Summary: | Submitted by Marilene Donadel (marilene.donadel@unioeste.br) on 2017-09-15T14:20:39Z
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Previous issue date: 2016-09-20 === In this work, we intend to present a philosophical analysis about Kant's relationship with Mysticism revisiting classic Kantian concepts that have an articulator function of this issue, namely, the distinction between a sensitive and intellectual intuition (intellectus archetypus) and their close but neglected relationship to the concept of archetype in Religion and typus in the second Critique, intuitive and symbolic knowledge and the anthropological concepts still almost unknown as the gift of divination and the faculty of prediction to forecast. We will also present the Kantian´s enthusiastic apology of sensibility and the subject of unconscious representations alsosubliminal in the first Critique. Finally we will conduct a more detailed analysis of Swedenborg´s case presenting a short diagnosis of Kant. Despite the apparent irrational nature of the subject, the philosopher thoroughly occupied this motiv or this philosophical problem that concerns on the fundamental philosophical question, deep and critical about the constitutive nature of what is usually and imprecisely called Mysticism. However, this designation seems to support a kind of subtle philosophical prejudice, that is, the apparently clear and disinterested objectivity in order to predispose the analysis of what would present itself as the "mystical experience"; as something already known, although attached to this, an anathema of insanity or at least something that is not philosophical, objetive. According to some scholars and highlighted textually by Kant himself, this relationship quite paradoxical, that is, Kant himself, considered one of the great exponents of German Aufklärung, a philosophical and spiritual phenomenon, found himself vacillating in their judgment. However, as we seek to show throughout this work, far from being uninteresting to Kant, the philosopher thoroughly occupied this topic, or even what we might call, this philosophical problem, which presents itself surreptitiously in his Critical Philosophy. As we will see throughout this work, according to scholars was precisely the struggle between Enthusiasmus and Schwärmerei that flourished German Aufklärung. From this conflictual relationship between objectivity and subjectivity, reason and faith,hypochondriac andmelancholic crisesand massive cases of suicides iswhere Kantian clash with Mysticismemerge, and it is in this context of dilemmas that Kant develops his Critical and Transcendental Philosophy. According to Baigorria (2014), The Schwärmerei phenomenon since Kant´s context was something controversial and devoid of a philosophical criterion purely objective and impartial, although originally was associated with religious fanaticism, and the clash between Luther and the Anabaptists, the Schwärmerei would have suffered numerous semantic and cultural changes. If we remember and reflect deeply about the scope of the four questions raised by Kant in his Logic, after and worthy hermeneutic review, an updated phenomenological of the ancient wisdom, we would understand why all these questions are referred to the last one, The Human, and therefore self-knowledge. Only then we will be willing to follow the exhortation exposed at the Delphic temple´s porch: "If you cannot find within yourSelf what you are searching for, nor you will find out. Man, know thySelf and you will know the Universe and the Gods!". === Neste trabalho, pretendemos apresentar uma análise filosófica acerca da relação de Kant com o Misticismo revisitando conceitos clássicos kantianos que possuem uma função articuladora desta temática, a saber, a distinção entre uma intuição sensível e intelectual (intellectus archetypus) e sua relação íntima, porém negligenciada com o conceito de arquétipo na Religião e typus na segunda Crítica, o conhecimento intuitivo e simbólico, bem como conceitos antropológicos ainda quase desconhecidos como o dom divinatório e a faculdade de previsão, etc. Apresentaremos também a entusiástica apologia kantiana da sensibilidade e o tema das representações inconscientes também subliminares na primeira Crítica. Finalmente iremos realizar uma análise mais detalhada do caso Swedenborg apresentando um diagnóstico de Kant. Apesar da aparente natureza irracional do assunto, o filósofo se ocupou exaustivamente deste problema filosófico que se refere à questão filosófica primordial, profunda e crítica acerca da natureza constitutiva do que se convenciona chamar de Misticismo. No entanto, esta designação parece favorecer a uma espécie de preconceito filosófico sutil, ou seja, com a aparência de uma objetividade evidente e desinteressada de modo a predispor a análise disso que viria a se apresentar como a “experiência mística” como algo já conhecido, embora anexado a esta, um anátema de insanidade ou, no mínimo, de algo que não é filosófico, objetivo. Segundo alguns estudiosos e evidenciada textualmente pelo próprio Kant, tal relação é um tanto quanto paradoxal, ou seja, o próprio Kant, considerado como um dos grandes expoentes do Aufklärung alemã, diante de tal fenômeno filosófico e espiritual, se viu vacilante quanto aos seus juízos. No entanto, como buscamos mostrar ao longo deste trabalho, longe de ser desinteressante para Kant, o filósofo se ocupou exaustivamente deste tema, ou até mesmo, o que poderíamos chamar, deste problema filosófico, o qual se apresenta sub-repticiamente em sua Filosofia Crítica. Como veremos ao longo deste trabalho, segundo estudiosos foi justamente no embate entre o Enthusiasmus e a Schwärmereique que floresceu a Aufklärung alemã. A partir dessa conflituosa relação entre objetividade e subjetividade, razão e fé, acessos hipocondríacos, crises melancólicas e massivos casos de suicídios é que surge o embate kantiano com fenômeno do Misticismo, e é neste contexto de dilemas que Kant desenvolve sua Filosofia Crítica e Transcendental. O fenômeno da Schwärmerei já na época de Kant era algo controverso e desprovido de um critério filosófico puramente objetivo e imparcial, segundo Baigorria (2014), embora originalmente estivesse associado ao fanatismo religioso, e ao embate de Lutero com o Anabatistas, a Schwärmerei teria sofrido inúmeras modificações semântico-culturais. Se recordarmos e refletirmos profundamente acerca do escopo das quatro questões apresentadas por Kant em sua Lógica, após uma revisão hermenêutica e fenomenológica atualizada e digna da sabedoria dos antigos, entenderemos o motivo pelo qual todas elas se referem ao Homem, e, portanto ao autoconhecimento. Só assim estaremos dispostos a seguir a exortação exposta no pórtico do templo de Delfos: “Se não podes encontrar dentro de ti mesmo o que buscas, tampouco encontrarás fora. Oh Homem, conheça a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses! ”.
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