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Previous issue date: 2016-07-14 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) === O campo da cultura brasileira, durante o período da ditadura militar brasileira (1964-1985), foi aos poucos invadido por determinados tipos de publicações pouco percebidas pela historiografia: as revistas eróticas e pornográficas. Estas ajudaram a configurar e constituir identidades, principalmente no que se refere à questão da sexualidade e da masculinidade, estabelecendo espaços de negociação na modernização dos costumes, em meio a uma reforma conservadora. Dessa maneira, a pornografia do período incorporou formas de normalizar o leitor das revistas através de posicionamentos, colaborações dos leitores e formas de resistência, através de anonimatos e publicações proibidas. Com isso, diluídas em uma área cinzenta de um processo mais complexo e contraditório, vários enunciados vindos da sociedade tentaram criar um discurso “verdadeiro” sobre o sexo, o qual acabou assimilado pelo mercado, e que pretendemos desnudar. A partir do pensamento histórico genealógico de Michel Foucault, procuraremos indicar que a pornografia enquanto “desordem do discurso” abriu espaço para visões diversas, que são contrárias ao discurso homogeneizante de poder e masculinidade. O público dessas revistas se mostrava amplo e contava com estudantes do colegial (Ensino Médio), senhores, senhoras, “homossexuais”, generais, moças, médicos e padres que leram e emitiram diversos discursos sobre estes dois grupos, aparentemente distintos, de periódicos: as revistas softcore com discurso normatizador, como: Ele Ela (1969), Status (1974), Homem (1975), esta que depois fora transformada na revista Playboy (1978) - e outra mais explícita, as revistas hardcore, transgressora de discursos e consumida principalmente pelas classes populares: os “catecismos” de Carlos Zéfiro (década de 50 a 70 no Rio de Janeiro), as publicações das editoras Edrel (São Paulo-SP) e Grafipar (Curitiba-PR), além de revistas hardcore e das fotonovelas eróticas. Os periódicos indicados nos ajudarão a compreender essa afirmação e construção das identidades do homem brasileiro moderno. === The field of Brazilian culture during the period of the Brazilian military dictatorship (1964-1985), was gradually invaded by certain types of confusing publications: the erotic and pornographic magazines. These helped to shape and form the identities, especially in regard to the issue of sexuality and masculinity, establishing trading channels in the modernization of customs, in a conservative reform. Thus, the period of pornography incorporated ways to normalize the reader of magazines through placements, contributions from readers and forms of resistance through anonymity and banned publications. As a result, diluted in a gray area of a more complex and contradictory process, various statements coming from the company tried to create a “true” speech about sex, which eventually assimilated by the market, and we intend to denude. From the genealogical historical thought of Michel Foucault, we seek to indicate that the pornography while "disorder of speech" created room for different views that are contrary to the homogenizing discourse of masculinity. The audience of these magazines is proved large and had high school students, older mans and womans, "gay", generals, younger womens, doctors and priests who had read and issued discourses on these two groups of apparently distincts periodicals: the softcore magazines with speech normalizing, like: Ele Ela (1969), Status (1974), A revista do Homem (1975), this which was transformed in the magazine call Playboy (1978) - and a more explicit, the hardcore magazine, transgressive discourses and mostly consumed by the lower classes: the "cathecisms" of Carlos Zéfiro (from the 50s to 70s, in Rio de Janeiro), the publications of Edrel (São Paulo-SP) and Grafipar (Curitiba-PR) publishers. These indicated periodics help us to understand this identity statement of the modern man.
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