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Previous issue date: 2015-06-11 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Introdução: O sono é uma função fisiológica essencial para a vida humana na qual ocorrem inúmeros eventos determinantes para a saúde das pessoas. Na adolescência, o tempo ideal de sono pode ser superior comparando-se com os adultos e está diretamente ligado com a boa saúde dos jovens considerando que esta fase é marcada por importantes mudanças biopsicossociais, cognitivas e comportamentais. Objetivo: Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar as associações entre o sono e a saúde em estudantes do ensino fundamental de acordo com indicadores sociais objetivos e subjetivos. Método: Inicialmente foi conduzida uma revisão sistemática da literatura a fim de verificar as relações entre o sono e fatores sociodemográficos em crianças e adolescentes considerando diferentes indicadores sociais. Foram analisados estudos publicados nas bases de dados MedLine/PubMed e SciELO que apresentassem resultados originais, sem restrições de idioma e de período, com associações entre variáveis de sono e indicadores sociais. Os resultados desta revisão permitiram identificar lacunas do conhecimento sobre a temática do sono, além de fatores que necessitam de maiores entendimentos, servindo de base para o desenvolvimento da segunda parte do estudo. Nesta segunda parte foram investigados 312 estudantes, de ambos os sexos, com idades de 10 a 16 anos, regularmente matriculadas no ensino fundamental de 5º ao 8° ano, de uma escola da rede pública municipal de Florianópolis SC. Foram coletadas informações sobre o sexo, idade, cor da pele, turno escolar, estrutura familiar, nível econômico, percepção de saúde e de status social, massa corporal, estatura e atividade física. Resultados: Constatou-se, a partir da revisão sistemática, possíveis relações entre os indicadores sociais e o sono de crianças e adolescentes. O baixo status social refletiu, de forma geral, numa pior percepção da qualidade do sono, menor duração do sono e maior sonolência diurna. No Brasil, apenas um estudo com tal problemática foi identificado. Na análise empírica foi observada correlação negativa entre a idade e a duração do sono (r= -0,292; p< 0,001) e correlação positiva entre a idade e a pontuação da Pediatric Daytime Sleepiness Scale (PDSS) (r= 0,186; p= 0,023). Considerando as variáveis independentes, foram observadas diferenças na sonolência diurna com relação à percepção de estresse (p< 0,001) e dividir o quarto (p= 0,021). Na análise da duração do sono foram identificadas diferenças considerando o turno escolar (p< 0,001) e a cor da pele (p= 0,016). Na medida em que a percepção de status social na escola foi mais negativa aumentaram os indicadores de sonolência diurna (r= -0,281; p<0,001). Todos os domínios da qualidade de vida se correlacionaram negativamente com a sonolência diurna. Já com relação à duração do sono apenas o domínio escola apresentou correlação significativa. Conclusão: Constatou-se, a partir da revisão sistemática, possíveis relações entre os indicadores sociais e o sono dos adolescentes o que foi confirmado com a análise empírica. O baixo status social refletiu numa pior percepção subjetiva da qualidade do sono, menor duração e maior sonolência diurna. Considerando os resultados do estudo original foi verificado que os estudantes brancos apresentaram menor duração do sono. Já aqueles que não dividem o quarto e que possuem percepção mais negativa de status social na escola apresentaram maiores indicadores de sonolência diurna. Além disso, questões escolares, como o turno, e, de saúde, como a percepção de estresse mostram-se como variáveis associadas com o sono e a sonolência dos estudantes. Destaca-se, desta forma, a importância da discussão no âmbito da organização escolar e das famílias a respeito da saúde emocional considerando que tais questões estão permeadas pelas características sociais objetivas e subjetivas dos estudantes.
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