O processo de bootstrapping na aquisição de linguagem

Orientador: Ruth Elisabeth Vasconcellos Lopes === Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem === Made available in DSpace on 2018-08-27T13:05:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Kolberg_LeticiaSchiavon_M.pdf: 4780312 bytes, checksum: 5100646d80c91b73695...

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Bibliographic Details
Main Author: Kolberg, Leticia Schiavon, 1990-
Other Authors: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Format: Others
Published: [s.n.] 2015
Subjects:
Online Access:KOLBERG, Leticia Schiavon. O processo de bootstrapping na aquisição de linguagem. 2015. 158 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/271185>. Acesso em: 27 ago. 2018.
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description Orientador: Ruth Elisabeth Vasconcellos Lopes === Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem === Made available in DSpace on 2018-08-27T13:05:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Kolberg_LeticiaSchiavon_M.pdf: 4780312 bytes, checksum: 5100646d80c91b736957133628e83277 (MD5) Previous issue date: 2015 === Resumo: O papel do input na aquisição tem sido amplamente discutido dentro das teorias de bootstrapping, que postulam que certas informações linguísticas seriam responsáveis pelo disparo dos mecanismos inatos de aquisição. Embora não se acredite que apenas um tipo de pista (sintático, prosódico ou semântico) dê conta do processo de aquisição por si só, a maioria dos autores postula uma hierarquia de acesso a esses sistemas linguísticos. Pinker (1989) afirma que a informação semântica é a responsável pelo início da aquisição, sendo a base para a estrutura sintática; já Mazuka (1996) postula que para iniciar a aquisição é necessário determinar certos parâmetros básicos a partir do ritmo, sendo este o responsável lógico pelo disparo dos mecanismos inatos. A dificuldade em se chegar a um consenso sobre qual tipo de pista seria usado inicialmente gera o chamado bootstrapping problem (PINKER, 1989): Como se chega à estrutura sintática pela semântica sem compreender a correlação entre a estrutura sintática e a conceitual? Da mesma forma, como se pode usar pistas prosódicas sem a transposição do nível fonético/fonológico para o nível de representação formal? A fim de resolver estas questões, Hirsh-Pasek & Golinkoff (1996) postulam um modelo de coalisão em que pistas sintáticas, semânticas e prosódicas são usadas em conjunto desde o início, embora assumam pesos diferentes conforme a aquisição procede. Para isso, ressaltam três fases do desenvolvimento linguístico, baseadas no tipo de informação mais saliente: a fase prosódica, aproximadamente dos 0 aos 09 meses, na qual a criança realiza a segmentação inicial da fala e a delimitação de eventos; a semântica, dos 09 aos 24 meses, na qual ocorre o mapeamento semântico e a determinação de parâmetros básicos a partir de pistas redundantes do contexto; e a sintática, dos 24 aos 36 meses, na qual os parâmetros sintáticos mais complexos são determinados. As fases são corroboradas por evidências empíricas de crianças adquirindo o inglês, mas os resultados são considerados universais. A fim de somar evidências em favor desta hipótese, o objetivo principal desta dissertação é a adaptação de um dos testes realizados pelas autoras com crianças adquirindo o português brasileiro. O teste escolhido investigará a compreensão da ordem de palavras e sua correlação com os papéis de agente e paciente por crianças na segunda fase a partir do Paradigma de Olhar Preferencial Intermodal (SPELKE, 1979): dois monitores mostram vídeos dos personagens Ju e Nino realizando ações, sendo que em um monitor Ju é a agente, e no outro, paciente. O estímulo auditivo apresenta sentenças como "A Ju está coçando o Nino", correspondentes a apenas um dos vídeos, enquanto uma câmera grava o tempo de fixação do olhar das crianças para cada vídeo. Os resultados gerais não mostram um tempo de fixação maior para o vídeo correspondente, o que poderia ser justificado pela falta de conhecimento do significado dos verbos usados no teste pelas crianças, já que, diferente de Hirsh-Pasek & Golinkoff, não acessamos esta informação antes da testagem. Estes, no entanto, nos farão questionar as fases do modelo de coalisão, levando-nos à reflexão de que a saliência perceptual entre os sistemas linguísticos talvez alterne não apenas conforme a fase da aquisição, mas também conforme as características de cada problema apresentado. === Abstract: The role of the input in language acquisition has been widely discussed within bootstrapping theories, that postulate that certain linguistic information are responsible for triggering innate mechanisms for language acquisition. Although no author believes only