Infancia, trabalho e educação : os aprendizes do Arsenal de Guerra de Mato Gross (Cuiaba, 1842-1899)

Orientador: Paulo Celso Miceli === Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-04T11:29:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Crudo_MatildeAraki_D.pdf: 21264379 bytes, checksum: e2fc3ae54348963a1d2d89b15b184ebf (MD...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Crudo, Matilde Araki
Other Authors: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Format: Others
Language:Portuguese
Published: [s.n.] 2005
Subjects:
Online Access:CRUDO, Matilde Araki. Infancia, trabalho e educação: os aprendizes do Arsenal de Guerra de Mato Gross (Cuiaba, 1842-1899). 2005. 366 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/280823>. Acesso em: 4 ago. 2018.
http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/280823
Description
Summary:Orientador: Paulo Celso Miceli === Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-04T11:29:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Crudo_MatildeAraki_D.pdf: 21264379 bytes, checksum: e2fc3ae54348963a1d2d89b15b184ebf (MD5) Previous issue date: 2005 === Resumo: Durante quase 50 anos, centenas de meninos pobres, órfãos ou abandonados, viveram internados no Arsenal de Guerra de Mato Grosso, onde estudaram e trabalharam. Analisar esta iniciativa militar de articular trabalho e educação para disciplinar a população livre pobre, na segunda metade do século XIX, em meio a uma sociedade escravista, é o objetivo desta tese. Na primeira parte, após um rápido histórico do Arsenal de Guerra, criado em 1832 na província de Mato Grosso, para armazenar e produzir objetos necessários à manutenção de tropas militares em área de fronteira, apresento sua estrutura burocrática e examino suas finalidades como unidade complexa que reunia armazéns, oficinas, prisão e escola. Nessa trama complexa de relações sociais, os aprendizes interagiram com soldados artífices e mestres de oficina, professores e guardas, presos civis e militares, escravos e serventes aprenderam os oficios de sapateiro, tanoeiro, funileiro, entre outros, mas assimilaram também comportamentos considerados inadequados pelas autoridades imperiais. Ainda na primeira parte, analiso as atitudes contraditórias da população livre pobre, de rejeição e de submissão, ao projeto disciplinar. A inserção dos aprendizes no trabalho das oficinas e o aprendizado dos conteúdos necessários à formação de um trabalhador disciplinado são abordados na segunda parte. A terceira parte examina outros mecanismos de controle utilizados para submeter os aprendizes à disciplina do trabalho e evidencia o êxito da estratégia imperial ao demonstrar que o Arsenal de Guerra conseguiu formar não só bons operários, como também preparar mestres de oficinas. Mas nem tudo foi submissão. Descrevo também os mecanismos de resistência dos trabalhadores à disciplina, destacando as fugas dos aprendizes. Finalmente, evidencio como as atitudes de resistência provocaram o efeito perverso de reiterar o preconceito contra a infancia pobre, por meio da construção das categorias de aprendiz para designar a que se submete à disciplina do trabalho e a de menor para discriminar a criança insubmissa === Abstract: For almost 50 years, hundreds of orphaned or abandoned poor children were housed in the War Arsenal ofthe State of Mato Grosso where they studied and worked. To analyse this military initiative of providing work and education to discipline the poor, free population in the second half of the 19th century is the aim of this thesis. In the first part, after a brief history ofthe War Arsenal, which was created in 1832 in the then province of Mato Grosso to store and produce objects necessary for the maintenance of military troops in the border areas, I present its bureaucratic structure and examine its objectives as a complex unit that combined depots, workshops, a prison and a school. In the midst of complex social relationships where the apprentices interacted with trained soldiers and master tradesman, teachers and guards, civilian and military prisoners, slaves and servants; they learnt the trades of shoemakers, tanners and tinkers among others. But they also adopted types of behaviour considered to be inappropriate by the imperial authorities. Still in the first part, I analyse the contradictory behaviour of the poor, free population of rejecting and submitting to the disciplinary regime. The inclusion of the apprentices in the workshops and the learning of the necessary skills to become a disciplined worker are approached in the second part after a brief review of the literature on work and education. The third part examines other control mechanisms used to submit the apprentices to the work discipline regime and shows the success achieved by the imperial strategy by demonstrating that the War Arsenal managed to train not only good workers but also produced master tradesman. But it wasn't alI about submission. I also describe the resistance mechanisms used by the workers against the strict discipline, particularly the escape of apprentices. Finally, I show how this resistance provoked the perverse effect of reiterating the prejudice against the poor children by means of establishing categories for the a.pprenticesto designate those that submitted to the work discipline regime to a higher category and those that refused to a lower category who were thus subjected to discrimination === Doutorado === Historia Cultural === Doutor em História