Summary: | This research had as purpose to analyze the transformation of the landscape in relation with dealing with
the forest, the land use and hydric resources in the watershed of Santa Rosa s river (NW of RS), since
1915; when the beginning of colonization and occupancy by European immigrants and their descendants.
Starting with the hypothesis of the progress idea, by immigrants, was associated to the gap of agricultural
areas in regions of native forests. From this, people started to understand the first immigrants motivations
and feelings on the building of new space and the perception of their descendants, regarding to the
reflections nowadays, the replacement of native vegetation to the agriculture production. The research
held up on the search by informations of preserved materials in museums (objects, pictures and
newspapers), on interviews, on the scenery observations and in bibliographies researches. The actions of
the European immigrants and their descendants, could be considered as the landmark to the abrupt
transformation of the landscape in the study area, descharacterizing intensively the original landscape
putting in evidence an unsustainable civilization model and unbalanced the environmental and social
point of view; which, disrupted the natural environment for its implementation. Basically, the native
vegetal (forest) replacement in agricultural areas, had two moments with distinct characteristics,
especially, regarding to techniques, rhythm (speed) of natural space intervention and numbers of involved
people; the first, previous to agricultural mechanization and the other one, posterior. The adopted
procedures in both moments resulted in growth and economic dynamism and on the same time, in a
sequence of negative results to the elements of natural space, to the society and to the culture. The
reflections of this behavior are currently seen. The embrittlement and the imbalance of the natural space,
result of homogenous landscape view and abolishment of elements, as fauna and flora produce negative
effects, which ones, called environmental imbalances, in the ground, in the water and in the absence of
diversity (animal or vegetable). Socially, the modernization model implanted on the small properties,
reflected in the people exclusion of agricultural productive processes and, culturally, meant the
elimination of knowledge and techniques, which ones, were synthesized with the monocultures
production, specially the soy. The space intervention, after 1915, disrespected the dynamics and the limits
of natural elements, compromising the identity of the landscape in the study area. Interpreting the
landscape transformation for the anthropic action in the building process, construction and reconstruction
of the space have a fundamental importance to evaluate and understand the reflections currently, having
as bias the Environmental History. The systematization of this research resulted in the construction of the
Environmental History of the Santa Rosa River basin (NW of RS), though unfinished, but timely as it
provides the notion of construction and destruction of the natural space. Knowledge of this reality, it may
be possible to build paradigm changes, aimed at social and environmental care. === Esta pesquisa teve por objetivo analisar a transformação da paisagem no que se refere ao manejo com a
floresta, ao uso do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Santa Rosa (NW do RS), a
partir de 1915; quando do início da colonização e ocupação do espaço por imigrantes europeus e seus
descendentes. Partiu-se da hipótese de que a ideia de progresso, para os imigrantes, esteve associada à
abertura de áreas agrícolas nas regiões de florestas nativas. A partir disso, buscou-se compreender a
motivação e sentimentos dos primeiros imigrantes na construção de um novo espaço e a percepção de
seus descendentes, quanto aos reflexos na atualidade, da substituição da vegetação nativa para a produção
agropecuária. A pesquisa se sustentou na busca de informações em materiais preservados em museus
(objetos, fotografias e jornais), em entrevistas, na observação da paisagem e em pesquisas bibliográficas.
As ações dos imigrantes europeus e seus descendentes podem ser consideradas como o marco para a
transformação brusca da paisagem na área de estudo, descaracterizando intensamente a paisagem original
e colocando em evidência um modelo civilizatório não sustentável e não equilibrado do ponto de vista
ambiental e social; o qual, desestruturou o ambiente natural para a sua efetivação. Basicamente, a
substituição da vegetação nativa (floresta) em áreas agrícolas, teve dois momentos com características
distintas, especialmente no que se refere a técnicas, ritmo (velocidade) de intervenção no espaço natural e
números de pessoas envolvidas; um anterior à mecanização agrícola e outro posterior. Os procedimentos
adotados em ambos os momentos resultaram em crescimento e dinamismo econômico e ao mesmo tempo
numa sequência de resultados negativos aos elementos do espaço natural, à sociedade e à cultura. Os
reflexos desta conduta são percebidos na atualidade. A fragilização e desequilíbrio do espaço natural,
resultante da homogeneização da paisagem e supressão de elementos, como fauna e flora produzem
efeitos negativos, os chamados desequilíbrios ambientais, seja no solo, na água e na ausência de
diversidade (animal e vegetal). Socialmente, o modelo de modernização implantado nas pequenas
propriedades, refletiu na exclusão das pessoas dos processos produtivos agrícolas e, culturalmente,
significou a eliminação de conhecimentos e técnicas, os quais foram sintetizados com a produção de
monoculturas, em especial, a soja. A intervenção no espaço, após 1915, não respeitou a dinâmica e os
limites dos elementos naturais, comprometendo a identidade da paisagem na área de estudo. Interpretar a
transformação da paisagem pela ação antrópica nos processos de construção, (des) construção e (re)
construção do espaço é de fundamental importância para avaliar e entender os reflexos na atualidade,
tendo como viés a História Ambiental. A sistematização desta pesquisa resultou na construção da História
Ambiental da bacia hidrográfica do rio Santa Rosa (NW do RS), ainda que inconclusa, porém oportuna,
por proporcionar a noção de construção e destruição do espaço natural. Do conhecimento desta realidade,
pode ser possível construir mudanças de paradigmas, voltados ao cuidado ambiental e social.
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