Análise sociológica da"biologização" do TDA/H na psiquiatria brasileira

Orientador: Marko Synesio Alves Monteiro === Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências === Made available in DSpace on 2018-08-22T20:43:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cheida_RodrigoSaraiva_M.pdf: 1113812 bytes, checksum: 155c5970a533817b929a2fd0540757f6 (M...

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Bibliographic Details
Main Author: Cheida, Rodrigo Saraiva, 1984-
Other Authors: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Format: Others
Language:Portuguese
Published: [s.n.] 2013
Subjects:
Online Access:CHEIDA, Rodrigo Saraiva. Análise sociológica da"biologização" do TDA/H na psiquiatria brasileira. 2013. 151 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/287020>. Acesso em: 22 ago. 2018.
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Ciência e tecnologia - Aspectos sociais
Attention deficit-hyperactivity disorder
Psychiatry - Social aspects
Science and technology - Social aspects
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Análise sociológica da"biologização" do TDA/H na psiquiatria brasileira
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Para identificar os sentidos históricos pelos quais as fronteiras diagnósticas do transtorno possuem bases biológicas, foi feito um levantamento histórico para retomar as principais tradições da vertente organicista de pesquisa das doenças mentais da Psiquiatria no Brasil. Outro levantamento histórico buscou identificar, a partir do próprio conhecimento biológico do TDA/H, as contingências sociais do transtorno. A proposta de ambas as historiografias é investigar quais atores sociais mobilizaram técnicas e conhecimentos científicos oriundos da neurologia e da biologia até a sua atual classificação no Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais em sua quarta versão revisada - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-IV/RT - e a Classificação Internacional de Doenças - CID-10. Em seguida, foi realizada uma investigação em artigos coletados na base científica SCIELO para identificar quais os principais atores sociais, as técnicas e o conhecimento científico que são mobilizados para investigar o TDA/H, entre os anos de 2007 e 2012, no Brasil. Foi possível verificar que, em sua maioria, o conhecimento da patologia é produzido por pesquisadores das áreas da Psiquiatria e das Neurociências que utilizam técnicas baseadas em paradigmas neurocientíficos para a investigação de doenças mentais. Interpreta-se que o conhecimento neurológico do transtorno, por sua vez, licencia que a prática médico-psiquiátrica trate determinados fenômenos sociais como problemas médicos e faça o controle social dos indivíduos desatentos "anormais" para recuperá-los em sua condição "normal". Acredita-se que investigações que utilizam o metilfenidato, principal fármaco da terapia da patologia, pode ser uma forma de controle social pela ciência psiquiátrica brasileira, quando definem os comportamentos através do conhecimento neurocientífico como TDA/H. Também foi possível constatar que os estudos sobre o TDA/H, em sua maioria, foram financiados por indústrias farmacêuticas, ator social hegemônico na produção do conhecimento científico do TDA/H. A relação entre indústria farmacêutica e produção científica é um meio de legitimar a administração do psicofármaco metilfenidato como terapia principal no tratamento do transtorno. Desta forma, a relação entre indústria e doença é um fenômeno social no qual a ciência possui papel preponderante na aferição das categorias que podem ser consideradas "doença" === Abstract: This dissertation aims to investigate the development of research on Attention Deficit-Hyperactivity Disorder (ADHD) in the organicist dimension of mental illness of psychiatry in Brazil, with the methodological approach of the Social Studies of Science and Technology (SSST), specifically the theoretical contribution of the social construction of illness. The objective of the study is to investigate historically and sociologically how the disorder came to be investigating with biological causes by Brazilian psychiatric practices. To identify the historical by which the boundaries of the disorder has a biological basis, a historical survey is done to resume the main research traditions of organicist shed of mental illness of Psychiatry in Brazil. Another historical survey seeks to identify the social contingences from the biological knowledge of ADHD. The proposal to investigate both historiographies is to analyses which social actors mobilized technical and scientific knowledge from neurology and biology to its current classification in the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-IV/RT and the International Classification of Diseases (ICD-10). Then an investigation is carried out on the basis of scientific articles collected in SCIELO to identify the main social actors, the technical and scientific knowledge that are mobilized to investigate the ADHD, between 2007 and 2012, in Brazil. It was possible to verify, in most of the articles, that the knowledge of the pathology is done by researchers from the fields of Psychiatry and Neuroscience, which uses techniques based on neuroscientific paradigms for mental illness researches. It is interpreted that the neurological knowledge of the disorder, in turn, licenses the medical-psychiatric practices to treat certain social phenomenon as medical problems, under a social control of the individuals with the disorder treated as "abnormal" to get them back into their "normal" condition. It is proposed as an analysis that methylphenidate, the main drug therapy to the pathology, is a form of social control by Brazilian Psychiatry when they define the behaviors as ADHD. It also appeared that the studies are funded by pharmaceutical companies, the hegemonic social actor in the production of the scientific knowledge of ADHD. The relationship by the pharmaceutical industry and the scientific production is a way of legitimizing the administration of psychotropic drug methylphenidate as primary therapy in the treatment of the disorder. Thus, the relationship between industry and disease is a social phenomenon in which science has leading role in gauging the categories that can be considered disease === Mestrado === Politica Cientifica e Tecnologica === Mestre em Política Científica e Tecnológica
