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Previous issue date: 2003-11-11 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The ideals of liberty demanded differentiated practices from blacks in order to break with the system of slavery. They were shipboard rebellions, the killing of infants, judgments of chiefs, revolts, besides participation in libertarian movements and the formation of quilombos. Within these, the quilombo was an essential phenomenon in the more than 300 years of slavery in Brazil. Quilombos could be found in each region,
since for the black population, captive or not, this was the best means of attaining freedom, a collective means of confronting the system.The Quilombo of Urubu represented resistance by guaranteeing humane conditions that the slave regime denied black men, children, and above all women. It was a force that came from the very bowels as a cry for liberty, given form through flights in search of a place that provided at least an approximation of a life with dignity, and where they could be proud of their physical bearing, and culture. This quest for freedom demanded, beyond physical force, an apparatus of resistance that had its source in historical and spiritual knowledge, maintained by a religiosity that provided the spiritual strength necessary to fight against
the negation of humanity of the XIX century in the periphery of the region of Bahia. The leader, Zeferina, moved by the social exclusion of blacks, and given impetus by the power of ancestral legacy, by the knowledge of the roots of matrilineal Angolan culture, by a profound knowledge of the historical resistance of queen Nzinga Mbandi, and by the tradition of quilombolas and warrior women lived and fought for the dream of freedom. Today, the flame of this power is continued in the celebrative walk of the 20th of November by the community of Pirajá and the surrounding region as a reference to
black resistance in the fight against current social exclusions.(AU) === Os ideais de liberdade exigiram do povo negro diferenciadas práticas para romper com o sistema escravista. Eram as rebeliões em navios, os atos de infanticídio, os justiçamentos dos feitores, as revoltas, além de participações em movimentos libertários e formações de quilombos. Dentre estas formas de organização, o quilombo foi fenômeno essencial nos mais de 300 anos de escravismo no Brasil. Em cada região existiam quilombos, pois para a população negra, cativa ou não, esse era o melhor meio de alcançar a liberdade, um meio coletivo para enfrentar o sistema. O Quilombo do Urubu representou a insistência em garantir a condição humana que o regime escravista negava, sobretudo às mulheres, aos homens e às crianças negras. Essa era uma força que saía de suas entranhas como grito de liberdade, configurada nas fugas em busca de um lugar que lhes assegurasse aproximação de uma vida digna e que pudessem orgulhar-sedo seu porte físico e da sua cultura. Todo esse desprendimento, além de uma força física, exigia um completo conhecimento histórico e espiritual, resguardado pela
religiosidade que fortalecia seus espíritos para lutar contra toda negação de humanidade do século XIX no subúrbio da capital baiana. A líder Zeferina, inconformada com a
exclusão social de seu povo negro, e entusiasmada pelo poder de herança de ancestralidade, pelo conhecimento de raiz da cultura matrilinear angolana, pelo profundo conhecimento histórico de resistência da rainha Nzinga Mbandi e pela
tradição de quilombolas e guerreiras, viveu e lutou pelo sonho de liberdade. Hoje, a chama desse poder é mantida acesa na caminhada de celebração do 20 de novembro pela comunidade de Pirajá e arredores, enquanto referencial de resistência negra na luta contra as exclusões sociais vigentes.(AU)
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