Summary: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Departamento de História, 2009. === Submitted by Allan Wanick Motta (allan_wanick@hotmail.com) on 2010-04-13T14:01:42Z
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Previous issue date: 2009-04 === No presente trabalho, investigamos o grupo de intelectuais e artistas exilados cubanos autodenominados Geração Mariel, que emigrou de Cuba para os Estados Unidos da América em 1980 pelo porto de Mariel. Por meio da análise de documentos, depoimentos, escritos e da literatura produzida pelo grupo, abordamos o projeto identitário da Geração Mariel. Com o desenvolvimento da pesquisa, percebemos que o grupo travava uma batalha por suas memórias na ilha. Nas narrativas da Geração Mariel emergem os atritos causados pela proposta revolucionária cubana de transformar a sua nova geração (a juventude) no homem novo. Este era um dos principais objetivos da revolução em seus primeiros anos. Entendemos, também que a Geração Mariel foi antes de tudo uma parcela da juventude cubana, sobretudo havaneira, que não quis ou não pôde se estabelecer na nova configuração social em curso e que, por meio de uma nova ética moral, procurava moldar os futuros revolucionários da ilha. Na primeira parte deste trabalho, procuramos compreender os pressupostos revolucionários para a formação de uma nova sociedade cubana e, sobretudo, para a educação de sua juventude. Na segunda parte, analisamos como a migração Mariel foi representada: seja pela direção política do governo cubano, seja na imprensa do país. A representação feita nos Estados Unidos da América, principalmente pela maioria da comunidade cubana de Miami, também foi analisada. Por fim, observamos as representações de alguns integrantes da Geração Mariel que, a nosso ver, travaram uma batalha, por meio de suas narrativas e memórias, na luta pelo seu reconhecimento social. O combate dos integrantes do grupo com seus compatriotas pela justificativa de suas vidas é o que, em alguns momentos, demarca as diferenças de trajetória, experiências e perspectivas em relação ao futuro da ilha. A condição de outsiders em Cuba e no exílio acabou levandoos a se definir como uma nova representação da cubanidade: a Geração Mariel. ___________________________________________________________________________________________ ABSTRACT === In the present work we investigated the group of intellectuals and artists exiled from Cuba, self-called Mariel Generation, which emigrated from Cuba to the United States of America in 1980 through the port of Mariel. After analyzing documents, statements, written material in general, and literature produced by the own group, we approached the identity project of the Mariel Generation. During the research we realized that the group struggled for their memory on the island. The dissentions caused by the Cuban revolutionary proposal to transform its new generation (youth) into the new man emerged from the narratives of the Mariel Generation. This was one of the main objectives of the revolution in the first years. We also understood that the Mariel Generation was, above all, a part of the Cuban young generation, mainly from Havana, which did not want or could not establish themselves within the new ongoing social configuration and that, through the means of a new moral ethics, looked for molding the future rebels on the island. In the first part of this study, we tried to understand the revolutionary principles aiming to constitute a new Cuban society and, moreover, to educate their youngsters. In the second part, we analyzed how the Mariel migration was represented in the perspective of both the Cuban political leadership and the Cuban media. The representation carried out in the United States of America, principally by most members of the Cuban community in Miami, was analyzed as well. Finally, we observed the representation of some individuals of the Mariel Generation, who, as far as we are concerned, fought through their narratives and memories to achieve their social recognition. In some moments, the battle the members of this group had to fight against their fellow country people to justify their lives distinguishes the differences in trajectory, experience, and perspective on the future of the island. The fact of being outsiders both in Cuba and in the exile made them define themselves as a new representation of Cuban identity: the Mariel Generation.
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