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Previous issue date: 2017 === Os fluxos vulcânicos ácidos da Província Magmática do Paraná no flanco norte da
Calha de Torres, no planalto sul de Santa Catarina, compreendem o topo de uma sequência
vulcânica cretácea de 750 m de espessura e marcada por três episódios magmáticos: (1)
extensivo vulcanismo intermediário a básico; (2) vulcanismo ácido; (3) magmatismo intrusivo
raso de composição básica. Os derrames sotopostos à unidade ácida são em sua
predominância do tipo rubbly pahoehoe e andesitos basálticos composicionalmente
semelhantes aos magmas do tipo Gramado e localmente ao tipo Esmeralda. A sucessão
ácida abrange rochas do Tipo Palmas, subtipo Caxias do Sul na base e Anita Garibaldi
preferencialmente no topo. As rochas ácidas se distribuem em platôs separados por lacunas
erosivas. O Platô de São Joaquim (PSJ) é o objeto principal deste estudo e estende-se por
270 km², tem espessura máxima de ≅150 m e apresenta volume estimado em ≅27 km³ de
dacitos. A sequência vulcânica mergulha suavemente para SW e tem a base situada a ≅1.000
m de altitude no extremo SW do platô e a ≅1.450 m na extremidade NE. A arquitetura
interna das unidades vulcânicas ácidas, construídas com base em litofácies de campo e
petrografia, permite a identificação de no mínimo oito mesas vulcânicas interdigitadas e por
vezes sobrepostas, com espessura máxima individual de 125 m e comprimento máximo
estimado em 40 km. Estas dimensões refletem altas razões de aspecto, semelhantes as de
lavas basálticas. As correlações com o Grupo Etendeka seriam as seguintes: a unidade
vulcânica basal do PSJ é correlacionada com a Formação Wêreldsend e pode ser classificada
como do subtipo Caxias do Sul Médio. As outras unidades vulcânicas do platô são
correlacionadas com a Formação Grootberg e podem ser classificadas como do subtipo
Caxias do Sul Superior. As rochas do Platô de Santa Bárbara, localizado próximo à escarpa da
Serra Geral, são do subtipo Caxias do Sul Superior (unidade basal) e do subtipo Anita
Garibaldi (unidade do topo), sendo o último correlacionado com a Formação Beacon. A
origem das rochas vulcânicas ácidas é atribuída a erupções contínuas de grandes volumes de
magma em altas temperaturas que extravasaram sobre o relevo plano e que com
alimentação ininterrupta de lavas criaram fluxos com alta retenção de calor, originando
mesas vulcânicas muito extensas. As seguintes características são observadas nas rochas do
PSJ: (1) geometria tabular das unidades vulcânicas com margens lobadas e línguas de lavas
envelopadas por camadas de vidro vulcânico; (2) gradação de zonas maciças no núcleo das
unidades para zonas muito amigdaloidais com geodos no topo; (3) margens das unidades
limitadas por camadas de vidro vulcânico amigdaloidal com fluxo de amígdalas desviando
fragmentos rochosos; (4) presença rara e localizada de brechas autoclásticas, as quais teriam
sido digeridas pelo fluxo da lava de alta temperatura; (5) margens íngremes; (6) presença de
cristais de plagioclásio com hábitos esqueletais; (7) orientação preferencial de fenocristais
de piroxênio e plagioclásio e (8) ausência de feições piroclásticas, inclusive nas porções
basais das unidades e, ausência de zonas menos ou não soldadas. Estas características
corroboram a hipótese de que as rochas ácidas do PSJ são remanescentes de extensas mesas
vulcânicas coalescidas. Estas mesas teriam se originado por meio de erupções de fontes
fumegantes a partir de feixes de fissuras extremamente compridas pelas quais extravasavam
lavas na forma efusiva ou então alimentadas localmente por aspersão.
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