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No. of bitstreams: 1 Cheida_RodrigoSaraiva_M.pdf: 1113812 bytes, checksum: 155c5970a533817b929a2fd0540757f6 (MD5) Previous issue date: 2013 Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar a "biologização" do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H) na vertente organicista de doença mental da psiquiatria no Brasil, a partir do recorte metodológico dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESCT), especificamente os aportes teóricos da construção social da doença. O objetivo do estudo é investigar histórica e sociologicamente a forma pela qual o transtorno veio a ser investigado como uma patologia de origens biológicas pelas práticas psiquiátricas brasileiras. Para identificar os sentidos históricos pelos quais as fronteiras diagnósticas do transtorno possuem bases biológicas, foi feito um levantamento histórico para retomar as principais tradições da vertente organicista de pesquisa das doenças mentais da Psiquiatria no Brasil. Outro levantamento histórico buscou identificar, a partir do próprio conhecimento biológico do TDA/H, as contingências sociais do transtorno. A proposta de ambas as historiografias é investigar quais atores sociais mobilizaram técnicas e conhecimentos científicos oriundos da neurologia e da biologia até a sua atual classificação no Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais em sua quarta versão revisada - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-IV/RT - e a Classificação Internacional de Doenças - CID-10. Em seguida, foi realizada uma investigação em artigos coletados na base científica SCIELO para identificar quais os principais atores sociais, as técnicas e o conhecimento científico que são mobilizados para investigar o TDA/H, entre os anos de 2007 e 2012, no Brasil. Foi possível verificar que, em sua maioria, o conhecimento da patologia é produzido por pesquisadores das áreas da Psiquiatria e das Neurociências que utilizam técnicas baseadas em paradigmas neurocientíficos para a investigação de doenças mentais. Interpreta-se que o conhecimento neurológico do transtorno, por sua vez, licencia que a prática médico-psiquiátrica trate determinados fenômenos sociais como problemas médicos e faça o controle social dos indivíduos desatentos "anormais" para recuperá-los em sua condição "normal". Acredita-se que investigações que utilizam o metilfenidato, principal fármaco da terapia da patologia, pode ser uma forma de controle social pela ciência psiquiátrica brasileira, quando definem os comportamentos através do conhecimento neurocientífico como TDA/H. Também foi possível constatar que os estudos sobre o TDA/H, em sua maioria, foram financiados por indústrias farmacêuticas, ator social hegemônico na produção do conhecimento científico do TDA/H. A relação entre indústria farmacêutica e produção científica é um meio de legitimar a administração do psicofármaco metilfenidato como terapia principal no tratamento do transtorno. Desta forma, a relação entre indústria e doença é um fenômeno social no qual a ciência possui papel preponderante na aferição das categorias que podem ser consideradas "doença" Abstract: This dissertation aims to investigate the development of research on Attention Deficit-Hyperactivity Disorder (ADHD) in the organicist dimension of mental illness of psychiatry in Brazil, with the methodological approach of the Social Studies of Science and Technology (SSST), specifically the theoretical contribution of the social construction of illness. The objective of the study is to investigate historically and sociologically how the disorder came to be investigating with biological causes by Brazilian psychiatric practices. 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It was possible to verify, in most of the articles, that the knowledge of the pathology is done by researchers from the fields of Psychiatry and Neuroscience, which uses techniques based on neuroscientific paradigms for mental illness researches. It is interpreted that the neurological knowledge of the disorder, in turn, licenses the medical-psychiatric practices to treat certain social phenomenon as medical problems, under a social control of the individuals with the disorder treated as "abnormal" to get them back into their "normal" condition. It is proposed as an analysis that methylphenidate, the main drug therapy to the pathology, is a form of social control by Brazilian Psychiatry when they define the behaviors as ADHD. It also appeared that the studies are funded by pharmaceutical companies, the hegemonic social actor in the production of the scientific knowledge of ADHD. The relationship by the pharmaceutical industry and the scientific production is a way of legitimizing the administration of psychotropic drug methylphenidate as primary therapy in the treatment of the disorder. Thus, the relationship between industry and disease is a social phenomenon in which science has leading role in gauging the categories that can be considered disease Mestrado Politica Cientifica e Tecnologica Mestre em Política Científica e Tecnológica 2013 2018-08-22T20:43:44Z 2018-08-22T20:43:44Z info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis CHEIDA, Rodrigo Saraiva. Análise sociológica da"biologização" do TDA/H na psiquiatria brasileira. 2013. 151 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/287020>. 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