one type of cue (syntactic, semantic or prosodic) would handle the acquisition process on itself, most of them postulate that the linguistic systems are accessed hierarchically. Pinker (1989) says that the semantic information is responsible for the beginning of language acquisition, being the basis for syntactic structure; on the other hand, Mazuka (1996) postulates that, in order to bootstrap acquisition, it is necessary to determine certain basic parameters through rhythmic information, the logic responsible for the triggering of innate mechanisms. The difficulty in getting to a consensus about what type of cue would be initially accessed generates the Bootstrapping Problem (PINKER, 1989): how does one gets to syntactic structure through semantics without knowing the correlation between conceptual and syntactic structure? By the same logic, how can one use prosodic cues without transposing the phonetic/phonological level to the level of formal representation? In order to solve these questions, Hirsh-Pasek & Golinkoff (1996) created a coalition model in which syntactic, semantic and prosodic cues are accessed together since the beginning of acquisition, although they take different weights as it proceeds. The authors postulate three phases of linguistic development, based on the most salient cues: the prosodic phase, from 0 to 9 months of age, in which the child performs initial segmentation of the input speech and the delimitation of events in the context; the semantic phase, from 9 to 24 months, when the processes of semantic mapping and basic parameter determination through redundant syntactic/semantic cues occur; and the syntactic phase, from 24 to 36 months, when more complex syntactic parameters are determined. Those phases are corroborated by empirical evidences from children acquiring English, but the results are considered universal. In order to gather evidence in favor of this hypothesis, the main goal of this dissertation is the adaptation of one of the tests ran by the authors, to be ran with children acquiring Brazilian Portuguese. The chosen test will investigate the comprehension of word order and its correlation with the agent and patient roles by children in the second phase postulated by the authors, through the Intermodal Preferential Looking Paradigm (SPELKE, 1979): two video monitors show videos of the characters Ju and Nino performing transitive actions, and when Ju is the agent in one video, it is the patient in the other. The audio presents sentences such as "Ju is scratching Nino", corresponding to only one of the video screens, while a hidden camera records the eye fixations of children to each video screen. The main results do not show a longer fixation time to the video corresponding to the linguistic stimulus, which could be justified by the lack of knowledge of the meanings of the verbs being tested, since, unlike Hirsh-Pasek & Golinkoff's, we did not access this information before the test. These results, however, will make us question the phases of the coalition model, leading us to the conclusion that the perceptual salience between linguistic systems perhaps alternate not just in conformity with the phase of development, but also with the characteristics of each presented problem === Mestrado === Linguistica === Mestra em Linguística
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Embora não se acredite que apenas um tipo de pista (sintático, prosódico ou semântico) dê conta do processo de aquisição por si só, a maioria dos autores postula uma hierarquia de acesso a esses sistemas linguísticos. Pinker (1989) afirma que a informação semântica é a responsável pelo início da aquisição, sendo a base para a estrutura sintática; já Mazuka (1996) postula que para iniciar a aquisição é necessário determinar certos parâmetros básicos a partir do ritmo, sendo este o responsável lógico pelo disparo dos mecanismos inatos. A dificuldade em se chegar a um consenso sobre qual tipo de pista seria usado inicialmente gera o chamado bootstrapping problem (PINKER, 1989): Como se chega à estrutura sintática pela semântica sem compreender a correlação entre a estrutura sintática e a conceitual? Da mesma forma, como se pode usar pistas prosódicas sem a transposição do nível fonético/fonológico para o nível de representação formal? A fim de resolver estas questões, Hirsh-Pasek & Golinkoff (1996) postulam um modelo de coalisão em que pistas sintáticas, semânticas e prosódicas são usadas em conjunto desde o início, embora assumam pesos diferentes conforme a aquisição procede. Para isso, ressaltam três fases do desenvolvimento linguístico, baseadas no tipo de informação mais saliente: a fase prosódica, aproximadamente dos 0 aos 09 meses, na qual a criança realiza a segmentação inicial da fala e a delimitação de