Summary: | Capes; CNPQ === Estudos de exposição pessoal ao material particulado fino são escassos e praticamente inexistentes com avaliação da sua composição química. A exposição humana à poluição do ar ocorre tanto em ambientes externos como internos, sendo dependente do tempo de permanência nesses ambientes, além da proximidade das fontes de poluição e influência das condições meteorológicas. O presente trabalho tem por objetivo avaliar a exposição pessoal de curto prazo as concentrações de material particulado fino e sua composição química elementar. Desta forma, foram realizadas medidas e coletas de MP2,5 a uma taxa similar a respiração humana (monitor MIE pDR-1500™) em uma amostra de conveniência com 30 voluntários ao longo de um dia típico de trabalho e/ou estudo, sendo essas georreferenciadas (GPS DG-100 Data Logger). Para melhor inferência sobre a exposição durante os deslocamentos foram também realizadas medidas e coletas de MP2,5 em cinco linhas de ônibus e nos períodos de maior e menor fluxo de usuários. As amostragens foram realizadas em triplicatas, com o intuito de caracterizar a real exposição da população durante os percursos diários para trabalho e/ou estudo, seguindo os mesmos parâmetros da amostragem pessoal. Na sequencia foi realizada a determinação da concentração de Black Carbon equivalente (BCe) nos filtros utilizados na amostragem pessoal, seguindo o método de refletância de luz e aplicada à técnica de fluorescência de raios X por dispersão de energia ED-XRF para analisar os filtros de PTFE. As concentrações médias de MP2,5 dos voluntários nos grupos automóvel e ônibus foram de 12,4 μg m-3 e 10,7 μg m-3, respectivamente. Em relação ao BCe, as concentrações médias foram de 4,3 μg m-3 para o grupo dos voluntários que se deslocaram de ônibus e de 4,1 μg m-3 para os voluntários que utilizaram carros. O grupo ônibus apresentou as maiores concentrações médias para os elementos traço Na, S e K, enquanto que para o grupo automóvel foram S, Fe, Na e K. Em termos médios os voluntários do grupo ônibus inalou uma dose de 0,027 µg/kg-h de MP2,5, enquanto o grupo automóvel inalou 0,029 µg/kg-h. Em termos de concentração de massa do MP2,5 e BCe a exposição dos usuários é maior em horário de pico com concentração média com 18,8 µg m-³ e 7,8 µg m-³, respectivamente. Além disso, a exposição dos usuários não é semelhante nas cinco linhas, sugerindo a influência das fontes locais nas rotas de ônibus (industrial, queima de biomassa e resíduos). Os elementos traço que apresentaram as maiores concentrações para o horário de não pico e pico foram aqueles derivados das emissões veiculares, como o S, K e o Na, que foram associados, especificamente o Na, à presença de biodiesel no diesel. Na sequência encontram-se os elementos de origem de suspensão da poeira do solo como Al, Si, Ca, Mg e Fe. A dose média inalada de MP2,5 para o horário de pico foi de 0,05 µg/kg- hora e para o não pico 0,04 µg/kg- hora. Neste estudo, a principal fonte de emissão é o tráfego de veículos, já que a amostragem foi realizada diretamente dentro dos ônibus em rotas urbanas, assim como para os voluntários que em geral estiveram nos deslocamentos ou trabalho expostos a emissões de origem veicular (exaustão, ressuspensão de poeiras, emissões relacionadas ao desgaste dos veículos). Desta forma, pode-se concluir que no meio urbano as emissões de origem veicular são predominantes e que a morfologia urbana pode contribuir para o acúmulo de poluentes aumentando a dose recebida pela população. === Studies of the personal exposures for particulate matter are scarce and practically non-existent with an assessment of their chemistry. The personal exposure to air pollution occurs in indoor and outdoor, being dependent on the time of stay in these environments, in addition to the proximity of pollution sources and influence of the meteorological conditions. This study aimed to assessment the short-term the concentrations of fine particulate matter and the elemental chemical composition. Thus, measurements and PM2.5 collections were carried out at a rate similar to human respiration (MIE monitor pDR-1500 ™) in a convenience sample with 30 volunteers during a typical work and/or study day, which were georeferenced (GPS DG -100 Data Logger). For better inference about the exposure in the displacements were also performed measurements and PM2.5 collections were also carried out in five bus lines and during periods of greater and lesser flow of users. The samplings were carried out in triplicates, in order to characterize the real exposure of the population during the daily journeys for work and/or study, following the same parameters of the personal sampling. The determination of the Black Carbon equivalent (BCe) concentration in the filters used in the personal sampling was carried out, following the light reflectance method and applied to the ED-XRF technique to analyze the PTFE filters.The mean concentrations of PM2.5 of the volunteers in the car and bus groups were 12.4 μg m-3 and 10.7 μg m-3 respectively. In addition, to BCe, mean concentrations were 4.3 μg m-3 for the group of volunteers who traveled by bus and 4.1 μg m-3 for volunteers who used cars. The bus group indicated the highest average concentrations for the trace elements Na, S and K, whereas the car group were S, Fe, Na and K. In average, the volunteers of the bus group inhaled a dose of 0.027 μg / kg-h of PM2.5, while the automobile group inhaled 0.029 μg/kg-hr. In terms of PM2.5 mass concentration and BCe, the exposure of users is greater in the peak with concentration of the 18.8 μg m-3, 7.8 μg m-³ respectively. In addition, the exposure of users is not similar in the five lines, suggesting the influence of local sources on bus routes (industrial, biomass burning and waste).The trace elements that presented the highest concentrations for the non-peak and peak hours were those derived from vehicle emissions, such as S, K and Na, which were associated, specifically Na, to the presence of biodiesel in diesel. Following are the elements from soil dust suspension such as Al, Si, Ca, Mg and Fe. The mean inhaled dose of PM2.5 for the peak was 0.05 μg / kg-hour and for the non-peak 0.04 μg / kg-hour. In this study, the main source of emission is the vehicle traffic, for sampling was performed directly inside the buses, in urban routes, as well as for the volunteers who were generally in the displacements or work exposed to emissions of vehicular origin, resuspension of dust, emissions related to the wear of the vehicles. Therefore, it can be concluded that in the urban environment the emissions of vehicular origin are predominant and that the urban morphology can contribute to the accumulation of pollutants increasing the dose received by the population.
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