Summary: | Introdução: A alteração da percepção da imagem corporal (IC) está relacionada à busca pelo considerado corpo ideal, padrão este resultado de uma construção histórica influenciada pelo meio sociocultural e também por fatores individuais. Tais fatores, aliados às exigências dos esportes de competição (como performance, adequação de peso e massa corporal), ao stress e à ansiedade consequentes, e também ao fato de que o ambiente esportivo pode ser um meio ampliador de pressões socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro, contribuem para que os atletas sejam uma população vulnerável à insatisfação corporal e possam constituir, consequentemente, um grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares (TA). Considerados transtornos mentais e comportamentais, entende-se que os TA são também diretamente influenciados pela família, cujo funcionamento pode ser determinante do bem-estar e da saúde física e emocional do indivíduo. Objetivos: Investigar fatores associados ao risco para transtornos alimentares em corredores de média e longa distância adolescentes e adultos de ambos os sexos. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com corredores adolescentes do projeto social Kiatleta do São Paulo Futebol Clube e com corredores adultos que treinam no Campus da Cidade Universitária por meio de instrumentos que foram aplicados em sequência lógica: o questionário socioeconômico e demográfico, o Apgar Familiar, o Teste de Atitude Alimentar (Eating Attitudes Test EAT-26) e a Escala de Silhuetas de Stunkard, além da coleta de medidas antropométricas para avaliação do estado nutricional. Os resultados obtidos foram analisados de forma descritiva, comparativa e estatística a fim de correlacionar as variáveis relativas a gênero, perfil socioeconômico e demográfico dos atletas e de suas famílias, qualidade do funcionamento familiar e ocorrência de insatisfação corporal ao risco para TA. Resultados: As variáveis analisadas indicaram maior risco para TA e distorção de IC na população adulta feminina e uma parcela significativa de risco para TA e de distorção de IC em corredores adolescentes do sexo masculino. Insatisfação corporal e família disfuncional estiveram associados ao risco para TA. Conclusão: A prevenção de transtornos alimentares em corredores de média e longa distância devem considerar o atleta de forma integral, como alguém que precisa não apenas de treinamento esportivo, mas também de orientação segura sobre alimentação e de apoio familiar saudável.
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Introduction: Change in the perception of body image (BI) is related to the search for the ideal body, a pattern that is the result of a historical construction influenced by sociocultural environment and personal factors. These factors, linked to demands of competitive sports (such as performance, weight and body mass adequacy), to stress, to inevitable anxiety, and also to the fact that sports atmosphere can be an amplifying way to sociocultural pressure motivated by the ideal of a thin body, contribute to the vulnerability and BI distortion of athletes and may build, consequently, an eating disorder (ED) risk group. Eating disorders are considered mental and behavioral disorders and are also directly influenced by family. A family way of functioning may determine a person\'s emotional and physical health and also her/his well-being. Objectives: the investigation of associated risk factors to eating disorders in average and long distance adolescents and adults. Methods: A cross-sectional study with adolescent runners from Kiatleta do São Paulo Futebol clube project and adult runners that train in the Campus of São Paulo University. This study applied instruments in a logical sequence: a socioeconomic and demographic questionnaire, Family Apgar, Eating Attitudes Test EAT-26, the Stunkard Silhouettes Scale and data from anthropometric measures to assess nutritional status. The results were analyzed in a descriptive, comparative and statistical way in order to see variables related to genre, social, economic and demographic profile of athletes and its families, family functioning quality and relation of the distortion in BI to predisposition of eating disorder development. Results: The variables indicated higher incidence of ED and body dissatisfaction in adult females and a significant group for ED and body dissatisfaction in adolescent male runners. Body dissatisfaction and dysfunctional family are associated to eating disorder risk. Conclusion: The prevention of eating disorders on average and long distance runners must consider the athlete as a whole, as a person that needs not only sport training, but also a healthy family support and a safe guidance for eating.
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