eventos; a semântica, dos 09 aos 24 meses, na qual ocorre o mapeamento semântico e a determinação de parâmetros básicos a partir de pistas redundantes do contexto; e a sintática, dos 24 aos 36 meses, na qual os parâmetros sintáticos mais complexos são determinados. As fases são corroboradas por evidências empíricas de crianças adquirindo o inglês, mas os resultados são considerados universais. A fim de somar evidências em favor desta hipótese, o objetivo principal desta dissertação é a adaptação de um dos testes realizados pelas autoras com crianças adquirindo o português brasileiro. O teste escolhido investigará a compreensão da ordem de palavras e sua correlação com os papéis de agente e paciente por crianças na segunda fase a partir do Paradigma de Olhar Preferencial Intermodal (SPELKE, 1979): dois monitores mostram vídeos dos personagens Ju e Nino realizando ações, sendo que em um monitor Ju é a agente, e no outro, paciente. O estímulo auditivo apresenta sentenças como "A Ju está coçando o Nino", correspondentes a apenas um dos vídeos, enquanto uma câmera grava o tempo de fixação do olhar das crianças para cada vídeo. Os resultados gerais não mostram um tempo de fixação maior para o vídeo correspondente, o que poderia ser justificado pela falta de conhecimento do significado dos verbos usados no teste pelas crianças, já que, diferente de Hirsh-Pasek & Golinkoff, não acessamos esta informação antes da testagem. Estes, no entanto, nos farão questionar as fases do modelo de coalisão, levando-nos à reflexão de que a saliência perceptual entre os sistemas linguísticos talvez alterne não apenas conforme a fase da aquisição, mas também conforme as características de cada problema apresentado. Abstract: The role of the input in language acquisition has been widely discussed within bootstrapping theories, that postulate that certain linguistic information are responsible for triggering innate mechanisms for language acquisition. 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By the same logic, how can one use prosodic cues without transposing the phonetic/phonological level to the level of formal representation? In order to solve these questions, Hirsh-Pasek & Golinkoff (1996) created a coalition model in which syntactic, semantic and prosodic cues are accessed together since the beginning of acquisition, although they take different weights as it proceeds. The authors postulate three phases of linguistic development, based on the most salient cues: the prosodic phase, from 0 to 9 months of age, in which the child performs initial segmentation of the input speech and the delimitation of events in the context; the semantic phase, from 9 to 24 months, when the processes of semantic mapping and basic parameter determination through redundant syntactic/semantic cues occur; and the syntactic phase, from 24 to 36 months, when more complex syntactic parameters are determined. Those phases are corroborated by empirical evidences from children acquiring English, but the results are considered universal. In order to gather evidence in favor of this hypothesis, the main goal of this dissertation is the adaptation of one of the tests ran by the authors, to be ran with children acquiring Brazilian Portuguese. The chosen test will investigate the comprehension of word order and its correlation with the agent and patient roles by children in the second phase postulated by the authors, through the Intermodal Preferential Looking Paradigm (SPELKE, 1979): two video monitors show videos of the characters Ju and Nino performing transitive actions, and when Ju is the agent in one video, it is the patient in the other. The audio presents sentences such as "Ju is scratching Nino", corresponding to only one of the video screens, while a hidden camera records the eye fixations of children to each video screen. The main results do not show a longer fixation time to the video corresponding to the linguistic stimulus, which could be justified by the lack of knowledge of the meanings of the verbs being tested, since, unlike Hirsh-Pasek & Golinkoff's, we did not access this information before the test. These results, however, will make us question the phases of the coalition model, leading us to the conclusion that the perceptual salience between linguistic systems perhaps alternate not just in conformity with the phase of development, but also with the characteristics of each presented problem Mestrado Linguistica Mestra em Linguística 2015 2018-08-27T13:05:36Z 2018-08-27T13:05:36Z 2015-10-04T00:00:00Z info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis KOLBERG, Leticia Schiavon. O processo de bootstrapping na aquisição de linguagem. 2015. 158 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. 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