Summary: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2015. === Submitted by Tania Milca Carvalho Malheiros (tania@bce.unb.br) on 2015-11-23T17:31:58Z
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2015_PaulaBalduinodeMelo.pdf: 5826876 bytes, checksum: 0f46e8a0c785eb5be4c1eef398ab6b62 (MD5) === Esta tese resulta de etnografia realizada com mulheres negras/afrodescendentes na região fronteiriça entre Equador e Colômbia, às margens do Oceano Pacífico. Categorias interseccionais como raça/etnia e gênero conduziram-me pelo universo afro-pacífico, o qual conheci por intermédio da escuta atenta às matronas: mulheres que constroem redes de irmandade política e afetiva, conectando doméstico e público. A partir de suas posições de parteiras, curandeiras, rezadeiras ou cantadoras, tornaram-se lideranças políticas em organizações afro/negras, em organizações de mulheres e de mulheres negras. Partindo de suas narrativas, propus uma análise da classificação étnico-racial, buscando compreender os matizes, as tensões e articulações da concepção colombo-equatoriana em torno do antirracismo e da luta pelos direitos territoriais das comunidades negras. A territorialidade afro-pacífica, por sua vez, consiste em uma construção política baseada na vivência do território-água, articulada a uma ideia de permeabilidade entre rural e urbano. A ação feminina dá-se em um contexto de violência nas relações interpessoais de gênero e, contemporaneamente, de violências sociopolíticas decorrentes da ação bélica organizada. Bandas criminais, grupos guerrilheiros e paramilitares, bem como os exércitos nacionais intervêm cotidianamente nos territórios coletivos ancestrais, atravessando as vivências da territorialidade. As matronas são peça-chave na resistência do povo afro-pacífico às violências. ____________________________________________________________________________________ ABSTRACT === This thesis is the result of ethnography with black / afrodescendent women, in the border region between Ecuador and Colombia, along the Pacific Ocean. Intersectional categories such as race / ethnicity and gender led me by Afropacific universe, which I met through the attentive listening to the matrons: women that build networks of political and emotional sisterhood, connecting domestic and public. From their positions of midwives, healers, mourners or traditional singers have become political leaders in afrodescendent / black organizations, in women‟s organization and black women's organizations. Starting from their narratives, I proposed an analysis of ethno-racial classification, trying to understand the nuances, tensions and articulations of the Colombian-Ecuadorian conception around anti-racism and the struggle for land rights of black communities. The Afropacific territoriality, in turn, consists of a political construction, articulated with an idea of permeability between rural and urban. The women‟s action takes place in a context of violence in interpersonal relationships of gender and, simultaneously, of socio-political violence arising from organized warlike action. Criminal bands, guerrillas and paramilitary groups, as well as national armies, intervene daily in the ancestral collective territories, transforming the experiences of territoriality. The matrons are key pieces in Afropacific people‟s resistance to violence.
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