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Previous issue date: 2013-06-27 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === The purpose of this dissertation is to present the method of Scriptural interpretation described
in the seventh chapter of the Theological-Political Treatise. According to its preface, Spinoza
describes a new and free method of Scriptural interpretation, from which he investigates the
issues relative to this interpretation, and that, throughout his argument, leading him to
conclude in favor of the absolute freedom of reason and the separation between philosophy
and theology. The method for the interpretation of Scripture allows to develop all the
arguments necessary for the reader accept the conclusion of the Spinoza s Treatise, that
freedom of thinking is beneficial to the state and the religion itself. For Spinoza, the method is
an instrument that uses the mind to investigate the truth. The method for the interpretation of
Scripture is the same for the interpretation of nature, as Spinoza says. The method requires
certain requirements which the reader of the Treatise must be followed to properly interpret
Scripture. The first requirement is the criterion of ex sola Scriptura, in others words, only
accept information extracted from Scripture itself and its history. The object and the criteria of
the method focus on Scripture, so over several chapters, the Treatise shows that many things
that claim of Scripture are just prejudices. In the interpretation of Spinoza, the interpreter is
revealed in another role, that of researcher. Before it was a usurper, when the performers took
advantage of the prejudices of the vulgar to usurp the meaning of the biblical texts for their
own benefit. The interpretive question of Spinoza focuses on the meaning and not the
supposed truth of the texts. Then, the old pressuposition, that the Revelation contained in
sacred texts guarantees the narrations truth, is entirely abandoned. Spinoza establishes a new
presupposition: the appropriate knowledge for the language and the history of the text. Using
the same method for the interpretation to the nature and to the Scripture, the philosopher
demonstrates that they underlie distinct sciences, respectively, philosophy and theology, and
that both are distinct from each other and that do not submit to one another. Therefore, since
only the actions of men are the reason for his social judgment, free thinking is not only lawful
but beneficial. === O objetivo desta dissertação é apresentar o método de interpretação da Escritura descrito no
sétimo capítulo do Tratado Teológico Político. Segundo o seu prefácio, Spinoza descreve um
método novo e livre de interpretação da Escritura, a partir do qual ele investiga as questões
que se relacionam com essa interpretação e que, ao longo da sua argumentação, levam-no a
concluir em favor da absoluta liberdade da razão e da separação entre a filosofia e a teologia.
O método de interpretação da Escritura é aquilo que permite desenvolver toda a argumentação
necessária para que o leitor do Tratado aceite a conclusão de Spinoza, que a liberdade de
pensar é benéfica ao Estado e à própria religião. Para Spinoza, método é um instrumento que
a mente usa para investigar a verdade. O método de interpretação da Escritura é o mesmo de
interpretação da natureza, conforme diz Spinoza. O método requer certas exigências que o
leitor-destinatário do Tratado deve observar para interpretar adequadamente a Escritura. O
primeiro requisito é o critério de ex sola Scriptura, ou seja, não se admitem outros dados
senão aqueles extraídos da própria Escritura e da sua história. O objeto e o critério do método
se concentram na Escritura, por isso, ao longo de vários capítulos, o Tratado demonstra que
muitas coisas que se afirmam da Escritura são apenas preconceitos. Na interpretação de
Spinoza, o intérprete se revela num outro papel, o de investigador. Antes era de usurpador,
quando os intérpretes se aproveitavam dos preconceitos do vulgo para usurpar o sentido dos
textos da Bíblia em benefício próprio. A questão interpretativa de Spinoza se concentra no
sentido e não na suposta verdade dos textos. É por isso que o antigo pressuposto de que a
Revelação contida nos textos sacros garantia a verdade das coisas que narrava é totalmente
abandonado. Spinoza estabelece como pressuposto o conhecimento adequado da língua e da
história do texto. Usando o mesmo método de interpretação para a natureza e para a Escritura,
o filósofo demonstra que elas fundamentam ciências distintas, respectivamente, a filosofia e a
teologia, e que ambas são distintas entre si e que não se submetem uma à outra. Logo, desde
que apenas as ações dos homens sejam o motivo do seu julgamento social, o livre pensar é
não só lícito como benéfico.
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