Controle social e responsabilização familiar : a administração da emergência psiquiátrica em Brasília e na Cidade do México
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, 2006. === Submitted by Érika Rayanne Carvalho (carvalho.erika@ymail.com) on 2009-12-11T14:36:56Z No. of bitstreams: 1 2006_Janaina de Cássia Carvalho.pdf: 1800556 bytes,...
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Saúde mental Psiquiatria cultural Psiquiatria social Saúde - administração Família - aspectos psicológicos Antropologia médica Carvalho, Janaína de Cássia Controle social e responsabilização familiar : a administração da emergência psiquiátrica em Brasília e na Cidade do México |
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Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, 2006. === Submitted by Érika Rayanne Carvalho (carvalho.erika@ymail.com) on 2009-12-11T14:36:56Z
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Previous issue date: 2006-09-06 === O objetivo desta tese é comparar a administração das emergências psiquiátricas em Brasília e na Cidade do México. A partir da observação do atendimento às emergências psiquiátricas em instituições de saúde e segurança, em ambas as cidades, serão analisadas a forma processual da crise familiar e/ou comunitária, as perturbações físico-morais associadas à loucura, manejadas por familiares, pacientes e agentes institucionais no âmbito do atendimento, e a resposta das instituições e sua eficácia ante a demanda por atenção. A comparação da forma processual da crise familiar indica que seu surgimento se dá em função de um evento crítico, notadamente, um comportamento agressivo, sendo que a singularidade de cada evento reside na noção do que se considera estar dentro das margens do permitido e do normal, a qual está conformada por um conjunto de crenças e práticas culturais particulares. Semelhante também é o fato de que, em todos os casos que envolviam comportamentos agressivos, as famílias e grupos comunitários acionaram uma instituição em busca de auxílio com uma demanda específica, a saber: o encaminhamento e internação do paciente em uma unidade de saúde. O exame das perturbações físico-morais associadas à loucura revela que estas têm importância fundamental, na medida em que apóiam o procedimento classificatório com base no qual familiares e agentes institucionais reconhecem aquele caso como uma emergência psiquiátrica e decidem qual será o tipo de resolução e/ou atenção prestadas a ele. Essa análise apresenta um importante contraste: a associação entre embriagues e agressividade é considerada, em Brasília, por familiares e agentes institucionais, como emergência que deve receber atendimento no âmbito da saúde; já na Cidade do México, não há essa consideração nem pelos familiares e tampouco pelos agentes institucionais. As respostas das instituições às emergências psiquiátricas são diferentes, em Brasília e na Cidade do México. Em Brasília, a resposta dada aos casos está baseada na contenção física, na internação e na extinção dos sintomas, através da intervenção química. Na Cidade do México, baseia-se na devolução do "problema" para a família, indicando que ela deve agir por seus próprios meios. Comum a ambas encontra-se o fato de que tais respostas estão diretamente relacionadas às concepções de administração da loucura e do louco que já são seculares em cada uma dessas sociedades, revelando a permanência e continuidade de determinados saberes e práticas nesse âmbito. Não seria possível analisar as respostas institucionais às emergências psiquiátricas sem mencionar o atual momento de reforma dos serviços de atenção a saúde mental, pautado pelo paradigma da desinstitucionalização. De modo que, sob este ponto de vista, mas também com base nessa continuidade de determinadas formas de administração da loucura, é possível afirmar que tais respostas institucionais são restritas. _______________________________________________________________________________ RESUMEN === El objetivo de esta tesis es comparar la administración de las urgencias
siquiátricas en Brasília y en Ciudad de México. Desde la observación de las
atenciones a las urgencias psiquiátricas en instituciones de salud y seguridad, en
ambas las ciudades, serán analizadas la forma procesal de la crisis familiar y/o
comunitaria, las perturbaciones físico-morales asociadas a la locura, manejadas
por familiares, pacientes y agentes institucionales en el ámbito de las atenciones,
y la respuesta de las instituciones y su eficacia ante la demanda por atención. La
comparación de la forma procesal de la crisis familiar indica que su surgimiento
ocurre en función de un evento critico, precisamente, el comportamiento agresivo,
siendo que la singularidad de cada evento estriba en la noción de lo que
considerase estar dentro de las márgenes del permitido y del normal, la cual está
conformada por un conyunto de creencias y prácticas culturales particulares.
