Summary: | Este trabalho teve como objetivo principal estudar como se dá a percepção de crianças pequenas durante uma visita a um museu de microbiologia. Mais do que identificar os conhecimentos das crianças em relação ao tema microrganismos, nossa intenção nessa investigação foi estudar quais elementos estão envolvidos na aprendizagem de temas científicos durante uma visita a uma exposição. Para isso, elegemos o conceito de percepção como foco de análise, no sentido que este assume dentro da teoria sociocultural. Foram analisados dados coletados durante visitas de famílias com crianças entre quatro e seis anos à exposição permanente \"O Mundo Gigante dos Micróbios\" do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan (São Paulo - SP). O referencial teórico teve aporte principal na teoria sociocultural, no que diz respeito à aprendizagem como processo social, que se desenvolve no convívio com os outros. Baseamonos em obras de Vigotski (2007; 2009); Allen (2002) e Silva (2008) para compor o escopo teórico e as categorias de análise de dados. Elaboramos com base em Campos (2013) um sistema de categorias de análise que buscam identificar quais tipos de conversas se estabelecem durante a visita das crianças ao museu. Esse sistema de categorias se divide em três frentes: conversas centradas na percepção, conversas de conexão e conversas de maior elaboração conceitual. Os resultados apontam para a grande predominância das conversas centradas na percepção, que englobam operações cognitivas de nomeação, identificação, caracterização, afetividade, além das falas que expressam o próprio uso dos objetos expositivos e espaço da exposição pelas crianças. Esses resultados reforçam nossa ideia inicial de que dentre todas as operações e processos ligados à aprendizagem que o museu pode provocar, a percepção é o que ocorre com maior frequência e intensidade. Este trabalho reforça a necessidade de aprofundar as investigações em torno dessa temática para estudar as possibilidades de aprendizagem promovidas pelo museu de ciências para as crianças pequenas.
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This work aimed to study how young children\'s perception develops during a visit to a museum of Microbiology. More than identifying the knowledge of children in relation to the microorganisms theme, our intent in this research study was to understand what elements are involved in science learning during visits to an exhibition. In that way, we chose the concept of \'perception\' as the focus of our analysis in terms of the meaning it takes within the sociocultural theory. We analyzed data collected during family visits with children between four and six years old to the permanent exhibition \"The Giant World of Microbes\" at the Museum of Microbiology in the Instituto Butantan. (São Paulo, Brazil). The main theoretical framework was primarily based on the sociocultural theory, with regard to learning as a social process that develops in the interaction with others. We rely on works of Vygotsky (2007; 2009); Allen (2002) and Silva (2008) to compose the theoretical scope and categories of data analysis. We drafted a system of categories of analysis based on Campos (2013) that seeks to identify which types of conversations occur during children\'s visits to the museum. This category system is divided into three types: perception-oriented conversations, connecting conversations and conversations with greater conceptual elaboration. Results point to a great prevalence of perception-oriented conversations which encompass cognitive operations of naming, identifying, characterizing, affection, besides children\'s own words that express the specific usage of the displayed objects and exhibition space. Such results emphasize our initial idea that among all operations and processes associated to learning that the museum is able to trigger, perception is the one more frequently and more intensely applied. This study emphasizes the need to deepen investigations on such theme in order to study learning possibilities promoted by science museums to young children.
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