Summary: | O presente estudo faz uma análise sobre os discursos veiculados pela mídia impressa em torno do consumo de substâncias psicoativas no âmbito das tendências culturais instituídas na modernidade e na sociedade brasileira. Reúne 110 reportagens que tratam sobre diferentes produtos e medicamentos, personalidades e questões éticas, para desenvolver uma leitura focalizada à luz das ciências da linguagem, principalmente da teoria psicanalítica. O trabalho é apresentado em três partes que organizam o corpo teórico e sustentam a hipótese da investigação. A primeira parte discorre sobre a farmacotimia social, conceito que aglutina a dissertação, verificando os lugares em que se encontra o consumo de substâncias na cultura. Introduz o discurso medicinal como parâmetro disciplinar e consensual em relação à vida saudável e às virtudes morais. Essa parte também desenvolve uma reflexão sobre o estigma da droga, onde consumo e dependência aparecem enlaçados à disposição medicatriz. Na segunda parte, a dissertação situa a questão da temporalidade no universo do consumo e das culturas do corpo e da juventude emergentes nos últimos séculos. Comenta a dimensão do tempo dentro de uma lógica que aproxima o sujeito de que se trata a uma elasticidade do presente. Com isso introduz a noção da atemporalidade no inconsciente para justificar a peculiar disposição farmacotímica e efeitos significantes. A terceira e última parte consiste na leitura sobre a sistematização dos enunciados extraídos das reportagens, que constitui o corpus da pesquisa, e sua implicação quanto aos conteúdos teóricos desenvolvidos nas primeiras partes. A análise se sustenta nas marcas significantes e seus efeitos agrupados em tópicos de investigação, e circunscreve o sujeito farmacotímico como sintoma de mecanismos sociais, hipótese do estudo.
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The present study makes an analysis about the information conveyed by the press concerning to the consumption of psychoactive substances in an environment of culturally established tendencies in Brazilian society. It aggregates 110 reports that discuss about different products and medicines, individual e ethical matters, to develop a focalized reading in the light of language sciences, especially psychoanalytic theory. The piece of work is shown in three parts, which organize theoretical points and give support to the hypothesis of the investigation. The first part discusses the social pharmacothymie, concept that concerns the dissertation, exploring locations where one can find a cultural consumption of substances. This introduces medical language as consensus and disciplinary paradigm in reference to healthy life and moral virtues. This part develops a reflection on the drug stigma, where consumption and dependence are related to a disposition to take medicine. In the second part, the dissertation states the matter of temporality in the universe of consumption and of youth and body cultures emerging in the last centuries. It comments on the time dimension inside a logical frame that brings the subject concerned to a present elasticity. From this point, the timeless notion in the unconscious justifies peculiar pharmacotymic disposition and significant effects. The third and last part consists in the reading over the excerpts from the reports, systematized in the corpus of the research, and their implications regarding the theoretical contents previously developed. The analysis focuses on the significant remarks and effects united in topics of investigation, circumscribing a pharmacotymic subject as the symptom of social mechanisms, the hypothesis of the study.
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