Semejante también es el hecho de que, en todos los casos que involucraban
comportamientos agresivos, las familias y grupos comunitarios accionaran una
institución en la búsqueda de asistencia con una demanda específica, es decir: el
encaminamiento y internamiento del paciente en una unidad de salud. El examen
de las perturbaciones físico-morales asociadas a la locura revela que estas tienen
importancia fundamental, en la medida en que apoyan el procedimiento
clasificatorio a base de lo cual familiares y agentes institucionales reconocen aquel
caso como una urgencia siquiátrica y deliberan cual será el tipo de resolución y/o
atención brindadas a él. Esa análisis presenta un importante contraste: la
asociación entre embriaguez y agresividad es considerada, en Brasilia, por los
familiares y agentes institucionales, como urgencia que debe recibir atención en el
ámbito de la salud; ya en la Ciudad de México, no hay esa consideración ni por lo
familiares y tampoco por los agentes institucionales. Las respuestas
institucionales a las emergencias siquiátricas son diferentes, en Brasilia y en
Ciudad de México. En Brasilia, la respuesta concedida a los casos está fundada
en la contención física, en el internamiento y en la extinción de lo síntomas, a
través de la intervención química. En Ciudad de México, está apoyada en la
devolución del “problema” para la familia, indicando que deben proceder por sus
propios medios. Común a ambas encuentra el hecho de que tales repuestas están
directamente relacionadas a las concepciones de administración de la locura y del
loco, las cuales son seculares en cada una de las sociedades, revelando la
permanencia y a la continuidad de determinados conocimientos y prácticas en ese
ámbito. No sería posible analizar las respuestas institucionales a las urgencias
siquiátricas sin mencionar el actual momento de reforma de los servicios de
atención a la salud mental, pautado por el paradigma de la desintitucionalización.
De manera que, bajo este punto de vista, pero también basados en esta
continuidad de determinadas formas de administración de la locura, es posible
decir que tales respuestas institucionales son restrictas.
_______________________________________________________________________________ ABSTRACT === The objective of this thesis is to compare the administration psychiatric
emergencies in Brasilia, Brazil, and Mexico City, Mexico. From the observation of
psychiatric emergencies in health and security institutions in both cities, this work
will analyze the procedural format of family and/or communitarian crisis, as well the
physical-moral perturbations associated to folly, as maneuvered by families,
patients and institutional agents in the ambit of services, and the response of
institutions and the effectiveness in relation to a demand for attention. Comparison
of the procedural format of family crisis indicates that its coming into being
happens as a function of a critical event, notably, an aggressive behavior, and the
uniqueness of each event resides in the notion of what is considered as being
inside the margins of what is permitted or normal, which is conformed by a set of
particular beliefs and cultural practices. Also similar is the fact that, in all cases that
involved aggressive behaviors, families and communitarian groups resorted to an
institution for help relating to a specific demand, that is to say: presentation and
internment of the patient in a health unit. Examination of the physical-moral
perturbation associated to folly reveals that such perturbation has a fundamental
importance, to the extent that they support the classificatory procedures on the
basis of which families and institutional agents recognize such a case as a
psychiatric emergency and decide the type of resolution and/or attention rendered
to the patient. This analysis presents an important contrast: the association
between drunkenness and aggressiveness is considered, in Brasilia, by families
and institutional agents, as emergencie that should receive attention in the ambit of
health; in Mexico City, on the other hand, there is not this kind of consideration by
family members or by the institutional agents. The responses of the institutions to
psychiatric emergencies, in Brasília and in México City, are different. In Brasilia,
the response given to cases is based on physical contention, in internment and the
extinction of symptoms by means of chemical intervention. In Mexico City, the
response is based on returning the “problem” to the family, by indicating that the
family should act by its own means. Common to both is the fact that such
responses are directly related to the concepts of administration of madness and of
the mad person already existing for centuries in both societies, indicating the
permanence and continuity of certain knowledge and practices in such ambit. It
would not be possible to analyze the institutional responses to psychiatric
emergencies without mentioning the current situation of the reform in the attention
services to mental health, attended as they are by the de- institutionalizing
paradigm. Thus, according to this point of view, and also on the basis of the
continuity of certain forms of the administration of madness, it is possible to affirm
that such institutional responses are restricted. |
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Machado, Lia Zanotta |
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Essa análise apresenta um importante contraste: a associação entre embriagues e agressividade é considerada, em Brasília, por familiares e agentes institucionais, como emergência que deve receber atendimento no âmbito da saúde; já na Cidade do México, não há essa consideração nem pelos familiares e tampouco pelos agentes institucionais. As respostas das instituições às emergências psiquiátricas são diferentes, em Brasília e na Cidade do México. Em Brasília, a resposta dada aos casos está baseada na contenção física, na internação e na extinção dos sintomas, através da intervenção química. Na Cidade do México, baseia-se na devolução do "problema" para a família, indicando que ela deve agir por seus próprios meios. Comum a ambas encontra-se o fato de que tais respostas estão diretamente relacionadas às concepções de administração da loucura e do louco que já são seculares em cada uma dessas sociedades, revelando a permanência e continuidade de determinados saberes e práticas nesse âmbito. Não seria possível analisar as respostas institucionais às emergências