Summary: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2016. === Submitted by Raiane Silva (raianesilva@bce.unb.br) on 2017-07-24T16:31:33Z
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Previous issue date: 2017-09-06 === A "Guerra de Espadas" é uma manifestação cultural popular que ocorre durante as festas juninas na cidade de Senhor do Bonfim, no interior do estado da Bahia. Desde a última década, um número de ações do Estado foram implementadas afim de combater a prática da "Guerra de Espadas". As autoridades locais apontam a insegurança na fabricação e uso do dispositivo pirotécnico. Para defender o que as pessoas acreditam ser sua tradição, e parte da identidade da população bonfinense, os "guerreiros" começaram a procurar mecanismos para registrar sua história, memória e ritual como uma manifestação real e importante para a sociabilidade local. No presente estudo, pretendo discutir as maneiras que os povos nativos estão reagindo ao esforço do Estado para criminalizar a prática da "Guerra de Espadas" e os processos de "turistificação" relacionada com esta manifestação cultural. Inicialmente, apresentamos a categoria nativa que se reafirmam no discurso dos "guerreiros", que consideram o evento uma tradição, cultura e um “património bonfinense", contextualizando o momento histórico anterior do processo de patrimonialização oficial, que visa encontrar eventos, costumes, conhecimentos e práticas, que são autênticos a ponto de ser "colecionáveis" e representantes da cultura local como um patrimônio imaterial. Para documentar esses processos foi utilizada uma estratégia narrativa que descreve os dois campos semânticos que estão envolvidos: 1. O
campo semântico de atores que acreditam que a "Guerra de Espadas" deve terminar por conta dos riscos para a saúde pública, a propriedade e os direitos de ir e vir; 2. Aqueles que acreditam que a "Guerra de Espadas" precisa ser valorizada positivamente e mantida enquanto cultura popular e tradição. Desta forma processo de modernização do espaço urbano, aliado ao crescimento populacional local, e o conjunto de leis que regulamentam o manuseio de produtos controlados, como a pólvora utilizada para a fabricação das “espadas de fogo”, foram determinantes para o processo de contestação da “Guerra de Espadas”. Entretanto, fica evidente que a falta de compreensão do campo semântico valorativo posito da “Guerra de Espadas”, enquanto prática ritual da cultura popular, foram preponderantes para os processos de criminalização. === The "War of Swords" is a cultural manifestation that occurs during the June festivities in Senhor do Bonfim, in the countryside of Bahia state. Since the last decade a number of state actions have been implemented to combat the practice of "War of Swords". The local authorities point the unsafety in the manufacture and use of the pyrotechnic device. In order to defend what the people believe to be their tradition, and part of the Senhor do Bonfim population identity, the "warriors" began to search mechanisms to record their history, memory and ritual as a real manifestation important to the local sociability. Here, I intend to discuss the ways that the native people are reacting to state efforts to criminalize the practice of "War of Swords" and the processes of "touristification" related to this cultural manifestation. Initially, we introduce the native category that are reaffirmed in the "Warriors" speech, who consider the event a tradition, culture and a "bonfinense" heritage, contextualizing the previous historical moment of the official patrimonialization process, which seeks to find events, manners, knowledge and practices, that are authentic to point of being "collectibles" and representative of local culture as a immaterial patrimony. To document these processes was used a narrative strategy describing the two semantic fields that are involved: 1. The semantic field of actors who believe that the "War of Swords" should end because offer risks to public health, property and the rights to come and go; 2. Those who believe that the "War of Swords" needs to be valued positively, maintained while popular culture and tradition. Therefore, the modernization of urban space, coupled with the local population growth, and the set of laws that governing the handling of controlled products, such as, gunpowder used for the manufacture of "fire swords", were crucial to process of contestation of the "War of swords". However, is clear that no understanding of semantic field of Swords War, as ritual and popular culture practice, were preponderant for the criminalization processes.
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