Summary: | O Estado nazista caracterizou-se não só pela violência física empregada contra o povo, mas também pela violência psicológica que procurou exercer sobre a sociedade pelo viés propagandístico, fosse ele iconográfico, escrito ou falado. Neste governo, a propaganda e a doutrinação desempenharam um papel fundamental para constituição, permanência e prática de sua política ditatorial, que culminou com a Segunda Guerra Mundial. A busca de meios eficazes de convencimento transformou-se em instrumento produtivo para dar veracidade às suas ideias e doutrinas, angariando assim novos partidários da causa. No sentido de detectar e analisar um desses meios de convencimento, a presente dissertação elegeu piadas publicadas em um jornal de grande circulação como objeto precípuo de seu estudo, visto que os chistes devem ser compreendidos não apenas como meros instrumentos de diversão, mas também como discursos carregados de sentidos, que podem ser utilizados como veículo de propaganda e manipulação. Partindo do pressuposto de que piadas, assim como outros textos discursivos, refletem um discurso que vai muito além do que ali está exposto, apontando para outros dizeres já cristalizados, nossa análise dos chistes utilizará o respaldo teórico-metodológico da Análise do Discurso francesa e discussões de Freud e Bergson sobre o humor, visando compreender como esse meio de comunicação de massa, de boa acolhida, pode ter atendido aos ideais nazistas. O fundamento da argumentação aqui exposta baseia-se na percepção de que a recepção de um discurso, de aspecto lúdico ou não, remete a sentimentos e a uma memória já previamente construída no âmbito social, indicando, desse modo, que os sentidos, que se materializam em um texto, trazem de forma latente em seu bojo discursos já-ditos alhures.
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The Nazi State was characterized not only for the devoted physical violence against the people, but also for the psychological violence that tried to exercise on the society for the propagandistic inclination as it was iconographic, written or spoken. In that government, the propaganda and the indoctrination they played took out a fundamental part for constitution, permanence and practice to its dictatorial politics that culminated with to World War II. The search of effective means of convincing became productive instrument to give truthfulness to their ideas and doctrines, recruiting this way that new supporting of the cause. In the sense of detecting and to analyse one of those convincing means, this dissertation has chosen jokes published in a newspaper of great circulation as foremost object of its study, because the jokes should be understood not only as mere instruments of amusement, but also as speeches loaded of senses that can be used as advertising and manipulation means. Starting the presupposition that jokes, as well as other discursive texts reflect a speech that overdoes what it is fairly exposed, it points out to other sayings which they have already crystallized. Our analysis of the jokes has used the theoretical-methodological backrest on French Discourse Analysis and the discussions of Freud and Bergson about the humor seeking to understand how that good welcome broadcasting could have assisted to the Nazi ideals. The ground of the argumentation hereinto exposed bases on the perception that the reception of a speech, of playful activity aspects or not postpones to feelings and to a memory previously built in the social extent, indicating however, that the senses that materialized themselves in a text, they bring elsewhere in a latent way in their salience already-said speeches.
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