Summary: | This thesis is aimed at researching the configuration of the secretarial profession in the State
of Sergipe, from 1975 to 2010, seeking to understand the processes in which education, labor
market space and organization of these professionals occurred in their representing entities.
An historical research was conducted using the elements of Cultural History. The main
categories analyzed were the concepts of “figuration, configuration and interdependency” of
Norbert Elias, “field, capital and habitus”, of Pierre Bourdieu, and “ownership and
representation” of Roger Chartier. The time period of this research uses Decree no 20.158 of
1931, as an antecedent reference that estalished Comercial Education in Brazil, which
included the secretarial technical course. However, the occupation was just legalized in 1978,
and thus became a regulated profession, with specialized education for those interested in
following this path. In Sergipe, the first training courses for secretaries came to be in 1975. In
the following years, the secretarial technical courses were created, Tobias Barreto College,
Aracaju, as the first in 1976, Diocesano College, Propriá in 1980 and Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial, Aracaju, in 1996. Tiradentes University started the graduation
course in the year 1989 and cancelled it the year 2000, and the Federal University of Sergipe
started the course in 2006 and continues till date. Thus, the trajectory of education spaces,
insertion and action of these professionals in the labor market were analyzed until the year
2010, which was the graduation year of the first class of secretarial studies from the Federal
University of Sergipe. The study showed that, though under legal protection and collective
representation, the systematization of knowledge for the practice of future secretaries, through
specific courses, was not a sufficient movement to give the occupation the status of
“profession”. Unable to express its relevance to society, education for the secretaries
contributed to its configuration as “passing professionalization”. This thesis is defended under
the confirmation that the education provided allows students to complete a given level of
education, but not entry into a job field related to the title obtained. The specialized education
being the main element of the delimitation of the field, did not receive distinction before
social practices, thus remains confronted with historically constituted meanings about
secretarial activities. === Esta tese teve como objetivo a investigação sobre a configuração da profissão de secretário no
Estado de Sergipe, no período de 1975 a 2010, buscando-se compreender os processos em que
ocorreram a formação, construção do espaço de atuação e organização desses profissionais em
entidades de representação da categoria. Constituindo-se em uma pesquisa histórica, apoiada
nos pressupostos da História Cultural, as principais categorias de análises adotadas foram os
conceitos de “figuração, configuração e interdependência”, de Norbert Elias, “campo, capital
e habitus”, de Pierre Bourdieu e “apropriação e representação” de Roger Chartier. O recorte
temporal da pesquisa tem como referência antecedente a organização do Ensino Comercial no
Brasil, por meio do Decreto no. 20.158, em 1931, onde constou o curso técnico de secretário.
Porém, a ocupação só recebeu legislação própria em 1978, passando à profissão
regulamentada com formação específica aos interessados no exercício dessa atividade. Em
Sergipe, os primeiros cursos de qualificação para secretários surgiram em 1975. Nos anos
seguintes, foram criados os cursos de Técnico em Secretariado, com o pioneiro no Colégio
Tobias Barreto, em Aracaju, em 1976, no Colégio Diocesano, em Propriá, em 1980, e no
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, em Aracaju, em 1996. Em nível superior, a
formação ocorreu na Universidade Tiradentes, de 1989 a 2000, e na Universidade Federal, em
Sergipe, a partir de 2006. Assim, com a identificação de iniciativas pontuais para a profissão
em Sergipe, analisou-se a trajetória da formação, espaços, inserção e atuação desses
profissionais no mercado de trabalho até o ano de 2010, data de conclusão da primeira turma
do curso em nível superior na Universidade Federal de Sergipe. O estudo apontou que,
embora sob amparo jurisdicional e de representação coletiva, a sistematização de
conhecimentos para a práxis dos futuros secretários, por meio dos cursos específicos, não
constituiu um movimento suficiente para atribuir ao Secretariado o status de “profissão”.
Dessa forma, sem conseguir ecoar relevância à sociedade, a educação para o Secretariado
contribuiu para a sua configuração como uma “profissionalização de passagem”. Esta tese é
defendida sob a constatação de que a formação proporcionou aos alunos a conclusão de um
determinado nível de ensino, mas não o ingresso em um nicho de trabalho relacionado ao
título obtido. A educação especializada, como principal elemento da delimitação do campo,
não se sustentou como distinção perante as práticas sociais, permanecendo confrontada com
significados sobre o ofício historicamente constituídos.
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