentaram cursos após curso de graduação; 72% relatam que a instituição segue parcialmente a política nacional de saúde mental. As principais dificuldades encontradas nos serviços foram em relação à estrutura física (48%) e, especificamente, no pronto socorro em relação ausência de um profissional da área da saúde mental (43%) disposto a atender o paciente e a trabalhar em conjunto aos funcionários no processo de educação permanente. A estrutura de relações de trabalho foi considerada totalmente adequada por alguns e pouco adequada para a maioria dos sujeitos. Muitos cuidados atribuídos à equipe de enfermagem são realizados até por outras categorias, tais como, observação, anotação, interações terapêuticas, conforto e recreativas. O registro rotineiro da observação do portador de transtorno mental durante a interação foi significativo. A formação profissional foi considerada deficiente para exercer o trabalho na saúde mental com a mesma freqüência em que outros sujeitos consideram falha na formação profissional. Os usuários são encaminhados aos serviços de saúde mental e ao hospital psiquiátrico. Enfermeiros e médicos realizam os primeiros atendimentos. Os procedimentos básicos dos serviços quando o portador de transtorno mental encontra-se em situação de emergência foram identificados como a comunicação, contenção física e química e encaminhamento aos serviços de referência tanto a internação em hospital psiquiátrico como o tratamento em nível secundário dos serviços especializados. Conclusão: há articulação funcional entre o atendimento básico e terciário; demanda é significativa; município estrutura-se; há necessidade de educação permanente das equipes e abertura de leitos psiquiátricos no hospital geral. A pesquisa contribuiu de maneira significativa para contextualizar a saúde mental no município, especialmente no que se refere ao cuidado do portador de transtorno mental em situação de emergência nos municípios de pequeno porte.
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The progressive organization of the health system and the insertion of mental patients in an emergency situation make its autonomy and chronicity overlap the disorder exacerbation. Objective: to identify the views of top-level professionals and technical / auxiliary nurses on mental health care, in a city of São Paulo State. Method: exploratory-descriptive, semi- structured interviews in the Emergency Room (PS) of the general hospital, Psychosocial Care Center (CAPS I) and Outpatient Clinic (AEM). Approved by the Ethics Committee of School of Nursing of Ribeirão Preto (EERP/USP) and by the Municipal Health Department. Results: of 46 people, 12 are in CAPS I and AEM and 34 PS, 76% female, 44% from 30 to 39 years, 65% up to 09 years of graduation, 64% attended courses after they graduated, 72% said that the institution partially follows the national policy for mental health. The main difficulties found in the services were related to the physical structure (48%), specifically lack of a professional mental health in the emergency room (43%) willing to look to the patient and work together to employees in the continuing education process. The structure of labor relations was considered adequate by some and totally unsuitable for most people. Many cares assigned to the nursing team are performed by other categories, such as observation, notes, therapeutic interactions, recreations and well-being. The routine record observation of mental patients during the interaction was significant. The professional training was considered inadequate to perform the work in mental health with the same frequency that others consider fail in professional training. Patients are forwarded to mental health services and, the psychiatric hospital. Nurses and physicians perform the initial care. The basics procedures of the service when the mental patients is in an emergency situation were identified as communication, physical and chemical restraint and, sent to reference services as well as hospitalization in psychiatric hospital such as treatment in secondary level of specialist services. Conclusion: there is functional link between primary care and third; demand is significant, city self-structure, need for continuing education of staff and opening of psychiatric beds in general hospitals. The research contributed significantly to contextualize mental health in the city, especially with regard to the care of mental patients in an emergency situation in small towns.
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