Irmãos de Cor e de Fé: irmandades negras na Parahyba do século XIX

Made available in DSpace on 2015-05-14T12:23:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1822334 bytes, checksum: a33836a87da7aac2a568e14a8de834eb (MD5) Previous issue date: 2006-12-11 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === Dans cette recherche, nous an...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alves, Naiara Ferraz Bandeira
Other Authors: Sá, Ariane Norma de Menezes
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal da Paraí­ba 2015
Subjects:
Online Access:http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/6033
Description
Summary:Made available in DSpace on 2015-05-14T12:23:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1822334 bytes, checksum: a33836a87da7aac2a568e14a8de834eb (MD5) Previous issue date: 2006-12-11 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === Dans cette recherche, nous analysons la situation des fratries noires dans la Province de Paraíba au cours du XIXème siècle, en ce qui concerne le processus de socialisation des hommes noirs. Or, les fratries sont des institutions religieuses qui, pour pouvoir fonctionner, ont besoin de l autorisation de l Etat et de l Eglise. Les membres d une fratrie devaient présenter, auprès de l Assemblée Législative Provinciale, un document qui pouvait être approuvé par cette assemblée. Ce document s intitulait Ordre de Compromis et décrivait le statut de la fratrie en question, ainsi que ses intentions. Les documents des fratries concernées ont été l une de nos principales sources pour la réalisation ce travail, développé à partir de l Histoire Culturelle, avec un appui théorique sur les discussions de Guinzburg (2002) sur la circularité culturelle. Les principales intentions lors de la fondation d une fratrie étaient celles de la divulgation et de la promotion du culte du saint patron d une ville déterminée. Pour ce faire, on réalisait des commémorations de la fête de ce saint patron, avec des processions, des messes et des hommages qui comprenaient l utilisation de bougies et de sons de cloches. Néanmoins, ces fratries sont marquées par une ambigüité qui leur est indissociable. En effet, elles ont été mises en place comme un moyen de soumettre les Noirs, qu ils soient esclaves ou libres, aux pratiques religieuses officielles, en plus de chercher à divulguer l idée de résignation promulguée par l Eglise Catholique. Les Noirs, allant contre cette idée, ont utilisé leurs fratries dans le but de recréer des liens sociaux. Ces lieux servaient alors à un processus de construction de la liberté. A l intérieur de ces fratries, une politique d aide réciproque était développée, grâce à laquelle on pouvait secourir ses frères en cas de maladie, d emprisonnement, au moment de la mort ou encore lors de l achat de lettres d affranchissement. Parmi leurs principales activités, nous pouvons souligner ici les démarches entreprises lors de la mort de l un des frères. La fratrie assumait la responsabilité de tout le processus en vue d une bonne mort . Au cours de ce processus, le frère défunt devrait avoir droit à une veillée funèbre, à un cortège, à un enterrement (de préférence dans une église de la fratrie) et à des prières. Après avoir soulevé ces caractéristiques parmi les différents documents travaillés, nous avons pu conclure que les Fratries constituaient un espace de lutte et de résistance, dans lequel l homme noir cherchait à se réorganiser socialement. Il s intégrait ainsi à la société, assumant des rôles qui n étaient pas que ceux exclusivement liés à l esclavage. === Nesta pesquisa analisamos a atuação das Irmandades Negras na Província da Parahyba do século XIX no processo de sociabilização dos homens pretos. As irmandades são instituições religiosas que, para poderem funcionar precisavam da autorização do Estado e da Igreja. Seus integrantes apresentavam na Assembléia Legislativa Provincial um documento, denominado de Ordem de Compromisso, onde descreviam o estatuto e as intenções de sua confraria. Estes documentos foram uma de nossas principais fontes para realização deste trabalho, desenvolvido sob a perspectiva da História Cultural, com embasamento teórico nas discussões de Guinzburg (2002), sobre a circularidade cultural. As Irmandades eram fundadas com a intenção primordial de divulgação e promoção do culto de um santo padroeiro e para isso realizavam anualmente a comemoração de sua festa, com procissões, missas e homenagens com velas e toques dos sinos. Essas irmandades, entretanto, trazem em suas instituições uma ambigüidade que lhes é indissociável, já que foram implementadas como forma de submeter os negros escravos ou libertos às práticas religiosas oficiais, além de procurar divulgar a idéia de conformação promulgada pela Igreja Católica. Os negros, contrariando essa idéia, utilizaram-se das suas irmandades para reconstruir laços sociais, ou seja, tais espaços serviam para um processo de construção da liberdade. Dentro das irmandades desenvolvia-se uma política de ajuda mútua aos seus integrantes, com a qual socorriam seus irmãos em caso de doenças, de prisão, na hora da morte e na compra de cartas de alforria. Entre as principais atividades das irmandades podemos destacar os procedimentos desenvolvidos a partir da morte de um dos irmãos. A irmandade se responsabilizava por todo o processo que envolvia a realização de uma boa morte . Em tal processo o irmão falecido deveria ter direito a velório, cortejo, sepultamento (preferencialmente dentro da igreja da irmandade) e orações. Após o levantamento dessas características entre os diversos documentos trabalhados, concluímos que as Irmandades eram um espaço de luta e resistência, onde o homem negro procurava reorganizar-se socialmente, reintegrando-se à sociedade, assumindo papéis que não eram, exclusivamente, o de ser escravo.