Efeito protetor da Minociclina contra danos de memória e neuroinflamação de modelo animal de demência do tipo Alzheimer induzido pela administração de βA1-42
Tese de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde. === A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva de memória, acúmulo d...
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Minociclina – Uso terapêutico Doença de Alzheimer - Tratamento Neuroinflamação |
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Minociclina – Uso terapêutico Doença de Alzheimer - Tratamento Neuroinflamação Garcez, Michelle Lima Efeito protetor da Minociclina contra danos de memória e neuroinflamação de modelo animal de demência do tipo Alzheimer induzido pela administração de βA1-42 |
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Tese de Doutorado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde. === A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva de memória, acúmulo de peptídeo β-amilóide (βA), principalmente o βA1-42, emaranhados de proteínas tau hiperfosforiladas, e mais recentemente, neuroinflamação. Ainda não há tratamento para curar ou evitar a progressão da DA, nem algum medicamento aprovado para atuar na neuroinflamação. Assim, o presente estudo avaliou o efeito do cloridrato de minociclina, um antibiótico com ação anti-inflamatória e neuroprotetora, na memória e neuroinflamação em um modelo de demência do tipo DA. Foram utilizados camundongos Balb/c (100 dias). Os animais foram submetidos a administração de oligômeros βA1-42 (400pmol) no ventrículo cerebral esquerdo. Decorridas 24 horas da administração dos oligômeros βA1-42 foi iniciado o tratamento via oral com cloridrato de minociclina (50 mg/kg) durante 17 dias. Foi avaliada a locomoção pelo teste de campo aberto, a memória espacial pelos testes de labirinto octogonal e labirinto em Y e a memória aversiva dos animais pelo teste de esquiva inibitória, e no 18º dia, 24 horas após a última administração de minociclina, os animais foram mortos para a dissecção do córtex total, hipocampo e coleta de soro para análises de western blot e imunoensaio enzimático. Um grupo independente de animais foi submetido à perfusão transcardíaca com paraformoldeído e o encéfalo foi removido para análises de imuno-histoquímica e histologia. O tratamento com minociclina melhorou a memória espacial e aversiva dos camundongos submetidos ao modelo de demência. Além disso, a minociclina reverteu o aumento dos níveis de interleucina (IL)-1β, fator de necrose tumoral (TNF)-α, IL-6 e IL-10 causado pela administração dos oligômeros βA1-42 no hipocampo. No córtex total a minociclina reverteu o aumento dos níveis de IL-1β, TNF-α e IL-4 nos animais submetidos ao modelo de demência do tipo DA. No soro, houve um aumento dos níveis de IL-1β e IL-4 nos animais que receberam os oligômeros βA1-42 e a minociclina reverteu este efeito. A minociclina também reverteu o aumento dos níveis de fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) no hipocampo e de fator de crescimento neural (NGF) no córtex total dos animais submetidos ao modelo. No hipocampo, a minociclina também reduziu os níveis de βA1-42 e a ativação microglial nos animais que receberam os oligômeros βA1-42. Essa redução da ativação microglial ocorreu provavelmente pela redução de receptores toll-like 2, sua proteína adaptadora MyD88 e redução do inflamassoma NLRP3, avaliados por imuno-histoquímica e confirmados por Western blot. Não foi observado efeito da minociclina em prevenir a morte neuronal no hipocampo, avaliada pela coloração de Nissl, que evidência alterações morfológicas nos neurônios. Os resultados em conjunto indicam que a minociclina foi capaz de melhorar a memória e reduzir a neuroinflamação em camundongos submetidos ao modelo de demência do tipo DA, induzido pela administração de βA1-42. O efeito da minociclina em reduzir a neuroinflamação no hipocampo envolve a inibição de receptores toll-like 2 e inibição da ativação do inflamassoma NLRP3. Essa via leva a liberação de IL-1β e possivelmente também de outras citocinas inflamatórias para o meio extracelular. Portanto, a minociclina parece ter efeitos promissores para o tratamento da DA, podendo conter a neuroinflamação e melhorar o dano de memória. |
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