Movimentos sociais : a longa viagem para o mesmo lugar
Orientador: Elide Rugai Bastos === Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-03T20:37:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DalMaso_Mansueto_D.pdf: 2239259 bytes, checksum: 0a8f44754ba9510583e138be889054db (MD5)...
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Orientador: Elide Rugai Bastos === Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas === Made available in DSpace on 2018-08-03T20:37:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2004 === Resumo: Ao reconstituir os processos sociais que originaram o bairro Canudos e o assentamento Nova Conquista, localizados respectivamente nos municípios de São Luís e Açailândia, ambos no estado do Maranhão, o estudo se propõe caracterizar aspectos importantes da composição do social e da natureza dos movimentos sociais. Agregados pelas condições de exclusão social ¿ sem-teto e sem-terra -, setores da população, que se
constituem em movimentos a partir dos acampamentos, se mobilizam tendo em vista sua integração. Ao mesmo tempo em que denunciam as condições de desigualdade sobre as quais está fundada e se organiza a sociedade brasileira, alargam as fronteiras do conflito e transformam suas reivindicações ¿ casa e terra - em questões de caráter social e político. Nesta ampliação do espaço público está contida, ainda que não explicitada verbalmente, a necessidade de instituir uma nova sociabilidade como condição sine qua non de sua integração. Defrontam-se com a ordem instituída, representada pelo Estado, que, ao criar os assentamentos, recompõe os espaços públicos e recoloca as demandas e os próprios movimentos na esfera dos ordenamentos jurídicos e administrativos. Vistos pela ótica dos setores sociais mobilizados, os assentamentos transformam-se em espaços físicos e sociais de ambigüidade. Com efeito, os sem-teto e os sem-terra se movem entre o desejo da antiga sociabilidade, inviável de um ponto de vista processual, e a necessidade de se integrar à nova ordem ¿ ressocialização - para que a própria condição de assentados se realize. A integração, porém, comporta uma reiterada desintegração. Desta maneira, as bases dos movimentos são paulatinamente expropriadas de suas antigas formas de vida e integradas a um espaço físico e social que, ao se constituir em conformidade com os ordenamentos instituídos, cria, em outros níveis, as antigas formas de exclusão. Neste processo são redefinidas as formas e o caráter da exclusão. Configura-se o processo de excludência. Analisado pela ótica da sociabilidade dominante, o assentamento é funcional à ordem: restringe as fronteiras do conflito e da política e esvazia as áreas de tensão, integra espaços e grupos sociais, ainda que de forma desigual e subalterna, à lógica de expansão do capital. Assim, o caráter social e político das questões postas pelas bases dos movimentos sociais nos acampamentos são redefinidas pelas políticas de assentamento. Nos assentamentos a integração adquire um caráter individual regulado pela competitividade do mercado. O estudo visa identificar as metamorfoses destas formas sociais === Abstract: By restructuring the social processes which gave origin to the ¿Canudos¿ neighbourhood and the ¿Nova Conquista¿ settlements, both located in the municipality of ¿São Luis¿ and ¿Açailândia¿ in the State of ¿Maranhão¿, Brazil, this study intends to characterise important aspects of the composition of the social structure, and nature of social movements. United by the same condition of social exclusion, homeless and landless people represent sectors of the population, which organized itself in the settlement as a social movement that mobilised itself in order to achieve their integration into society. While denouncing the condition o inequality, on which Brazilian society is built and organised, they expand the frontiers of conflict and transform their social claims for a home and a land, into issues of a social and political nature. In the expansion of public space lies, even if not clearly expressed, the need to build a new capacity of social relations as a sine-qua-non condition of their integration. By challenging the constituted social order, represented by the State, which by creating settlements, rearranges the public spaces, and places the social
movements and their demands in the sphere of juridical and administrative order. Seen from the standpoint of social organisation, the settlements become physical and social spaces characterises by ambiguity. In fact, homeless and landless people find themselves caught between the
desire to recapture the old way of life, which is no longer viable, and the need to be integrated in the new order ¿ to be resocialized ¿ in order to achieve their social rank as settlers. The integration, however, allows a reiterated disintegration. Consequently, the bases of the social movements are
gradually expropriated of their old forms of life and integrated in a new physical and social space, which, being constituted in accordance with the official juridical order, recreates, on other levels, the old forms of exclusion. In this process, the form and the character of social exclusion are redefined.
