O desenvolvimento do Instituto Ethos e o campo da responsabilidade social empresarial no Brasil

Orientador: Andréia Galvão === Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-20T06:34:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Machado_RaphaelAmorim_M.pdf: 2906032 bytes, checksum: dda3fcecf60ddebec03483d61a08b259...

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Bibliographic Details
Main Author: Machado, Raphael Amorim, 1986-
Other Authors: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Format: Others
Language:Portuguese
Published: [s.n.] 2012
Subjects:
Online Access:MACHADO, Raphael Amorim. O desenvolvimento do Instituto Ethos e o campo da responsabilidade social empresarial no Brasil. 2012. 166 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/281651>. Acesso em: 20 ago. 2018.
http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/281651
Description
Summary:Orientador: Andréia Galvão === Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-20T06:34:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Machado_RaphaelAmorim_M.pdf: 2906032 bytes, checksum: dda3fcecf60ddebec03483d61a08b259 (MD5) Previous issue date: 2012 === Resumo: Esta pesquisa tem como objeto o Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial, cuja tarefa estatutária é promover e difundir a responsabilidade social entre as empresas atuantes no Brasil. A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) foi criada nos Estados Unidos na década de 1950, porém, as práticas filantrópicas e caritativas das empresas datam de antes desse período. A RSE representa uma complexificação do campo da ação social das empresas, levando em consideração a atuação estratégica da empresa frente ao público atingido pelas ações da empresa (stakeholder). A atuação social do empresariado brasileiro sempre esteve vinculada à regulação das relações de trabalho, principalmente por meio de práticas coercitivas e caritativas. No início da década de 1980 uma nova agenda social do empresariado brasileiro começou a ter vigência. O mote principal dessa nova agenda era mobilizar o empresariado em torno dos principais problemas sociais da sociedade brasileira, tal como trabalho infantil, desigualdade social e fome. O Instituto Ethos foi resultado direto dessa nova agenda do empresariado brasileiro, tornando a atuação social empresarial mais complexa e pautada por mecanismos de verificação baseados em padrões internacionais. Nosso problema de pesquisa é analisar a constituição do Instituto Ethos enquanto um dos atores principais da RSE no Brasil, discutindo a constituição do campo da RSE no Brasil, os posicionamentos e discursos do Instituto frente ao Estado e às políticas públicas, averiguando a sua vinculação com o projeto político neoliberal. Para isso partimos para a análise dos documentos do Instituto, relatórios de organizações internacionais e os discursos dos intelectuais orgânicos do campo da RSE no Brasil. A RSE é um campo fragmentado, permeado por disputas conceituais e de práticas que no fundo representam uma luta entre frações de classe para uma definição do que seja RSE, cada uma com um projeto vinculado a seu interesse de classe. O Instituto Ethos é um desses atores nessa disputa. O Instituto Ethos promoveu uma institucionalização da RSE no país, tendo para isso de institucionalizar suas práticas e sua organização. A estrutura administrativa do Instituto é bastante complexa, tendo vários conselhos e diretorias, estabelecendo uma distância entre as diretrizes do Instituto e a atuação das empresas, favorecendo uma autonomia relativa do Instituto Ethos frente a suas empresas associadas. Neste trabalho questionamos a vinculação imediata entre a RSE e o neoliberalismo, enfatizando a dimensão pública que o Instituto Ethos imprime a tal prática, pois as diretrizes do Instituto enfocam uma espécie de parceria entre as empresas e o Estado no provimento de políticas públicas. A crítica aqui se dirige àqueles trabalhos que analisam a RSE como substituta do Estado nas áreas sociais decorrentes de um arranjo político neoliberal. Essa hipótese se mostra problemática, pois o Instituto Ethos não reivindica menos Estado, pelo contrário, chama o Estado para uma regulação da RSE no país === Abstract: This research has as is object the Ethos Institute for Corporate Social Responsibility, whose statutory task is to promote and disseminate social responsibility among companies operating in Brazil. Corporate Social Responsibility (CSR) was established in the United States in the 1950's, however, the philanthropic and charitable practices of companies dating from before that period. CSR represents a complexity of the field of corporate social action, taking into account the strategic work of the company before the public affected by the actions of the firm (stakeholder). The social performance of the Brazilian business has always been linked to the regulation of labor relations, mainly through coercive and charities. In the early 1980's a new social agenda of the Brazilian business began to take effect. The main motto of this new agenda was to mobilize the business community around the main social problems of Brazilian society, such as child labor, social inequality and hunger. The Ethos Institute was a direct result of this new agenda of the Brazilian business, making business more complex social activities and guided by verification mechanisms based on international standards. Our research problem is to analyze the constitution of the Ethos Institute as one of the main actors of CSR in Brazil, discussing the constitution of the field of CSR in Brazil, positions and addresses of the Institute from the State and public policy by examining its connection with the neoliberal political project. For this we start to analyze the documents of the Institute, reports of international organizations and the speeches of the organic intellectuals of the field of CSR in Brazil. CSR is a fragmented field, permeated by disputes conceptual and practical at the bottom represent a struggle between fractions of class for a definition of what CSR is, each with a project linked to their class interest. The Ethos Institute is one of those actors in this dispute. The Ethos Institute promoted the institutionalization of CSR in the country, and for that to institutionalize their practices and their organization. The Institute's administrative structure is quite complex, and several councils and boards, establishing a distance between the guidelines of the Institute and the performance of companies, favoring a relative autonomy of the Ethos front of its affiliates. In this work we question the immediate link between CSR and neoliberalism, emphasizing the public dimension of the Ethos Institute prints to this practice, because the guidelines of the Institute focus on a kind of partnership between business and the state in providing public policy. The criticism here is directed to those papers that analyze CSR as a substitute for the State in social areas due to a neoliberal political arrangement. This hypothesis proves problematic because the Ethos Institute does not claim less government, by contrast, calls for the State regulation of CSR in the country === Mestrado === Ciencia Politica === Mestre em Ciência Política