Summary: | Esta pesquisa teve como objetivo investigar a inclusão da improvisação sonora em práticas ecológicas, como paisagem sonora, ecocomposição e ecologia sonora. Com ênfase em práticas de ecologia sonora da perspectiva de Costa (2014) e Solomos, (2012) atribuímos a improvisação sonora, juntamente com o processo de composição sonora, denominado comprovisação. A comprovisação é sugerida nesta pesquisa como uma estratégia para incluir processos estruturais através de regras (plano de diretrizes) e ações de contingência (plano de contingência). Os dois planos nos permitiram gerar, analisar, replicar e discutir dados para práticas ecológicas que misturam composição e improvisação sonora. Compreendemos as práticas de comprovisação ecológica como consistentes com as discussões de Fujak (2011), onde todas as ações podem ser planejadas, mas são as contingências imprevisíveis que alteram todo o sistema tornando-o mutável e adaptável (como a vida). Devido à ausência de material bibliográfico sobre improvisação em práticas ecológicas, procuramos alinhar a modelagem de sistemas socioecológicos, que são abordagens que formalizam sistemas dinâmicos adaptativos em três pilares principais: recursos materiais, recursos cognitivos e interação entre agentes, com as práticas de comprovisação ecológica. Desta forma, propomos dois modelos para a criação de práticas ecológicas comprovisatórias: PMSE (proposta de modelagem em síntese ecológica) expandindo as obras de Keller (1999) e PL (Proposta de modelagem de looping) expandindo as obras de Di Scipio (2003). Com a formalização dos sistemas socioecológicos e a metodologia da comprovisação, construímos quatro performances/experimentos que serviram de estudo de caso, sendo: Destino Pirilampo, Citações~, Lyapunov Time, The Maxwell Demon. Através de dois métodos de análise que foram expandidos neste trabalho, sendo um qualitativo: MM (modelo MANNIS , 2014) e um quantitativo: MDF (Dentro-Fora - FERRAZ; KELLER, 2014), conseguimos estruturar de forma satisfatória um viés de obras artísticas que têm orientação em práticas ecológicas e que estabelecem contingências como recurso de adaptação do ambiente sonoro. Concentramos-nos na análise de recursos materiais (acústica, eletrônica e ambiental), recursos cognitivos (interação consensual, intencionalidade e tomada de decisão) e interação entre agentes: performáticos (músicos), incisos (não músicos) e entidade gelassenheit (imprevisibilidade, aleatoriedade).
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This research aimed to investigate the inclusion of sound improvisation in ecological practices such as soundscape, ecocomposition and sound ecology. With emphasis on sound ecology practices from the perspective of Costa (2014) and Solomos, (2012) we attribute sound improvisation, together with the process of sound composition, called comprovisation. The comprovisation is suggested in this research as a strategy to include structural processes through rules (plan of guidelines) and contingency actions (contingency plan). The two plans allowed us to generate, analyze, replicate and discuss data for ecological practices that mix composition and sound improvisation. We understand ecological comprovisation practices as consistent with Fujak\'s (2011) discussions, where all actions can be planned, but unpredictable contingencies that alter the whole system making it changeable and adaptable (such as life). Due to the lack of bibliographic material on improvisation in ecological practices, we seek to align the modeling of socioecological systems, which are approaches that formalize adaptive dynamical systems in three main pillars: material resources, cognitive resources, and interaction between agents, with practices of ecological comprovisation. In this way, we propose two models for creating ecological comprovisation practices: PMES (Proposal modeling ecological synthesis) expanding Keller works, (1999) and PL (Proposal looping modeling) expanding Di Scipio works (2003).With the formalization of the socioecological systems and the methodology of the comprovisation, we constructed four performances/experiment that served as a case study, they are: Destination Firefly, Quotations~, Lyapunov Time, The Maxwell Demon. In view of two methods of analysis that were expanded in this work, a qualitative one: MM (MANNIS Model, 2014) and a quantitative one: MDF (Inside-Outside - FERRAZ; KELLER, 2014), we were able to satisfactorily structure a bias of artistic works That have orientation in ecological practices and that establish contingencies as a resource of adaptation of the sound environment. We focus on the analysis of material resources (acoustic, electronic and environmental) cognitive resources (consensual interaction, intentionality and decision making) and interaction between agents musicians,non-musicians and entity gelassenheit (unpredictability, randomness).
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