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Previous issue date: 2011 === Estudos mostrando que o sono intervém no processamento da memória levaram ao surgimento de várias teorias. Inicialmente atribuiu-se ao sono REM (ou sono paradoxal) grande importância na consolidação de memórias dependentes do hipocampo. Posteriormente foi visto que outros estágios do sono também sofriam modificações após a realização de tarefas de aprendizagem. Assim outra teoria (chamada de dual-process) ganhou espaço na tentativa de se inferir a importância de cada estágio do sono em diferentes tipos de memória. No entanto os trabalhos realizados com ambas as abordagens não forneceram resultados consistentes para que essas teorias fossem consolidadas. Outra teoria, chamada de Hipótese Seqüencial, propõe que não apenas cada estágio do sono isoladamente seria importante para memória, mas a sucessão cíclica e ordenada dos estágios, não descartando o papel de cada um nesse processo. Os objetivos do presente estudo foram avaliar os efeitos da privação e do rebote de sono paradoxal na aquisição e retenção da resposta de esquiva inibitória em ratos, avaliados pelo desempenho na tarefa de Esquiva Inibitória por Múltiplas Tentativas (EIMT), a qual permite avaliar separadamente as fases de aquisição e retenção da resposta de esquiva, levando em consideração os elementos gerais e seqüenciais do ciclo sono/vigília. Na primeira etapa foi feita a caracterização da arquitetura e dos elementos seqüenciais do ciclo sono/vigília após o treino na tarefa de EIMT, em animais privados de sono e não privados. O objetivo da segunda etapa foi interferir no padrão seqüencial do ciclo sono/vigília após o treino e assim impedir o prejuízo de memória na tarefa em animais previamente privados de sono. Os resultados da primeira etapa mostraram prejuízo de desempenho nas sessões de aquisição e retenção da resposta de esquiva inibitória nos animais privados de sono e alterações nos padrões geral e seqüencial do ciclo sono/vigília após o treino em ambos os grupos. Nos animais controles essas alterações foram atribuídas às conseqüências do próprio treino da tarefa e nos animais privados de sono à combinação entre os fatores treino e o rebote de sono paradoxal nesse período, sugerindo que as alterações no padrão sono/vigília, causadas pelo rebote após o treino estejam relacionadas com o prejuízo na retenção/consolidação da resposta de esquiva inibitória. Na segunda etapa os resultados mostraram que o rebote se sono paradoxal no período pré-treino previne os prejuízos de desempenho na tarefa de EIMT, tanto na aquisição quanto na retenção da resposta de esquiva. Também mostraram que a administração de modafinil ou haloperidol (agentes dopaminérgicos que inibem o rebote se sono paradoxal) antes do treino previne os prejuízos na tarefa induzidos pela privação de sono prévia, sugerindo que possíveis alterações no padrão sono/vigília tenham ocorrido nesses animais no período pós-treino. Em animais não privados de sono foi visto que administração de modafinil facilita seletivamente a aquisição da resposta de esquiva inibitória. A partir dos dados obtidos no presente estudo conclui-se que: 1) o protocolo de EIMT utilizado é uma importante ferramenta para se estudar separadamente aquisição e retenção da resposta de esquiva inibitória; 2) aumento de sono paradoxal após o treino prejudica a consolidação/retenção da resposta de esquiva inibitória; 3) as modificações no padrão sono/vigília após o treino associadas com o desempenho não podem ser explicadas baseando-se em uma única teoria tendo em vista que foram observadas: modificações no padrão seqüencial; modificações em parâmetros gerais do sono/vigília; aumento de sono de ondas lentas em animais controles e diminuição em animais privados; e aumnto de sono paradoxal associado a prejuízo de memória e não à melhora. === BV UNIFESP: Teses e dissertações
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