Discursos sobre a milícia : nomes, vozes e imagens em movimento na produção de sentidos
Orientador: Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi === Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudo da Linguagem === Made available in DSpace on 2018-08-19T13:30:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Costa_GrecielyCristinada_D.pdf: 2413084 bytes, checksum: 47250b6f570f64d6494b3c032...
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2011
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Análise do discurso Denominação (Lingüística) Ideologia Rio de Janeiro (RJ) - Milicia Discourse analysis Denomination (Linguistics) Ideology Rio de Janeiro - Militia Costa, Greciely Cristina da, 1980- Discursos sobre a milícia : nomes, vozes e imagens em movimento na produção de sentidos |
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Previous issue date: 2011 === Resumo: Analisamos, neste trabalho, processos discursivos desencadeados pelo funcionamento da denominação milícia. Essa denominação começou a circular na mídia, em 2006, para se referir à polícia (junto a outros agentes de segurança pública) que invade áreas de favelas, impondo um domínio, intervindo nas relações sociais, a partir da instauração de um dispositivo normativo. Diante desse acontecimento discursivo, perguntamos: por que chamar a polícia de milícia? A partir dessa questão, investigamos quais são os efeitos metafóricos produzidos por essa e outras substituições, que funcionam em discursos sobre a milícia, a saber: discurso de moradores do Rio de Janeiro, discurso jurídico, discurso jornalístico. Examinamos ainda o discurso de imagens. Nesse percurso, abordamos quatro pontos principais. São eles: i) o de que, em certa instância, essa denominação recobre a violência policial ao dar outro nome à polícia, ou seja, desvincula milícia da Instituição Polícia; ii) por outro lado, é o lugar de policial que configura e sustenta o sentido de milícia enquanto protetora; iii) todavia, tem sua prática associada a grupos criminosos, é então significada como criminosa, um desdobramento da polícia; iv) e a existência da milícia está ligada a um espaço material político-simbólico determinado: a favela, pois é nesse espaço que ela tem sua prática instaurada. Esses quatro pontos, que sinalizam sentidos para milícia, levaram-nos a pensar sobre a construção discursiva dos referentes não só na relação com essa denominação, mas com outras que são mobilizadas no decorrer das análises, visando compreender o processo de produção de efeitos de evidência posto em movimento por diferentes sujeitos, em distintos discursos. Nomes, vozes e imagens, permeados de equívocos, são focalizados nesse processo, no qual os sentidos deslizam, se movimentam, se inscrevem, se significam e ressignificam. Observamos que nomear, seja denominando ou renomeando, é explicitar o silêncio que dispersa o discurso dos sujeitos moradores, é tornar visível a indistinção de sujeitos, afetada pelos efeitos da indeterminação, é trabalhar com a diluição dos sentidos, que, por sua vez, são sempre constituídos por relações. É, ainda, situar-se na fronteira em que o dito, o dizível e o silenciado constituem discursos sobre, dentro do jogo de formações imaginárias, da interpretação e da ideologia === Abstract: Discursive processes initiated by the denomination militia are analyzed in this study. The term "militia" started to appear in the media in 2006, as a reference to the police officers (together with other public security officers) who invade Brazilian shantytowns, imposing dominance, interfering with social relations, starting their actions from the introduction of a normative device. Facing this discursive fact, we could raise a question: what is the reason for naming the police as "militia"? From this question, we investigate what are the metaphorical effects produced by this and other substitutions used in the following discourses about militias: Rio de Janeiro inhabitants? discourse, juridical discourse, journalistic discourse. In our investigation, we approach four main points: i) the fact that, in a certain way, this name covers the police violence, giving the Police another name, i.e., the name unlinks the militia from the police as an institution; ii) on the other hand, the police role configures and keeps the sense of the militia as a protector; iii) however, the militia has its action associated with criminal groups, so it might be understood as something criminal, a deployment of the police; iv) and the fact that the militia existence is connected to a determined symbolic political material space, the shantytown, once this is the space where the militia has established its action. Those four points, which signalize significances for the militia, lead us to consider the discursive construction of referents, not only in relation of that name, but also to others, which are found along the analysis, aiming at understanding the effects production process set in motion by different subjects within distinct discourses. Names, voices and images, surrounded by misunderstandings are focused on this process, in which the meanings slip, move, inscribe themselves, mean and re-mean. We can observe that, nominating, either denominating or renominating, is to show the silence that disperses the inhabitants? discourse, is to make the subjects? indistinction, affected by the effects of indetermination, visible, is to deal with the dilution of meanings, which, in turn, are always built up by relations. It is also being in the boundary where what was said, what is sayable and what is silenced compose discourse on and within the game of imaginary formations, interpretation and ideology === Doutorado === Linguistica === Mestre em Linguística |
