Eis-me aqui : a convivência como dispositivo de cuidado no campo da saúde mental
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015. === Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2016-07-22T16:09:48Z No. of bitstreams: 1 2015_TaniaInessaMartinsR...
Main Author: | |
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Other Authors: | |
Language: | Portuguese |
Published: |
2016
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Subjects: | |
Online Access: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/21117 http://dx.doi.org/10.26512/2015.09.T.21117 |
Summary: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015. === Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2016-07-22T16:09:48Z
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2015_TaniaInessaMartinsResende.pdf: 5896418 bytes, checksum: 56b769298e549fd16f5ff666d608cb37 (MD5) === Approved for entry into archive by Marília Freitas(marilia@bce.unb.br) on 2016-07-30T13:07:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2015_TaniaInessaMartinsResende.pdf: 5896418 bytes, checksum: 56b769298e549fd16f5ff666d608cb37 (MD5) === O objetivo da pesquisa foi articular o cuidado e a inclusão social através da ideia de convivência, caracterizando-a como dispositivo de cuidado no contexto da atenção psicossocial em saúde mental. A hipótese que guia este trabalho é a potencialidade da convivência, se orientada por determinadas caraterísticas e posturas, de converter-se em um dispositivo de cuidado com um papel estratégico no campo brasileiro da saúde
mental. Buscou-se destrinchar este dispositivo de cuidado, do ponto de vista da trama teórica, em três dimensões: ética, política e clínica. As dimensões da convivência são caracterizadas, com a ajuda de diferentes autores, de diferentes campos do conhecimentos e a partir de diferentes experiências no campo da saúde mental. Através de um recorte filosófico, o cuidado é caracterizado em sua indissociável dimensão ética que se desdobra quando o tema é convivência. Esta é analisada, a partir de um recorte sociológico, como um dispositivo de cuidado em seu papel político, isto é, desinstitucionalizador e promotor de cidadania. Em seguida, a convivência é problematizada enquanto um dispositivo de cuidado no campo da atenção psicossocial em sua dimensão clínica. Este estudo foi realizado através de uma pesquisa qualitativa, em particular, uma pesquisa-intervenção, com o objetivo de
caracterizar a convivência como dispositivo de cuidado no campo da saúde mental. A convivência, enquanto uma dimensão fenomenológica, foi estudada em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). A intervenção tem a convivência, ao mesmo tempo, como objeto e estratégia, e foi na convivência pesquisadores-usuários-equipe que as decisões sobre as atividades que compõem a intervenção foram realizadas. As
informações qualitativas geradas através de diários de campo, gravações das reuniões com a equipe do CAPS e registros em ata da participação na assembleia do CAPS e das reuniões da equipe de pesquisa, foram analisadas segundo a hermenêutica de
profundidade. A análise das intervenções (a atividade de convivência e o grupo de
convivência) foi construída em diálogo com as dimensões ética, política e clínica e
com as disponibilidades implicadas no cuidado. A convivência se guiada pelas
constelações de princípios e características sustentadas pelas dimensões ética e política (afinal não é qualquer encontro humano que é terapêutico) se configura na possibilidade de construir um cuidado privilegiado em saúde mental através das disponibilidades afetivas de estar com, fazer junto e deixar ser. A convivência exige uma disponibilidade ética para estar com outro, sustentada em uma posição política de reconhecer o outro em sua diversidade e alteridade, o que é incompatível com uma
formação autoritária e prescritiva. A partir da convivência foi experienciado um
combate à formalização, permitindo uma flexibilização e circularidade de papéis entre cuidadores e usuários, culminando na construção de redes solidárias e de relações mútuas de cuidado, marcadas pela afetividade, alegria e espontaneidade, o que resultou na possibilidade de acolher o sofrimento, este marcado também pelos
confrontos, desencontros e ambivalências que constituem o humano. Foram
apresentadas algumas sugestões para (des)organizar os CAPS a partir da convivência, visando à desburocratização dos serviços e à construção de uma forma de cuidar sob medida e coletiva. === The goal of the research was to articulate care and social inclusion through the idea of coexistence, characterizing it as a device of care in the psychosocial attention context in mental health. The hypothesis that guides this work is the pontetiality of coexistence, if guided by certain characteristics and position, of converting itself into a care device with a strategic role in the brazilian field of mental health. An attempt was made to unravel this care device, from the point of view of theoretical plot in three dimensions: ethical, political and clinical. The dimensions of coexistence are characterized, with the help of different actors, by different fields of knowledge and through different experiences in the mental health field. Through a philosophical profile, care is characterized in its inseparable ethical dimension that unfolds when the
subject is coexistence. It is analyzed, through socialogical profile, as a care device in its political role: desinstitutionalizer and promoter of citizenship. Then coexistence can be problematized as a care device in the field of psychosocial care in its clinical
dimension. This study was accomplished through a qualitative research, particularly, an intervention-research, with the goal of characterize coexistence as a care device in the field of mental health. Coexistence, as a phenomenological dimension was studied in the Psychosocial Care Center (CAPS, in Portuguese). Intervention has coexistence, equally, as object and strategy, and it was in the coexistence researchers-users-team
that the decisions over the activities that compose intervention were accomplished. Qualitative information generated through field diaries, recordings of the meetings with CAPS team and minutes of the participation in the CAPS assembly and meetings of the research team, were analysed by the Depth Hermeneutical. The intervention
analysis (the activity of coexistence and the coexistence group) was built through the dialogue with ethical, political and clinical dimensions and with the availability implied in care. Coexistence, if guided through the constelation of principles and characteristics supported by ethical and political dimensions (after all, not every human encounter is therapeutical), sets in the possibility of building a priviledged care in menthal health through the emotional availability of being with, doing together and
letting be. Coexistence demands an ethical availability for being with each other,
supported in a political position of acknowledging the other in its diversity and otherness, that is inconsistent with a commanding and prescriptive formation.
Through coexistence, it was experienced a combat to formalization, allowing an easing and circularity of roles between caretakers and users, culminating in the
construction of solidarity networks and mutual relationships of care, defined by
affectiveness, joy and spontaneity, which resulted in the possibility of receiving
suffering, this also defined by confrontation, mismatches and ambivalences that constitute the human being. Some suggestions were presentet to (un)organize CAPS through coexistence, aiming the reduction of bureaucracy of the services and the construction of a way of custom-made and collective caring. |
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