Summary: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2016. === Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-05-10T15:53:28Z
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2016_LuizadeMarilacMeirelesBarbosa.pdf: 2006824 bytes, checksum: a3f6a6d5a2d99bdb33f265a77bea5cab (MD5) === Assegurar a atenção integral à saúde reprodutiva, em tempo oportuno e de forma aceitável, por meios das ações de promoção à saúde, proteção, assistência e recuperação da saúde, contribui expressivamente para o bem-estar das mulheres e a redução da morbimortalidade materna e da infantil. Dentre os muitos determinantes sociais das mortes maternas e infantis, destacam-se a educação, a renda e a participação social. A restrição de acesso a esses bens sociais compromete o bem-estar materno e eleva o risco da morbidade e mortalidade materna e da infantil, especialmente em populações vulneráveis, representando um grande problema de saúde pública. Nas regiões de condições socioeconômicas desfavorecidas, as tecnologias baseadas no modelo biomédico da saúde, centrado na prevenção de doenças e na responsabilização individual, não são suficientes para produzir impactos desejados na melhoria dos indicadores de saúde materno-infantil. Desse modo, torna-se importante o desenvolvimento de intervenções tecnológicas sociais, com a perspectiva da promoção da saúde, em nível comunitário junto às gestantes visando à melhoria da saúde materna. Assim realizou-se uma pesquisa-ação emancipatória com o objetivo geral de elaborar, aplicar e avaliar uma tecnologia social específica na área da saúde materna, com mulheres residentes no Setor Habitacional Sol Nascente, uma localidade de alta vulnerabilidade social, situado em Ceilândia, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. No primeiro momento da intervenção formaram-se três grupos de 32 gestantes, em encontros de sessões educativas de oficinas em dinâmica de grupo, abordando temas da saúde da mulher e da criança. No segundo momento da investigação, quatro meses após o primeiro, desenvolveram-se dois grupos focais, com um total de 15 mulheres no seu período pós-parto, sendo um constituído de mulheres que haviam participado da etapa anterior e o outro não. Para a construção do perfil sociodemográfico das mulheres estudadas, foram utilizados dados da ficha B GES do Sistema de Atenção Básica em Saúde e do cartão da gestante. Participaram da pesquisa mulheres nulíparas, primíparas e multíparas, com idade entre 15 e 42 anos. Foi feita avaliação comparativa dos grupos focais, visando identificar as contribuições da construção do conhecimento compartilhado, a partir de relatos de gestantes e pesquisadores acerca de questões relacionadas à saúde da mulher no período gravídico-puerperal, na indução de práticas transformadoras na promoção do bem-estar da mulher e na prevenção da mortalidade materna e da infantil. Os relatos dos grupos foram submetidos à análise de conteúdo. Destacam-se alguns resultados dos grupos de oficinas: desconhecimento de direitos da gestante por uma parte das mulheres; profissionais com perfis comunicacionais distintos, uns que incentivam à participação, e outros com deficiências de habilidades comunicacionais; abusos verbais dos profissionais de saúde. A análise dos dois grupos focais identificou o cumprimento parcial de direitos da gestante em todas as etapas da linha de cuidados maternos e infantis, sobretudo em relação ao direito de acesso a informações e orientações. Mais relatos de situação de empoderamento foram evidenciados em mulheres egressas das oficinas educativas. Recomendam-se pesquisas que avaliem o empoderamento ao longo da evolução do ciclo gravídico-puerperal e os fatores que o favorecem em relação ao desenvolvimento de tecnologias sociais de intervenção na área da saúde materna. _____________________________________________________________________________________________ ABSTRACT === Ensuring full care to reproductive health in a timely and adequate manner through the promotion of health, protection, assistance and recovery of health, contributes significantly to women's well -being and the reduction of maternal and child mortality. Among the many social determinants of maternal and child mortality, education, income and social participation stand out. Restricting access to these social goods risks the maternal well-being and increases the risk of maternal morbidity and child mortality, especially in vulnerable populations, which represents a major public health problem. In regions deprived of socio-economic conditions, the technologies based on a biomedical health model that is centered on disease prevention and individual responsibility are not enough to produce the desired impact on improving maternal and child health indicators. Thus, it becomes important to develop social technological interventions having as a goal the perspective of health promotion at the community level towards pregnant women, and aiming at improving maternal health. So we held an emancipatory action research with the overall objective to develop, implement and evaluate a specific social technology in the area of maternal health, with resident women at the Setor Habitacional Sol Nascente, a place of high social vulnerability, situated in Ceilândia, one of the administrative regions in the Federal District. At first, three groups of 32 pregnant women were formed during the educational workshop sessions for the group dynamics. They addressed women and children’s health themes. During the second stage of the investigation, four months after the first, two focus groups were developed with a total of 15 women in their postpartum period, and one of the groups was made up of women who had participated in the previous step. Record data from the B GES Primary Health Care System and the pregnant card were used for the construction of the socio-demographic profile of the women studied. The participants were nulliparous women, primiparous and multiparous, aged between 14 and 41 years. A comparative evaluation of the focus groups was made to identify the contributions of the construction of shared knowledge, using reports of pregnant women and researchers on issues related to women's health during pregnancy and puerperal period in the induction of transformative practices in promoting the well- being of women and prevention of maternal and child mortality. The reports of the groups were subjected to content analysis. Some of the workshop results were: the lack of knowledge of pregnant woman's rights by some women; professionals with different communication profiles, some who encourage participation and others who have disabilities concerning communication skills; verbal abuse from health professionals. The analysis of the two focus groups identified the partial fulfillment of the pregnant woman's rights in all of the line steps of maternal and child care, especially regarding the right of access to information and guidance. More women who participated in the educational workshops have reported situations featuring empowerment. It is necessary further research to evaluate the empowerment throughout the evolution of pregnancy and puerperal cycle and the factors that favor the development of social technologies of intervention in maternal health.
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