psiquiátricas sem mencionar o atual momento de reforma dos serviços de atenção a saúde mental, pautado pelo paradigma da desinstitucionalização. De modo que, sob este ponto de vista, mas também com base nessa continuidade de determinadas formas de administração da loucura, é possível afirmar que tais respostas institucionais são restritas. _______________________________________________________________________________ RESUMEN El objetivo de esta tesis es comparar la administración de las urgencias siquiátricas en Brasília y en Ciudad de México. Desde la observación de las atenciones a las urgencias psiquiátricas en instituciones de salud y seguridad, en ambas las ciudades, serán analizadas la forma procesal de la crisis familiar y/o comunitaria, las perturbaciones físico-morales asociadas a la locura, manejadas por familiares, pacientes y agentes institucionales en el ámbito de las atenciones, y la respuesta de las instituciones y su eficacia ante la demanda por atención. La comparación de la forma procesal de la crisis familiar indica que su surgimiento ocurre en función de un evento critico, precisamente, el comportamiento agresivo, siendo que la singularidad de cada evento estriba en la noción de lo que considerase estar dentro de las márgenes del permitido y del normal, la cual está conformada por un conyunto de creencias y prácticas culturales particulares. Semejante también es el hecho de que, en todos los casos que involucraban comportamientos agresivos, las familias y grupos comunitarios accionaran una institución en la búsqueda de asistencia con una demanda específica, es decir: el encaminamiento y internamiento del paciente en una unidad de salud. El examen de las perturbaciones físico-morales asociadas a la locura revela que estas tienen importancia fundamental, en la medida en que apoyan el procedimiento clasificatorio a base de lo cual familiares y agentes institucionales reconocen aquel caso como una urgencia siquiátrica y deliberan cual será el tipo de resolución y/o atención brindadas a él. Esa análisis presenta un importante contraste: la asociación entre embriaguez y agresividad es considerada, en Brasilia, por los familiares y agentes institucionales, como urgencia que debe recibir atención en el ámbito de la salud; ya en la Ciudad de México, no hay esa consideración ni por lo familiares y tampoco por los agentes institucionales. Las respuestas institucionales a las emergencias siquiátricas son diferentes, en Brasilia y en Ciudad de México. En Brasilia, la respuesta concedida a los casos está fundada en la contención física, en el internamiento y en la extinción de lo síntomas, a través de la intervención química. En Ciudad de México, está apoyada en la devolución del “problema” para la familia, indicando que deben proceder por sus propios medios. Común a ambas encuentra el hecho de que tales repuestas están directamente relacionadas a las concepciones de administración de la locura y del loco, las cuales son seculares en cada una de las sociedades, revelando la permanencia y a la continuidad de determinados conocimientos y prácticas en ese ámbito. No sería posible analizar las respuestas institucionales a las urgencias siquiátricas sin mencionar el actual momento de reforma de los servicios de atención a la salud mental, pautado por el paradigma de la desintitucionalización. De manera que, bajo este punto de vista, pero también basados en esta continuidad de determinadas formas de administración de la locura, es posible decir que tales respuestas institucionales son restrictas. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT The objective of this thesis is to compare the administration psychiatric emergencies in Brasilia, Brazil, and Mexico City, Mexico. From the observation of psychiatric emergencies in health and security institutions in both cities, this work will analyze the procedural format of family and/or communitarian crisis, as well the physical-moral perturbations associated to folly, as maneuvered by families, patients and institutional agents in the ambit of services, and the response of institutions and the effectiveness in relation to a demand for attention. Comparison of the procedural format of family crisis indicates that its coming into being happens as a function of a critical event, notably, an aggressive behavior, and the uniqueness of each event resides in the notion of what is considered as being inside the margins of what is permitted or normal, which is conformed by a set of particular beliefs and cultural practices. Also similar is the fact that, in all cases that involved aggressive behaviors, families and communitarian groups resorted to an institution for help relating to a specific demand, that is to say: presentation and internment of the patient in a health unit. Examination of the physical-moral perturbation associated to folly reveals that such perturbation has a fundamental importance, to the extent that they support the classificatory procedures on the basis of which families and institutional agents recognize such a case as a psychiatric emergency and decide the type of resolution and/or attention rendered to the patient. This analysis presents an important contrast: the association between drunkenness and aggressiveness is considered, in Brasilia, by families and institutional agents, as emergencie that should receive attention in the ambit of health; in Mexico City, on the other hand, there is not this kind of consideration by family members or by the institutional agents. The responses of the institutions to psychiatric emergencies, in Brasília and in México City, are different. In Brasilia, the response given to cases is based on physical contention, in internment and the extinction of symptoms by means of chemical intervention. In Mexico City, the response is based on returning the “problem” to the family, by indicating that the family should act by its own means. Common to both is the fact that such responses are directly related to the concepts of administration of madness and of the mad person already existing for centuries in both societies, indicating the permanence and continuity of certain knowledge and practices in such ambit. It would not be possible to analyze the institutional responses to psychiatric emergencies without mentioning the current situation of the reform in the attention services to mental health, attended as they are by the de- institutionalizing paradigm. 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