Summary: | Inflammation is an important component of many diseases whose central process is the recruitment of phagocytic cells causing tissue damage. The therapeutic use of natural products is an alternative for treating various diseases, in this sense, the species of the Croton (Euphorbiaceae) genus are widely used in folk medicine. We highlight the Croton argyrophyllusKunth, a shrub abundant in northeastern Brazil, whose infusion of its leaves and flowers is used in the treatment of headache, flu, and as a tranquilizer. This study investigates the chemical constituents and evaluates the anti-inflammatory, antinociceptive, and antioxidant properties of the essential oil (EO) of this plant. Croton argyrophyllusKunthEO was obtained from fresh leaves and administered in rodents per orally (p.o.) at the doses of 10, 30, and 100 mg/kg, and was used as a vehicle 0.2% tween 80 in saline (10 mL/kg, p.o.), administered 1 h before the phlogistic agent. It was observed that Croton argyrophyllusKunthEO inhibited paw edema induced by carrageenan (30 and 100 mg/kg), reduced neutrophil recruitment into the abdominal cavity at all doses studied, and inhibited the production of nitric oxide metabolites (NO) in the peritoneal wash (100 mg/kg). Croton argyrophyllusKunthEO administered orally, produced dose-dependent inhibition in visceral nociception induced by acetic acid. In the hot plate test, the EO (100 mg/kg) produced significant antinociceptive effect. In the formalin test, the EO significantly inhibited the time-licking bite, both in the initial phase (neurogenic; 100 mg/kg) and late phase (inflammatory; 30 and 100 mg/kg) in the model. Pretreatment with the EO (30 and 100 mg/kg) led to a significant reduction in dose-dependent nociception induced by capsaicin and glutamate. We also observed, at the dose of 100 mg/kg, which nociception in the hot plate test was significantly attenuated by intraperitoneal injection of naloxone (5 mg/kg). In contrast, the antinociception caused by the EO (100 mg/kg) in the writhing abdominal test was not altered by treatment with L-arginine (i.p., 600 mg/kg). Administration of the EO has not been associated with unspecific effects like sedation or muscle relaxation. Regarding antioxidant capacity, we observe that the EO (from 0.001 to 100 μg/mL) presents nitric oxide radical scavenging capacity and is able to inhibit lipid peroxidation induced by FeSO4 and FeSO4 + H2O2. Thus, these results suggest that the EO of Croton argyrophyllusKunthhas anti-inflammatory action, which is related, at least in part, to its antioxidant activity. Furthermore, we showed that the EO is able to produce antinociception in a dose-dependent manner in various experimental models involving the glutamatergic and opioids systems, but not via the L-arginine-nitric oxide. === A inflamação é um importante componente de muitas doenças cujo processo central é o recrutamento de células fagocitárias provocando dano tecidual. Os produtos naturais de uso terapêutico são alternativas para o tratamento de diversas patologias; neste sentido, as espécies do gênero Croton (Euphorbiaceae) são amplamente utilizadas na medicina popular. Destaca-se a Croton argyrophyllusKunth, um arbusto abundante na região Nordeste do Brasil, cuja infusão de suas folhas e flores é usada no tratamento de dor de cabeça, gripe e como tranquilizante. Este estudo buscou analisar os constituintes químicos e avaliar as atividades anti-inflamatória, antinociceptiva e antioxidante do óleo essencial (OE) desta planta. O OE da Croton argyrophyllusKunthfoi obtido a partir das folhas frescas e administrado em roedores por via oral (v.o.) nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg de peso, e como veículo foi usado o tween 80 a 0,2% em salina (10 mL/kg, v.o.), administrados 1 h antes do agente flogístico. Observou-se que o OE da Croton argyrophyllusKunthinibiu o edema de pata induzido por carragenina (30 e 100 mg/kg), reduziu o recrutamento de neutrófilos para a cavidade abdominal em todas as doses estudadas e inibiu a produção de metabólitos do óxido nítrico (NO) no lavado peritoneal (100 mg/kg). O OE da Croton argyrophyllusKunth,administrado oralmente, produziu inibição dose-dependente na nocicepção visceral induzida por ácido acético. No teste da placa quente, O OE (100 mg/kg) produziu significativo efeito antinociceptivo. No teste da formalina, o OE inibiu significativamente o tempo de lambida-mordida, tanto na fase inicial (neurogênica; 100 mg/kg) quanto na fase tardia (inflamatória; 30 e 100 mg/kg) do modelo. O pré-tratamento com o OE (30 e 100 mg/kg) levou a uma redução significativa e dose-dependente na nocicepção induzida por capsaicina e glutamato. Também se observou, na dose de 100 mg/kg, que a nocicepção no teste da placa quente foi significativamente atenuada pela injeção intraperitoneal de naloxona (5 mg/kg). Em contraste, a antinocicepção causada pelo OE (100 mg/kg) no teste das contorções abdominais não foi alterada pelo tratamento com L-arginina (i.p., 600 mg/kg). A administração do OE também não foi associada com efeitos inespecíficos como sedação ou relaxamento muscular. Em relação à capacidade antioxidante, observamos que o OE (0,001-100 μg/mL) apresenta capacidade sequestradora do radical óxido nítrico e é capaz de inibir a peroxidação lipídica induzida por FeSO4 e FeSO4 + H2O2. Assim, estes resultados sugerem que o OE de Croton argyrophyllusKunthpossui ação anti-inflamatória, a qual está relacionada, ao menos em parte, com sua atividade antioxidante. Além disso, demonstramos que o OE é capaz de produzir antinocicepção de forma dose-dependente em vários modelos experimentais, através do envolvimento dos sistemas glutamatérgico e opióide, mas não pela via da L-arginina-óxido nítrico.
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