Práticas e representações das mulheres na Revolução Francesa - 1789-1795
O tema desta dissertação de mestrado é a controvérsia sobre os direitos civis e políticos das mulheres na França revolucionária , suscitada pela atuação cívica vigorosa das militantes políticas nos seis primeiros anos da Revolução - 1789-1795. Essas mulheres adquiriram uma visibilidade dramática...
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Universidade de São Paulo
2009
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Iconografia
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Militantes Mulheres Revolução Francesa French Revolution Iconography Militants Women Tania Machado Morin Práticas e representações das mulheres na Revolução Francesa - 1789-1795 |
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O tema desta dissertação de mestrado é a controvérsia sobre os direitos civis e políticos das mulheres na França revolucionária , suscitada pela atuação cívica vigorosa das militantes políticas nos seis primeiros anos da Revolução - 1789-1795. Essas mulheres adquiriram uma visibilidade dramática ao participar maciçamente do movimento revolucionário, organizar-se em clubes políticos e exercer na prática alguns dos direitos de cidadania reservados ao sexo masculino. Seus direitos cívicos foram recusados, mas, pela primeira vez o assunto foi debatido e as autoridades tiveram que justificar a exclusão publicamente. O objetivo da pesquisa é estudar como as mulheres do povo conseguiram participar tão ativamente da vida política nacional no período inicial da Revolução e as razões pelas quais foram afastadas da cena pública. Estudarei a questão através das categorias práticas e representações, focalizando a atuação das militantes, e as imagens de mulheres nos espaços públicos e privados. Três grupos femininos emblemáticos serão considerados: as mães republicanas, as militantes políticas e as mulheres-soldados. A militância será analisada em duas vertentes principais: as jornadas revolucionárias começando pela Marcha a Versalhes em 1789 e a atuação de clubes femininos como a Sociedade das Republicanas Revolucionárias. As ativistas foram derrotadas junto com o último levante popular em Prairial do ano III. Razões políticas e culturais explicam porque as mulheres foram mal recebidas na arena política nacional. O capítulo da Iconografia apresenta 37 imagens de alegorias, caricaturas e cenas de acontecimentos da Revolução que ajudam a compreender o comportamento que se esperava das mulheres decentes: a maternidade com a dimensão cívica da educação dos futuros patriotas e a dedicação exclusiva ao lar. A moral republicana exigia que cada um cumprisse o seu papel na família e no corpo político. Era preciso manter a diferenciação das funções dos sexos: as mulheres deviam governar a casa e os homens o país. As militantes queriam ser mulheres livres, armarse, agir com independência , mas a maioria dos homens achava que eram usurpadoras das atribuições masculinas. A iconografia mostra modelos de comportamentos femininos virtuosos: deusas representando a nação porque estavam acima dos conflitos ou mães abnegadas, caridosas e heróicas. As que freqüentavam as tribunas das assembléias se transformavam nas terríveis \"tricoteiras\". As militantes foram toleradas enquanto foram úteis quando fizeram oposição aos jacobinos foram reprimidas em nome dos princípios morais que sustentavam a República.
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The subject of this Master\'s thesis is the controversy about civil and political rights of women in revolutionary France, sparked by the vigorous female militancy in the early years of the Revolution 1789-1795. These women became dramatically visible when they massively joined the revolutionary movement, organized in political clubs and exercized some exclusively male citizenship rights. Their political rights of citizenship were denied , but for the first time the issue was debated and government officials had to publicly justify their decision. The objective of this research is to study how working-class women managed to participate so actively in national politics in the initial period of the Revolution and the reasons that led to their being banned from the public scene. I will explore the subject from the perspective of women\'s practices and representations, meaning the militants\' civic actions and women\'s images in the public and private spheres. This paper will focus on three main groups of women: republican mothers, political activists and women soldiers. Their political involvement will be considered from the standpoint of their participation in insurrectionary journées, such as the March to Versailles, and membership in women\'s political clubs, such as the parisian Society of Revolutionary Republicans. The militant citoyennes were defeated in the last popular uprising of Prairial, Year III. Political and cultural factors explain why women\'s intervention in national politics was not welcomed. The chapter on representations discusses a repertoire of 37 alegories , caricatures and revolutionary events that help understand the kind of behaviour expected of decent women: civic motherhood, whose aim was to nurture and educate future patriots and an exclusive devotion to domestic duties. Republican morals required that everyone fulfilled their proper role in the family and in public life. It was necessary to maintain the cultural norms of gender differentiation : women managed the household and men ruled the country. Militants wanted to be \"free women\", that is, bear arms, and act independently , but most men thought that activists were \"stepping out of their sex\" and usurping male roles. The iconography fosters virtuous feminine behaviour: lofty goddesses representing the nation because they stood above conflict; or self-sacrificing, charitable and heroic mothers. The women who regularly attended the Assembly galleries became despicable \"knitters\". Militant women were tolerated while useful but when they became political adversaries, they were repressed in the name of the essential moral principles of the Republic
