Summary: | Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2012. === Submitted by Jaqueline Ferreira de Souza (jaquefs.braz@gmail.com) on 2012-06-22T14:13:16Z
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2012_PamelaStaliano.pdf: 2934957 bytes, checksum: 1f409d312ea5c24eec37f3fe2a8175a8 (MD5) === Em conformidade com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde, diversos textos normativos estabelecem que, em seu exercício profissional, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) deve desenvolver ações de caráter educativo em prol da prevenção de doenças e da promoção da saúde. No entanto, apesar da ênfase em comum no cuidado em saúde, prevenção e promoção envolvem objetivos e estratégias específicos, os quais não parecem ser claramente discriminados pelos profissionais da área. De fato, o trabalho em saúde é uma prática social que não se limita à aplicação direta de conhecimentos científicos e/ou normas técnicas, pois se constrói por meio das relações com os membros de uma comunidade. Tais interações no âmbito da Saúde Comunitária abrangem trocas comunicacionais entre usuários-profissionais, usuários-usuários e profissionaisprofissionais que exigem muitas inovações e impõem permanentes desafios nos planos científico, social e profissional. Considerando, portanto, a relevância da temática, realizou-se uma investigação com o objetivo geral de descrever, analisar e compreender a comunicação estabelecida entre ACSs e usuários em intervenções da atenção básica no Centro-Oeste. Para tanto, organizou-se a pesquisa de campo em dois estudos. O Estudo 1 foi conduzido com cinco ACSs selecionados (sendo um de cada equipe do programa Estratégia Saúde da Família) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito Federal. A coleta de dados abrangeu múltiplos procedimentos: a) entrevistas individuais sobre saúde, doença, promoção, prevenção e comunicação; b) registro observacional cursivo e categórico dos comportamentos verbais dos ACS durante visitas domiciliares; e c) atividade grupal, denominada ‘Oficina de Promoção da Saúde’ (uma sessão). O Estudo 2 teve a participação de ACSs recrutados em duas UBSs do município de Campo Grande, MS (respectivamente 22 e 25 profissionais). Adotaram-se procedimentos de coleta semelhantes, porém a atividade grupal foi ampliada (cinco sessões) para constituir uma capacitação – com foco em promoção e comunicação – destinada a uma UBS. Já na outra UBS, foi realizado um grupo de apoio. O material obtido, em ambos os estudos, foi categorizado e analisado de acordo com as recomendações previstas para cada técnica empregada. Os resultados indicaram que, em sua maioria, os participantes têm uma visão positiva da saúde, reconhecem a interação entre fatores sociais, psicológicos e físicos e associam promoção da saúde às informações e orientações transmitidas no intuito de mudar hábitos de vida não-saudáveis. Contudo, constataram-se dificuldades na distinção entre promoção da saúde e prevenção de doenças, as quais se revelaram tanto nas concepções expressadas, quanto nas práticas observadas. Evidenciaram-se, ainda, modalidades típicas de comunicação, como os comportamentos como ‘dar ordens’ e ‘fazer ameaças’, os quais podem ser vinculados ao modelo biomédico, em que uma postura ‘mais centrada’ no profissional costuma ser adotada. Em contrapartida, também manifestaram comportamentos orientados a iniciar interações, transmitir confiança, aprofundar trocas comunicacionais para promover hábitos saudáveis e adesão a tratamento, os quais tendem a se associar aos pressupostos do modelo biopsicossocial. Em suma, são necessários mais estudos sobre o tema abordado no presente trabalho, visando, sobretudo, subsidiar programas de desenvolvimento de competências em comunicação, voltados especialmente para os ACSs e as equipes que atuam em atenção básica. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT === In accordance with the principles and guidelines of the Universal Health Care System, several normative texts state that, in their professional practice, the Community Health Agent (CHA) must develop educational actions in favor of disease prevention and health promotion. However, despite the joint emphasis in health care, prevention and promotion involve specific objectives and strategies, which do not seem to be clearly discriminated by the professionals of the field. In fact, the work in health is a social practice that is not limited to the direct application of scientific knowledge and/or technical regulations, as it is built through relationships with the members of a community. Such interactions within the Community Health Care cover communication exchanges among users-professionals, users-users and professionals-professionals that demand many innovations and impose permanent challenges in the scientific, social and professional levels. Therefore, considering the relevance of the issue, an investigation was performed with the overall goal to describe, analyze and understand the established communication between CHAs and users in interventions of elementary care in the Midwest. To this end, a fieldwork in two studies was organized. Study 1 was conducted with five CHAs selected (one from each team being from the Strategy Family Health Program) in a Basic Health Unit (BHU) of Brasília. Data collection included multiple procedures: a) individual interviews on health, disease, promotion, prevention and communication; b) cursive and categorical observational record of verbal behaviors of CHAs during home visits, and c) group activity, called 'Health Promotion Workshop' (one session). Study 2 had the participation of CHAs recruited in two BHUs from Campo Grande, MS (respectively 22 and 25 professionals). Similar collection procedures were adopted, but the group activity was expanded (five sessions) to build a work improvement - focused on promotion and communication - aimed at a BHU. In the other BHU, a support group was carried out. The obtained material, from both studies, was categorized and analyzed according to the provided recommendations for each used technique. The results indicated that, in most cases, participants have a positive view of health, they recognize the interaction of social, psychological and physical factors and they associate health promotion to information and guidance conveyed in order to change unhealthy life habits. However, difficulties were found in distinguishing between health promotion and disease prevention, which were found in the expressed conceptions, as well as in the observed practices. Also, typical modes of communication, such behaviors as 'giving orders' and 'threating' were seen, which can be linked to the biomedical model, in which a 'more focused' in the professional posture is usually adopted. On the other hand, behaviors oriented to initiate interactions, convey trust, deepen communication exchanges to promote healthy habits and adoption of treatment were also manifested, which tend to be associated with the assumptions of the biopsychosocial model. Briefly, more studies on the subject of the present work are necessary, aiming, mainly, to subsidize programs of development of competences in communication, especially for the CHAs and the teams working in elementary care.
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