Summary: | Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, Estado de Santa Catarina, como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Educação. === La presente disertación posee como principal objetivo comprender los saberes y las prácticas que permearon la formación de las normalistas, en la Escola Normal Madre Teresa Michel – Criciúma (SC), en el período de 1958 hasta 1973. Como investigadora, bajo los ojos del presente, “cavé” el pasado de la primera Escuela Normal de 2º Ciclo de Criciúma, intentando construir, en un horizonte reciente, una imagen del significado de ese educandario para la sociedad de la época, bien como a la formación de las normalistas que en él estudiaron. Para tanto, “quité” el “suelo” del acervo escolar y de la Casa de la Cultura de Criciúma, “exploré” el banco de dados del Grupo de Búsqueda Historia y Memoria de la Educación – Grupehme – y entrevisté también mujeres, normalistas y profesoras, que frecuentaron ese educandario en el período en que se dedicó a este tipo de formación (1958-1973). Con eso, buscando encontrar memorias a las cuales contribuyeron para el esclarecimiento de la problemática en questión. Como norte para las análisis y problematización de las fuentes, me anclé en la teoría de Pierre Bourdieu, por medio de la apreciación de tres categorías principales: “capital cultural”, “habitus” y “poder simbólico”. Apoyada en los “fragmentos” encontrados en la “excavación”, observé que, en un contexto donde la exploración del carbón se convirtió el centro del desarrollo económico y de la población, la educación pasó a ganar destaque, en los discursos de la sociedad criciumense, la cual depositaba, en la escuela, las expectativas de aumento cultural de la ciudad. Así, este clamor no partía de todas las clases sociales, pero de la recién-formada clase media que, venida de grandes centros, creía que la reprodución de determinado capital cultural pudiese hacer que los/las jovenes, sus hijos y hijas, se convertieran los/las futuros/as responsables por la prosperidad intelectual y moral de la ciudad. Ese capital simbólico fue transmitido por la cultura escolar del Gimnasio Madre Teresa Michel inaugurado en 1956 por las Pequeñas Hermanas de la Divina Providencia – P.I.D.P., a fin de imprimir una manera de ser ciudadano y ciudadana, un habitus cultivado y naturalizado como lo ideal para la ciudad. Con la abertura de la Escuela Normal MTM, en 1958, tal status pasa a pertenecer, sobretodo, a las normalistas. Ellas, por su vez, buscaban, en las clases del educandario, los “ingredientes” necesarios para que pudiesem dar continuidad al desarrollo cultural de la ciudad, ya que serían ellas las responsables por transmitir el capital cultural indispensable a muchos niños, por medio de la actuación en escuelas de Criciúma y alrededores. Sin embargo, más que un habitus pedagógico, la Escuela Normal visaba, por medio de sus saberes y prácticas, una característica ideal de ser mujer, haciendo caminos que objetivasen mantener y reproduzir las actitudes y comportamientos deseados para las chicas por la sociedad de la época. Para concretizar tal hecho, las religiosas se utilizaban de recursos coactivos, visando mantener el capital simbólico dominante, instaurando puniciones para aquellas que intentaban burlar la cultura escolar instituída. Pero, había una lucha simbólica entre la cultura dominante y el comportamiento de algunas alumnas, que empleaban estratégias de resistencia para intentar legitimar su propia cultura, aprendida en otros campos y espacios. === A presente dissertação possui como principal objetivo compreender os saberes e as práticas que permearam a formação das normalistas, na Escola Normal Madre Teresa Michel – Criciúma (SC), no período de 1958 a 1973. Enquanto pesquisadora, sob os olhos do presente, “escavei” o passado da primeira Escola Normal de 2º Ciclo de Criciúma, tentando construir, num horizonte recente, uma imagem do significado desse educandário para a sociedade da época, bem como à formação das normalistas que nele estudaram. Para tanto, “revolvi” o “solo” do acervo escolar e da Casa da Cultura de Criciúma, “explorei” o banco de dados do Grupo de Pesquisa História e Memória da Educação – Grupehme – e entrevistei também mulheres, normalistas e professoras, que frequentaram esse educandário no período em que se dedicou a este tipo de formação (1958-1973). Com isso, buscando encontrar memórias as quais contribuíram para o esclarecimento da problemática em questão. Como norte para as análises e problematização das fontes, ancorei-me na teoria de Pierre Bourdieu, por meio da apreciação de três categorias principais: “capital cultural”, “habitus” e “poder simbólico”. Respaldada nos “fragmentos” encontrados na “escavação”, observei que, em um contexto onde a exploração do carvão tornava-se o centro do desenvolvimento econômico e populacional, a educação passou a ganhar destaque, nos discursos da sociedade criciumense, a qual depositava, na escola, as expectativas de ascensão cultural da cidade. Destarte, este clamor não partia de todas as classes sociais, porém da recém-formada classe média que, vinda de grandes centros, acreditava que a reprodução de determinado capital cultural pudesse fazer que os/as jovens, seus filhos e filhas, tornassem-se os/as futuros/as responsáveis pela prosperidade intelectual e moral da cidade. Esse capital simbólico foi transmitido pela cultura escolar do Ginásio Madre Teresa Michel inaugurado em 1956 pelas Pequenas Irmãs da Divina Providência – P.I.D.P., a fim de imprimir um jeito de ser cidadão e cidadã, um habitus cultivado e naturalizado como o ideal para o município. Com a abertura da Escola Normal MTM, em 1958, tal status passa a pertencer, sobretudo, às normalistas. Elas, por sua vez, buscavam, nas salas de aula do educandário, os “ingredientes” necessários para que pudessem dar continuidade ao desenvolvimento cultural da cidade, já que seriam elas as responsáveis por transmitir o capital cultural indispensável a muitas crianças, por meio da atuação em escolas de Criciúma e arredores. No entanto, mais que um habitus pedagógico, a Escola Normal visava, por meio de seus saberes e práticas, uma feição ideal de ser mulher, perfazendo caminhos que objetivassem manter e reproduzir as atitudes e comportamentos desejados para as moças pela sociedade da época. Para concretizar tal feito, as religiosas utilizavam-se de recursos coercitivos, visando manter o capital simbólico dominante, instaurando punições para aquelas que tentavam burlar a cultura escolar instituída. Porém, havia uma luta simbólica entre a cultura dominante e o comportamento de algumas alunas, que empregavam estratégias de resistência para tentar legitimar sua própria cultura, aprendida em outros campos e espaços.
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