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Previous issue date: 2003-12-09 === This work seeks to identify the ways in which folk culture is (re)interpreted in the mass
media through the analysis of documentary movies produced between 1968 and 1970 in the
Northeast by Caravana Farkas; the pioneer in documenting the manifests of the Brazilian folk
culture.
In order to accomplish such purpose, Farkas s documentaries are discussed in this
study as to how they fit in the Brazilian political-cultural perspective of the 60 s. This study
also looks at which conditions allowed for the building of Farkas s speeches, the rules such
speeches established, and finally how and why such folk cultural manifestations have become
object of study and attention of the so many movie makers ¾ and what was defined by them
as folk culture . The basic theme that transpires in Farkas s documentaries is one of the
other culture, one which has its place in the past and does not belong in the here and now of
modernity. The individuality and the representation of the other are trespassed by the social
differences and the character of the political and cultural resistance of the folk culture. In the
movie makers point of view, much is lost in the appearances of a world whose destiny has
already been determined: the extinction. The documentaries, on the other hand, serve as a
mean of confrontation between the different cultures and also as a mean of dialogue between
them, generating new and multiple meanings that do not depend on the movie makers will. As
a consequence, a new speech about a determined reality arises to life. Not much as an image
(as the one seen in a mirror), but more a reference of a time and space that cannot be relived.
On the tracks of the folk culture, the trip of the Caravana Farkas does not lead to a final or
tranquil ending; for it is intertwined by contradictions and incompatibilities that questions
aroused by the discussion of reality brings about. But the trip makes evident that its importance
for the studies in Communication is in its own journey and in its permanent and endless
dialogue between cultures it provokes. === Este trabalho busca identificar a maneira pela qual a cultura popular é (re)interpretada
nos meios de comunicação de massa, a partir da análise dos filmes documentários produzidos
pela Caravana Farkas, um projeto pioneiro de documentação de manifestações de cultura
popular brasileira, realizado entre 1968 e 1970 no Nordeste. Para tanto, discute-se como os
filmes se inserem no panorama político-cultural do Brasil da década de 60; quais as condições
que permitiram a construção de seus discursos; que regras esses discursos estabeleceram;
como e por que as manifestações culturais populares passaram a constituir objeto de estudo e
de registro dos cineastas; e o que era definido por eles como cultura popular . O tema básico
que perpassa os filmes é o da cultura de uma classe outra, que está no passado e não tem lugar
no aqui e agora da modernidade. A alteridade e a representação do outro estão traspassadas
pelas diferenças de classe, e o caráter de resistência cultural e política das manifestações de
cultura popular, na visão dos cineastas, se perde na aparência de um mundo cujo destino já
está traçado: é a extinção. Os filmes documentários, por outro lado, servem de lugar de
confronto das diferentes culturas e de diálogo entre elas, gerando novos e múltiplos
significados, que independem da vontade dos cineastas. É dessa maneira que constroem um
novo discurso acerca de uma determinada realidade. Menos um reflexo, no sentido de
espelhamento, mais uma referência de um tempo e um espaço que não se repetirão. Nas trilhas
da cultura popular, a viagem da Caravana Farkas não chega a um termo nem a um final
tranqüilo, pois é envolvida pelas contradições e incompatibilidades que as questões suscitadas
pela discussão do real provocam. Mas deixa evidente que a sua importância para os estudos da
Comunicação está na própria jornada e no diálogo permanente e infinito entre culturas que
esse caminhar provoca.
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