Summary: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Bats are distributed in all Brazilian biomes. Of the 167 species known to occur in Brazil, more than 70 have been recorded in the Caatinga. Despite this diversity, the few studies available for the Caatinga are concentrated at a small number of sites, leaving considerable gaps in the data. A variety of vegetation types are found in the Caatinga. One of the most striking is the enclaves of humid forest, known as brejos de altitude , found in the semi-arid matrix. The objective of the present study was to define the structure of the chiropteran communities of the Caatinga proper and the local brejo known as Serra da Guia, in the state of Sergipe, and analyze the differences between them. For this, monthly captures (three nights in each habitat) were carried out monthly between October, 2008, and September, 2009. The total sampling effort of 185,790 h.m² resulted in the capture of 157 specimens belonging to 12 species in the caatinga, and 259 individuals from 14 species in the brejo, and a total of 18 species. Two of these species warrant special attention. One is Lichonycteris obscura, which had not been recorded previously in the Caatinga, and the other is Micronycteris sanborni, which is classified by the IUCN as Data Deficient. Eight species were common to both habitats, but differed considerably in terms of abundance. The most abundant species in the caatinga was Glossophaga soricina (n = 54, 34% of the total), whereas in the brejo, it was Carollia perspicillata (n = 95, 36%). While the family Phyllostomidae was the most common in both areas, the subfamily Glossophaginae predominated in the caatinga, whereas Stenodermatinae was most abundant in the brejo. The frugivore guild was by far the most abundant in the brejo (n = 233), where some species appear to concentrate during the dry season, expanding their foraging range into the caatinga during the wet season. By contrast, the nectarivores were the most abundant guild in the caatinga throughout the year, which suggests that sufficient nectar was available to support this guild, even during the dry season. === Os morcegos são amplamente distribuídos em todos os biomas brasileiros. Das 167 espécies conhecidas no Brasil, mais de 70 já foram registradas em áreas de Caatinga. Apesar da grande diversidade, os poucos estudos existentes sobre a quiropterofauna da Caatinga estão concentrados em algumas poucas áreas, gerando assim grandes lacunas de informação. Dentre as várias fitofisionomias existentes na Caatinga, uma das mais peculiares são os enclaves de florestas úmidas inseridas na região semi-árida, conhecidos como brejos de altitude. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a estrutura das comunidades de morcegos em hábitats de caatinga e brejo de altitude da Serra da Guia, no estado de Sergipe, identificando e discutindo as diferenças entre elas. Para tanto, entre outubro de 2008 e setembro de 2009, foram realizadas três noites de coleta mensais em cada um dos ambientes. O esforço de 185.790 h.m² proporcionou a captura de 157 indivíduos de 12 espécies no hábitat de caatinga e 259 indivíduos de 14 espécies no brejo de altitude. Das 18 espécies coletadas no geral, destaca-se o primeiro registro de Lichonycteris obscura para o bioma Caatinga e o registro de Micronycteris sanborni, categorizada na IUCN como deficiente em dados. Oito espécies foram comuns a ambos os hábitats, porem apresentaram diferenças altamente significativas no número de indivíduos capturados. A espécie mais abundante na caatinga foi Glossophaga soricina (n = 54; 34%) e no brejo foi Carollia perspicillata (n = 95; 36%). Apesar de a família Phyllostomidae ter sido a mais representativa em ambas as áreas, a subfamília Glossophaginae foi predominante na caatinga, enquanto Stenodermatinae foi predominante no brejo. Os frugívoros foram a guilda mais abundantes no brejo (n = 233), e algumas espécies parecem ficar concentradas no mesmo durante a época seca, expandindo sua área de forrageio para a caatinga na época chuvosa. Já os nectarívoros foram mais abundantes na caatinga, em ambas as estações, sugerindo que mesmo na época seca, existe recurso suficiente para a manutenção dessa guilda.
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