Summary: | Introduction: Few studies have investigated the nature and prevalence of drug
therapy problems (DTPs) in women's health settings, which may compromise safe
care for these patients. Objective: This study was to identify risk factors and clinical
outcomes for the development of drug therapy problems in the puerperium of
patients with gestational hypertension. Methods: A case-control study and a
prospective cohort was performed with puerperae diagnosed with gestational
hypertension in two Brazilian maternity schools between june and november 2016.
Patients with at least one DTP were allocated as case, whereas patients without
DTPs were allocated as control. Results: 600 women were included in the study:
354 in the case group, 246 in the control group. The main risk factors for DTPs were
increased number of drugs during hospitalization (p = 0.000), lower gestational age
at delivery (p = 0.032) and the first gestation (p = 0.016). Of the 354 (59%) patients
who had at least one DTP, 244 (68.9%) had one DTP, 98 (27.7%) had two DTPs.
The main types of DTPs were: (1) non-administration of the prescribed drug, (2) nonprescription
of a drug despite clear indication and (3) failure of therapy
(ineffectiveness). The drugs most associated with DTPs were methyldopa 83
(17.2%), ferrous sulfate 318 (66.5%), dipyrone 24 (5%). In addition to methyldopa,
other antihypertensive drugs, such as nifedipine, captopril, losartan, were also
involved in DTPs, but in less than 5% of patients. In patients exposed to DTPs, the
length of hospital stay was 5.45 (SD 3.60) days versus 4.48 (SD 3.32) days in
patients not exposed to DTPs (p = 0.001). The time (in days) to achieve BP control
was 4.49 (3.58) and 3.47 (3.26), respectively (p = 0.000). There were no deaths.
Conclusion: Drug therapy related problems are common events during the
postpartum period of patients with gestational hypertension. The three risk factors
identified in this study should be considered in the future in the risk analysis of
hospitalized puerperae, and suggest levels of alertness for the management of
pharmacotherapy in this group of patients. The presence of these events significantly
increases the postpartum period of permanence and the time to normalize blood
pressure. === Introdução: Poucos estudos têm investigado a natureza e prevalência de problemas
farmacoterapêuticos (PFTs) em ambientes de saúde da mulher, o que pode
comprometer a assistência segura a essas pacientes. Objetivo: identificar os fatores
de risco e os desfechos clínicos para o desenvolvimento de problemas
farmacoterapêuticos no puerpério de pacientes com hipertensão na gestação.
Método: Foi realizado um estudo de caso-controle e uma coorte prospectiva com
puérperas diagnosticadas com hipertensão na gestação em duas maternidadesescola
do Brasil, de junho a novembro de 2016. Pacientes com ao menos um
problema farmacoterapêutico foram elegíveis como intervenção, enquanto pacientes
sem problemas farmacoterapêuticos foram elegíveis como controle. Resultados:
600 mulheres foram incluídas no estudo: 354 no grupo caso e 246 no grupo controle.
Os principais fatores de risco para problemas farmacoterapêuticos foram o aumento
do número de medicamentos durante a internação (p=0,000), a menor idade
gestacional no momento do parto (p=0,032) e a paciente estar na primeira gestação
(p=0,016). Das 354 (59%) pacientes que apresentaram pelo menos um problema
farmacoterapêutico, 244 (68,9%) tiveram um problema farmacoterapêutico, 98
(27,7%) tiveram dois problemas farmacoterapêuticos. Os principais tipos de
problemas farmacoterapêuticos foram: (1) não administração do medicamento
prescrito, (2) não prescrição de um medicamento apesar de indicação clara e (3)
falha terapêutica (inefetividade). Os medicamentos mais associados a problemas
farmacoterapêuticos foram a metildopa 83 (17,2%), sulfato ferroso 318 (66,5%),
dipirona 24 (5%). Além da metildopa, outros medicamentos anti-hipertensivos, como
nifedipino, captopril, losartana, também estiveram envolvidos em problemas
farmacoterapêuticos, porém em menos 5% das pacientes. Em doentes expostos a
problemas farmacoterapêuticos, o tempo de internação foi de 5,45 (DP 3,60) dias
versus 4,48 (DP 3,32) dias em doentes não expostos a problemas
farmacoterapêuticos (p = 0,001). O tempo (em dias) para alcançar o controle da
pressão arterial foi de 4,49 (3,58) e 3,47 (3,26), respectivamente (p = 0,000). Não
houve mortes. Conclusão: Os problemas farmacoterapêuticos são eventos comuns
durante o período pós-parto de pacientes com hipertensão gestacional os três
fatores de risco identificados neste estudo devem ser considerados futuramente na
análise de risco de puérperas hospitalizadas, e sugerem níveis de alerta para o
manejo da farmacoterapia neste grupo de pacientes. A presença destes eventos
aumenta significativamente o período pós-parto de permanência e o tempo de
normalização da pressão arterial.
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