A relação de proteção entre mãe e filha no contexto do abuso sexual
Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2010. === Submitted by Raquel Viana (tempestade_b@hotmail.com) on 2010-12-14T17:12:15Z No. of bitstreams: 1 2010_ClaudiaAparecidaCantelmo.pdf: 2457160 bytes, checksum: 4e1b29bb07fde17ca4b4e03b1dbea53b (MD5) === Approved for entry in...
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Abuso sexual infantil Pobreza Crime sexual Cantelmo, Cláudia Aparecida A relação de proteção entre mãe e filha no contexto do abuso sexual |
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Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2010. === Submitted by Raquel Viana (tempestade_b@hotmail.com) on 2010-12-14T17:12:15Z
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2010_ClaudiaAparecidaCantelmo.pdf: 2457160 bytes, checksum: 4e1b29bb07fde17ca4b4e03b1dbea53b (MD5) === Esta tese trata da relação de proteção entre a mãe e a filha vítima de abuso sexual. Buscou-se compreender aspectos influentes das relações de gênero, da transgeracionalidade e do contexto socioeconômico dessas famílias na relação de proteção, tendo com base a história de vida das mães e da família atual. Abalizada na teoria sistêmica da família, nas concepções sobre gênero e na teoria de vínculo d Bowlby, foi construída uma abordagem que envolveu diferentes etapas, assim como técnicas e procedimentos na construção dos dados. A pesquisa foi realizada em uma instituição de assistência social em uma cidade periférica do Distrito Federal, tendo como contexto o Grupo Multifamiliar (GM). O método utilizado foi a pesquisa-ação associado a princípios da história de vida. Para análise e interpretação das informações construídas ao longo da pesquisa utilizamos a proposta de Investigação Qualitativa de González Rey, que possibilitou o agrupamento dos resultados em três conjuntos de indicadores que resultaram em seis zonas de sentido, a saber: 1) histórias de pobreza e desproteções que se espelham; 2) ciclo de vida - etapas encurtadas e sobrepostas; 3) A fragmentação familiar - tudo continua com uma ruptura; 4) padrões relacionais que se repetem - conflitos e violência intrafamiliar; 5) relação com os filhos – a matriz que se re-atualiza e 6) filhos protegidos, filhos que protegem. Concluímos que a história familiar e socioeconômica das mães repercutiu na qualidade da proteção devida as suas crianças e adolescentes. Contudo, a percepção que as crianças e adolescentes possuem das mães é positiva, tendo-as como uma figura de proteção e apoio. Isso parece ocorrer, pois, apesar de todas as limitações psicossociais que jogam contra o seu papel de mãe, essas mães não são mães que maltrataram ou abandonaram essas crianças e adolescentes, e tampouco foram ausentes na vida dessas meninas. O abuso sexual do qual suas filhas foram vítimas não foi simplesmente pela falha da relação de proteção dessas mães, uma vez que são elas próprias vítimas secundárias da violência, e vítimas primárias das contingências desfavoráveis da vida nesse processo que envolve diversas outras violências. A partir do percurso que nos proporcionou esta pesquisa, podemos afirmar que a violência estrutural, compreendida aqui pelo processo de empobrecimento e exclusão sociocultural embrenhado pelas lógicas de dominação e hierarquização social (de classe, de gênero, de cor), na qual essas famílias estão imersas, interferiu e interfere profundamente nos vínculos e nas relações de cuidado na família, impondo situações de sacrifícios e insegurança nas quais as crianças e adolescentes, bem como as mulheres, são as mais atingidas. Nesses casos, o abuso sexual se tornou uma vitimização concreta frente ao conjunto de riscos possíveis a que essas famílias estão submetidas e das poucas armas que possuem para se proteger. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT === This thesis deals with the mother and daughter protective relationship in the sexual abuse context. Based on maternal and current family history, we sought to understand the influence of gender, transgenerationality and socioeconomic aspects of these families on the protection relation. With the support of the family systems theory, the gender theory and the Bowlby's attachment theory, we built an approach that involved different steps, as well as techniques and procedures in the construction of the data. The research was conducted in a social welfare institution in a peripheral city of the District City, having the Multifamily Group as the context. The method used was the action research. For the analysis and interpretation of data we used González Rey‟s Qualitative Research, which allowed the grouping of results into three sets of indicators that resulted in six areas of meaning, namely: 1) stories of poverty and nonprotection 2) life cycle - steps shortened and overlapped, 3) The family fragmentation, 4) relational patterns that repeat themselves - conflicts and domestic violence, 5) relationship with the children - the matrix updates, and 6) protected children, protective children. We conclude that the maternal history reflected in the quality of protection due to their children. However, the perception that children have about their mothers is positive, having them as a protective and supportive mother. This seems to happen because, despite all the psychosocial limitations playing against their role as mothers, they are not mothers who abused or abandoned their children, neither had been absent in the girls‟s life. The children sexual abuse victimization was not simply the failure of the mother‟s protective relationship, since they themselves are secondary victims of violence. From the course that brought to us by this research, we can say that the structural violence, understood here by the process of impoverishment and social and cultural exclusion in which these families are immersed, interfered deeply in the family ties, requiring sacrifice and insecurity situations in which children and women are hardly hit. In such cases, sexual abuse has become a concrete victimization set against the possible risks these families are referred to and the few weapons they have to protect themselves. |
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Based on maternal and current family history, we sought to understand the influence of gender, transgenerationality and socioeconomic aspects of these families on the protection relation. With the support of the family systems theory, the gender theory and the Bowlby's attachment theory, we built an approach that involved different steps, as well as techniques and procedures in the construction of the data. The research was conducted in a social welfare institution in a peripheral city of the District City, having the Multifamily Group as the context. The method used was the action research. For the analysis and interpretation of data we used González Rey‟s Qualitative Research, which allowed the grouping of results into three sets of indicators that resulted in six areas of meaning, namely: 1) stories of poverty and nonprotection 2) life cycle - steps shortened and overlapped, 3) The family fragmentation, 4) relational patterns that repeat themselves - conflicts and domestic violence, 5) relationship with the children - the matrix updates, and 6) protected children, protective children. We conclude that the maternal history reflected in the quality of protection due to their children. However, the perception that children have about their mothers is positive, having them as a protective and supportive mother. This seems to happen because, despite all the psychosocial limitations playing against their role as mothers, they are not mothers who abused or abandoned their children, neither had been absent in the girls‟s life. 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