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ndltd-IBICT-oai-repositorio.unicamp.br-REPOSIP-2706652019-01-21T21:14:53Z Discursos sobre a milícia : nomes, vozes e imagens em movimento na produção de sentidos Discourses about militia : names, voices and images in movement for the production of meanings Costa, Greciely Cristina da, 1980- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Orlandi, Eni Puccinelli, 1942- Nunes, José Horta Medeiros, Vanise Gomes Análise do discurso Denominação (Lingüística) Ideologia Rio de Janeiro (RJ) - Milicia Discourse analysis Denomination (Linguistics) Ideology Rio de Janeiro - Militia Orientador: Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudo da Linguagem Made available in DSpace on 2018-08-19T13:30:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Costa_GrecielyCristinada_D.pdf: 2413084 bytes, checksum: 47250b6f570f64d6494b3c0326a53646 (MD5) Previous issue date: 2011 Resumo: Analisamos, neste trabalho, processos discursivos desencadeados pelo funcionamento da denominação milícia. Essa denominação começou a circular na mídia, em 2006, para se referir à polícia (junto a outros agentes de segurança pública) que invade áreas de favelas, impondo um domínio, intervindo nas relações sociais, a partir da instauração de um dispositivo normativo. Diante desse acontecimento discursivo, perguntamos: por que chamar a polícia de milícia? A partir dessa questão, investigamos quais são os efeitos metafóricos produzidos por essa e outras substituições, que funcionam em discursos sobre a milícia, a saber: discurso de moradores do Rio de Janeiro, discurso jurídico, discurso jornalístico. Examinamos ainda o discurso de imagens. Nesse percurso, abordamos quatro pontos principais. São eles: i) o de que, em certa instância, essa denominação recobre a violência policial ao dar outro nome à polícia, ou seja, desvincula milícia da Instituição Polícia; ii) por outro lado, é o lugar de policial que configura e sustenta o sentido de milícia enquanto protetora; iii) todavia, tem sua prática associada a grupos criminosos, é então significada como criminosa, um desdobramento da polícia; iv) e a existência da milícia está ligada a um espaço material político-simbólico determinado: a favela, pois é nesse espaço que ela tem sua prática instaurada. Esses quatro pontos, que sinalizam sentidos para milícia, levaram-nos a pensar sobre a construção discursiva dos referentes não só na relação com essa denominação, mas com outras que são mobilizadas no decorrer das análises, visando compreender o processo de produção de efeitos de evidência posto em movimento por diferentes sujeitos, em distintos discursos. Nomes, vozes e imagens, permeados de equívocos, são focalizados nesse processo, no qual os sentidos deslizam, se movimentam, se inscrevem, se significam e ressignificam. Observamos que nomear, seja denominando ou renomeando, é explicitar o silêncio que dispersa o discurso dos sujeitos moradores, é tornar visível a indistinção de sujeitos, afetada pelos efeitos da indeterminação, é trabalhar com a diluição dos sentidos, que, por sua vez, são sempre constituídos por relações. É, ainda, situar-se na fronteira em que o dito, o dizível e o silenciado constituem discursos sobre, dentro do jogo de formações imaginárias, da interpretação e da ideologia Abstract: Discursive processes initiated by the denomination militia are analyzed in this study. The term "militia" started to appear in the media in 2006, as a reference to the police officers (together with other public security officers) who invade Brazilian shantytowns, imposing dominance, interfering with social relations, starting their actions from the introduction of a normative device. Facing this discursive fact, we could raise a question: what is the reason for naming the police as "militia"? From this question, we investigate what are the metaphorical effects produced by this and other substitutions used in the following discourses about militias: Rio de Janeiro inhabitants? discourse, juridical discourse, journalistic discourse. In our investigation, we approach four main points: i) the fact that, in a certain way, this name covers the police violence, giving the Police another name, i.e., the name unlinks the militia from the police as an institution; ii) on the other hand, the police role configures and keeps the sense of the militia as a protector; iii) however, the militia has its action associated with criminal groups, so it might be understood as something criminal, a deployment of the police; iv) and the fact that the militia existence is connected to a determined symbolic political material space, the shantytown, once this is the space where the militia has established its action. 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Instituto de Estudos da Linguagem Programa de Pós-Graduação em Linguística reponame:Repositório Institucional da Unicamp instname:Universidade Estadual de Campinas instacron:UNICAMP |