Summary: | This study has as general objective to understand the representations about the school culture
in the novel "Doidinho" (1933), by José Lins do Rego Cavalcanti, in the trajectory of Carlos
de Melo (Carlinhos). This novel, of an autobiographical nature, is a continuation of the
“Menino de Engenho (1932). In this sense, I raised the different practices recorded by the
character / narrator, including school space, school practices, physical and psychological
punishment, values and rituals. Thus, the literature consulted and the contribution of authors
within the school culture (FORQUIN, 1993; JULIA, 2001; FRAGO, 1995), allowed us to find
some representations, understood in the sense of Chartier (1999) on the educational process
and the educational experiences that were gradually being structured in Brazil, between the
nineteenth and early twentieth centuries. The time frame for the study corresponded to the
1930s, anchored in the first edition of the novel "Doidinho" edited by Editora Ariel, Rio de
Janeiro. In the plot narrated by the writer, he builds the character named Carlinhos who sees,
experiences, acts, conditions the action, conflicts and constantly questions the school world
and its educational practices. This research fits in the field of History of Education, inspired
by the New Cultural History, in authors such as Le Goff (1990), Burke (2001) without losing
sight of the interweaving between literature and biographical novel. The data collection was
carried out in the work of José Lins do Rego, in dialogue with the collected literature, thus
allowing the description and analysis of the representative elements of the school culture in
the aforementioned novel. In the findings it was possible to understand the representations of
the school space as "prison", "jail", "cage"; of the teacher as "executioner", "sadist",
"flagellator of boys"; school practices and content, and above all, the loss of identity,
understood by the "mutilation of the self." These representations present in the novel are
similar to other elements of the school culture in the period, such as boarding schools and
seminars. === Este estudo tem como objetivo geral compreender as representações sobre a cultura escolar no
romance Doidinho (1933), do escritor paraibano José Lins do Rego Cavalcanti, na trajetória
da personagem Carlos de Melo (Carlinhos). Esse romance, de natureza autobiográfica é uma
continuidade do Menino de Engenho (1932). Nesse sentido, foram levantadas as diferentes
práticas registradas pelo personagem/narrador, compreendendo o espaço escolar, práticas
escolares, castigos físicos e psicológicos, valores e rituais. Portanto, as leituras realizadas e a
contribuição de autores consultados no âmbito da cultura escolar (FORQUIN, 1993; JULIA,
2001; FRAGO, 1995) permitiram encontrar algumas representações, entendidas no sentido de
Chartier (1999), sobre o processo educacional e as experiências educacionais que foram aos
poucos se estruturando no Brasil, entre o final do século XIX e início do século XX. A escolha
do recorte/período para o estudo correspondeu à década de 1930, ancorada na primeira edição
do romance Doidinho, publicado pela Editora Ariel, Rio de Janeiro. Nas tramas narradas pelo
escritor, ele constrói a personagem Carlinhos, que enxerga, vivencia, age, condiciona a ação,
conflita e questiona constantemente o mundo escolar e suas práticas educativas. Essa
investigação enquadra-se no campo da História da Educação, inspirada na Nova História
Cultural, em autores como Le Goff (1990) e Burke (2001), sem perder de vista o
entrelaçamento entre literatura e romance biográfico. O levantamento de dados foi realizado
na obra de José Lins do Rego, em diálogo com a literatura levantada, permitindo assim a
descrição e a análise dos elementos representativos da cultura escolar no mencionado
romance. Nos achados foi possível entender as representações do espaço escolar como
“prisão”, “cárcere”, “gaiola”; do professor como “carrasco”, “sádico”, “flagelador de
meninos”; das práticas e conteúdos escolares e, sobretudo, da perda da identidade,
compreendida pela “mutilação do eu”. Essas representações presentes no romance são
similares a outros elementos da cultura escolar no período, como em internatos e seminários.
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