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Previous issue date: 2009-11-27 === As muta??es contempor?neas da rela??o capital-trabalho caracterizam-se por processo de acumula??o cada vez maior pela via da mais-valia relativa. Tem-se a diminui??o dos postos de emprego formal e o aumento do n?mero de trabalhadores desempregados que podem ser considerados (des)necess?rios ao processo de produ??o. Nesse contexto, a Economia Solid?ria surge como uma estrat?gia de resist?ncia e enfrentamento ?s express?es da quest?o social, reunindo a??es de gera??o de trabalho e renda sustentadas na democracia, autogest?o, coopera??o e solidariedade. A partir da Teoria da An?lise do Discurso de Michel P?cheux, caracteriza-se a Forma??o Discursiva da Economia Solid?ria, organizada pela forma-sujeito indiv?duo livre, de direitos e coletivo-solid?rio que ? compreendida como a materialidade de forma??es ideol?gicas capitalistas e socialistas. Os discursos da referida forma??o discursiva s?o marcados pela contradi??o entre a reprodu??o e a transforma??o das rela??es sociais de produ??o. Discute-se como, a partir da forma??o discursiva em quest?o, ocorre o agenciamento de subjetividades singulares-coletivas capazes de dar sustenta??o simb?lica ? pr?pria Economia Solid?ria. O corpus da pesquisa abarca a an?lise dos discursos enunciados pela I Confer?ncia Nacional de Economia Solid?ria, a partir da qual se identificam quatro efeitos de sentido sobre a Economia Solid?ria: um modo de organiza??o da produ??o, distribui??o e consumo, baseado na propriedade e gest?o coletiva dos meios de produ??o e dos bens e/ou servi?os produzidos; um movimento social; uma estrat?gia de desenvolvimento social includente e uma pol?tica p?blica de Estado. A partir da articula??o dos sentidos identificados, pode-se dizer que a I CONAES se apresenta como uma modalidade de posi??o-sujeito totalmente identificada com a forma-sujeito que caracteriza a Forma??o Discursiva da Economia Solid?ria. Os discursos da I CONAES centram-se nas possibilidades de transforma??o das rela??es sociais de produ??o, sem fazer refer?ncia aos aspectos relativos ? reprodu??o de tais rela??es, o que pode ser compreendido como um efeito da pr?pria interpela??o ideol?gica sofrida pela Confer?ncia. Dessa forma, considera-se que essa n?o apresenta possibilidade de ruptura com a Forma??o Discursiva na qual se encontra inserida. As possibilidades de transforma??o social presentes no discurso da I CONAES apontam para o agenciamento de subjetividades capazes de oferecer sustenta??o para a pr?pria Economia Solid?ria. Por?m, tais possibilidades de composi??es subjetivas n?o apontam para a constitui??o de outra forma-sujeito, representativa de outra forma??o discursiva que possa ser considerada materializadora de uma forma??o ideol?gica capaz de levar ? supera??o da sociedade capitalista. O rompimento com a pr?pria forma??o discursiva da economia solid?ria na dire??o de outra forma??o discursiva, representativa de outra forma??o ideol?gica, talvez s? seja poss?vel na medida em que os discursos da forma??o discursiva abarquem tanto a transforma??o quanto a reprodu??o das rela??es sociais de produ??o.
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