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Laura de Mello e Souza |
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Seus direitos cívicos foram recusados, mas, pela primeira vez o assunto foi debatido e as autoridades tiveram que justificar a exclusão publicamente. O objetivo da pesquisa é estudar como as mulheres do povo conseguiram participar tão ativamente da vida política nacional no período inicial da Revolução e as razões pelas quais foram afastadas da cena pública. Estudarei a questão através das categorias práticas e representações, focalizando a atuação das militantes, e as imagens de mulheres nos espaços públicos e privados. Três grupos femininos emblemáticos serão considerados: as mães republicanas, as militantes políticas e as mulheres-soldados. A militância será analisada em duas vertentes principais: as jornadas revolucionárias começando pela Marcha a Versalhes em 1789 e a atuação de clubes femininos como a Sociedade das Republicanas Revolucionárias. As ativistas foram derrotadas junto com o último levante popular em Prairial do ano III. Razões políticas e culturais explicam porque as mulheres foram mal recebidas na arena política nacional. O capítulo da Iconografia apresenta 37 imagens de alegorias, caricaturas e cenas de acontecimentos da Revolução que ajudam a compreender o comportamento que se esperava das mulheres decentes: a maternidade com a dimensão cívica da educação dos futuros patriotas e a dedicação exclusiva ao lar. A moral republicana exigia que cada um cumprisse o seu papel na família e no corpo político. Era preciso manter a diferenciação das funções dos sexos: as mulheres deviam governar a casa e os homens o país. As militantes queriam ser mulheres livres, armarse, agir com independência , mas a maioria dos homens achava que eram usurpadoras das atribuições masculinas. A iconografia mostra modelos de comportamentos femininos virtuosos: deusas representando a nação porque estavam acima dos conflitos ou mães abnegadas, caridosas e heróicas. As que freqüentavam as tribunas das assembléias se transformavam nas terríveis \"tricoteiras\". As militantes foram toleradas enquanto foram úteis quando fizeram oposição aos jacobinos foram reprimidas em nome dos princípios morais que sustentavam a República. The subject of this Master\'s thesis is the controversy about civil and political rights of women in revolutionary France, sparked by the vigorous female militancy in the early years of the Revolution 1789-1795. These women became dramatically visible when they massively joined the revolutionary movement, organized in political clubs and exercized some exclusively male citizenship rights. Their political rights of citizenship were denied , but for the first time the issue was debated and government officials had to publicly justify their decision. The objective of this research is to study how working-class women managed to participate so actively in national politics in the initial period of the Revolution and the reasons that led to their being banned from the public scene. I will explore the subject from the perspective of women\'s practices and representations, meaning the militants\' civic actions and women\'s images in the public and private spheres. This paper will focus on three main groups of women: republican mothers, political activists and women soldiers. Their political involvement will be considered from the standpoint of their participation in insurrectionary journées, such as the March to Versailles, and membership in women\'s political clubs, such as the parisian Society of Revolutionary Republicans. The militant citoyennes were defeated in the last popular uprising of Prairial, Year III. Political and cultural factors explain why women\'s intervention in national politics was not welcomed. The chapter on representations discusses a repertoire of 37 alegories , caricatures and revolutionary events that help understand the kind of behaviour expected of decent women: civic motherhood, whose aim was to nurture and educate future patriots and an exclusive devotion to domestic duties. Republican morals required that everyone fulfilled their proper role in the family and in public life. It was necessary to maintain the cultural norms of gender differentiation : women managed the household and men ruled the country. Militants wanted to be \"free women\", that is, bear arms, and act independently , but most men thought that activists were \"stepping out of their sex\" and usurping male roles. The iconography fosters virtuous feminine behaviour: lofty goddesses representing the nation because they stood above conflict; or self-sacrificing, charitable and heroic mothers. The women who regularly attended the Assembly galleries became despicable \"knitters\". Militant women were tolerated while useful but when they became political adversaries, they were repressed in the name of the essential moral principles of the Republic 2009-12-17 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-01022010-165929/ por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade de São Paulo História Social USP BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo instacron:USP |