In this way a process of exclusion is created. Analysed from the perspective of dominant social relations, the settlement is functional to the
established order: it restricts the frontiers of social conflict and the political process and pre-empts the areas of tension; it integrates social spaces and groups, even if in an unequal and subordinate fashion, according to the logic of capitalistic expansion. Henceforth, the social and political character of the issues, raised by the bases of the social movements in the settlements, are redefined by politics governing settlements. Within the settlements the process of integration acquires a peculiar character monitored by the competitive nature of the market. The study aims at identifying the metamorphosis of these social forms === Doutorado === Ciencias Sociais === Doutor em Ciências Sociais |
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ndltd-IBICT-oai-repositorio.unicamp.br-REPOSIP-2799152019-01-21T20:43:23Z Movimentos sociais : a longa viagem para o mesmo lugar Dal Maso, Mansueto UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Bastos, Elide Rugai, 1937- Ianni, Octávio Lourenço, Fernando Antonio Pinassi, Maria Orlanda Botelho, Andre Pereira Movimentos sociais rurais Movimentos sociais urbanos Inclusão social Justiça social Conflito social Socialização Assentamentos rurais Orientador: Elide Rugai Bastos Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas Made available in DSpace on 2018-08-03T20:37:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DalMaso_Mansueto_D.pdf: 2239259 bytes, checksum: 0a8f44754ba9510583e138be889054db (MD5) Previous issue date: 2004 Resumo: Ao reconstituir os processos sociais que originaram o bairro Canudos e o assentamento Nova Conquista, localizados respectivamente nos municípios de São Luís e Açailândia, ambos no estado do Maranhão, o estudo se propõe caracterizar aspectos importantes da composição do social e da natureza dos movimentos sociais. Agregados pelas condições de exclusão social ¿ sem-teto e sem-terra -, setores da população, que se constituem em movimentos a partir dos acampamentos, se mobilizam tendo em vista sua integração. Ao mesmo tempo em que denunciam as condições de desigualdade sobre as quais está fundada e se organiza a sociedade brasileira, alargam as fronteiras do conflito e transformam suas reivindicações ¿ casa e terra - em questões de caráter social e político. Nesta ampliação do espaço público está contida, ainda que não explicitada verbalmente, a necessidade de instituir uma nova sociabilidade como condição sine qua non de sua integração. Defrontam-se com a ordem instituída, representada pelo Estado, que, ao criar os assentamentos, recompõe os espaços públicos e recoloca as demandas e os próprios movimentos na esfera dos ordenamentos jurídicos e administrativos. Vistos pela ótica dos setores sociais mobilizados, os assentamentos transformam-se em espaços físicos e sociais de ambigüidade. Com efeito, os sem-teto e os sem-terra se movem entre o desejo da antiga sociabilidade, inviável de um ponto de vista processual, e a necessidade de se integrar à nova ordem ¿ ressocialização - para que a própria condição de assentados se realize. A integração, porém, comporta uma reiterada desintegração. Desta maneira, as bases dos movimentos são paulatinamente expropriadas de suas antigas formas de vida e integradas a um espaço físico e social que, ao se constituir em conformidade com os ordenamentos instituídos, cria, em outros níveis, as antigas formas de exclusão. Neste processo são redefinidas as formas e o caráter da exclusão. Configura-se o processo de excludência. Analisado pela ótica da sociabilidade dominante, o assentamento é funcional à ordem: restringe as fronteiras do conflito e da política e esvazia as áreas de tensão, integra espaços e grupos sociais, ainda que de forma desigual e subalterna, à lógica de expansão do capital. Assim, o caráter social e político das questões postas pelas bases dos movimentos sociais nos acampamentos são redefinidas pelas políticas de assentamento. Nos assentamentos a integração adquire um caráter individual regulado pela competitividade do mercado. O estudo visa identificar as metamorfoses destas formas sociais Abstract: By restructuring the social processes which gave origin to the ¿Canudos¿ neighbourhood and the ¿Nova Conquista¿ settlements, both located in the municipality of ¿São Luis¿ and ¿Açailândia¿ in the State of ¿Maranhão¿, Brazil, this study intends to characterise important aspects of the composition of the social structure, and nature of social movements. United by the same condition of social exclusion, homeless and landless people represent sectors of the population, which organized itself in the settlement as a social movement that mobilised itself in order to achieve their integration into society. While denouncing the condition o inequality, on which Brazilian society is built and organised, they expand the frontiers of conflict and transform their social claims for a home and a land, into issues of a social and political nature. In the expansion of public space lies, even if not clearly expressed, the need to build a new capacity of social relations as a sine-qua-non condition of their integration. By challenging the constituted social order, represented by the State, which by creating settlements, rearranges the public spaces, and places the social movements and their demands in the sphere of juridical and administrative order. Seen from the standpoint of social organisation, the settlements become physical and social spaces characterises by ambiguity. In fact, homeless and landless people find themselves caught between the desire to recapture the old way of life, which is no longer viable, and the need to be integrated in the new order ¿ to be resocialized ¿ in order to achieve their social rank as settlers. The integration, however, allows a reiterated disintegration. Consequently, the bases of the social movements are gradually expropriated of their old forms of life and integrated in a new physical and social space, which, being constituted in accordance with the official juridical order, recreates, on other levels, the old forms of exclusion. In this process, the form and the character of social exclusion are redefined. In this way a process of exclusion is created. Analysed from the perspective of dominant social relations, the settlement is functional to the established order: it restricts the frontiers of social conflict and the political process and pre-empts the areas of tension; it integrates social spaces and groups, even if in an unequal and subordinate fashion, according to the logic of capitalistic expansion. Henceforth, the social and political character of the issues, raised by the bases of the social movements in the settlements, are redefined by politics governing settlements. 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