Tensões discursivas em uma trajetória de estudos sobre a gravidez na adolescência

The present work has the aim the stresses between different ways of seeing and thinking about a given subject; in the specific case of this study, the conflict between discursive formations on teenage pregnancy. The interest in this subject has arisen from the perception of the existence of differen...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alcântara, Kayse Luiza Oliveira de Carvalho
Other Authors: Ferreri, Marcelo de Almeida
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Sergipe 2017
Subjects:
Online Access:https://ri.ufs.br/handle/riufs/5974
Description
Summary:The present work has the aim the stresses between different ways of seeing and thinking about a given subject; in the specific case of this study, the conflict between discursive formations on teenage pregnancy. The interest in this subject has arisen from the perception of the existence of different speeches about teen pregnancy and the experience of questions in the research process beyond that of existing conflicts put in doubt the nature of truth. This perception was possible from the reflection of several previous studies, whose core were interviews with teenage mothers in 2007, in Recife, for a monographie, focused on the pregnancy in adolescents popular classes. In this study I noticed a conflict as a researcher, subjectivized by a discourse of domination not findind what was claimed, that teenage pregnancy is an experience that generates damage. This speech associates teen pregnancy usually with negative factors for both the mother, and the baby and as a problem that needs attention. Yet another speech, I will call here the resistance, sees the pregnancy based on the reality of life that teenager, so that we can understand the emergence of a pregnancy at that time of life, in all its context. This last speech, seems to reinforce notions of social recognition, desire and autonomy. From the notions of discourse, discursive formations, modes of subjectivity, power / toughness of Michel Foucault this study is to address the research perspective as historically determined by the fact of an era. The speech of the teenagers interviewed shows effects of subjectivity of the two types of speech that make the production of knowledge in theform of research as a field of stress that resonates in ways of thinking and acting of the researcher. === O presente trabalho tem como problema tensões e conflitos entre diferentes modos de ver e pensar formações discursivas sobre gravidez na adolescência. O interesse por esse tema surgiu da percepção da existência de discursos diferentes sobre a gravidez na adolescência e da vivência de conflitos no processo de pesquisa que, para além dos conflitos existentes, põem em questão o caráter de verdade. Tal percepção foi possível a partir da reflexão de uma trajetória de estudos, cujo cerne é entrevistas feitas com mães adolescentes em 2007, na cidade de Recife, para monografia que investigava sentidos da gravidez em adolescentes de classes populares. Nestas entrevistas, percebi um conflito vivido enquanto pesquisadora que, há alguns anos, subjetivada por um discurso de dominação, tentava encontrar o que ele afirmava, a saber: a gravidez na adolescência é uma experiência que gera danos. Esse discurso coloca a gravidez na adolescência, geralmente associada a fatores negativos tanto para a mãe quanto para o bebê, como um problema que necessita de atenção. Já outro discurso, que chamarei aqui de resistência, vê a gravidez com base na realidade de vida da adolescente, a fim de entender o surgimento de uma gestação no seu momento, em todo seu contexto. Esse último discurso, parece reforçar noções de reconhecimento social, desejo e autonomia. A partir das noções de discurso, formações discursivas, modos de subjetivação, poder/resistência de Michel Foucault, este estudo tem como perspectiva tratar da pesquisa como historicamente determinada pela verdade de uma época. A fala das adolescentes entrevistadas mostra efeitos de subjetivação dos dois tipos de discurso que tornam a produção de conhecimento como um campo de tensões que repercute nos modos de pensar e agir da pesquisadora.