O PARADOXO DE ROUSSEAU: A RELAÇÃO ENTRE LIBERDADE E DEVER SEGUIDO DE BREVE COMPARAÇÃO AO VIÉS TELEOLÓGICO DE KANT

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Beginning with an analysis and valuation of Rousseau's conception of human nature, the theme of freedom tied to social, political and moral duties are investigated. Initially, the idea of nature is shown in order to clarify in what...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Kohn, Ananda Mila
Other Authors: Krassuski, Jair Antônio
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2014
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsm.br/handle/1/9123
Description
Summary:Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Beginning with an analysis and valuation of Rousseau's conception of human nature, the theme of freedom tied to social, political and moral duties are investigated. Initially, the idea of nature is shown in order to clarify in what extent this concept plays a role in the political foundation, the concern that follows refers to the legitimacy of social systems. It is advocated that there is no choice between individual or collective spheres, but a condition of mutual coexistence, i.e., the condition for individual freedom lies in the collective comprehensiveness and vice versa. Thereby, the supremacy of the power of any individual over people is supposed to be rejected, and thus the prominence of the law is given, as the one that can compel mankind to fulfill their duties and at the same time, keeping them free, however this only applies to laws that are self-imposed. At that moment, the difference between natural freedom and civil freedom is emphasized, conferring greater importance to the latter. That s because there is, as understood, an inspiration of the freedom possible in society civil freedom in natural freedom, yet, not a derivation from one to another. It is scrutinized the specific requirements of the state of society, according to Rousseau, for the maintenance of freedom, among which it is highlighted the need of not confuse the picture of civil state with the state of nature, on pain of annulment of freedom. The third chapter, where it is presented the moral and political thinking of Kant, provides a comparison of the Kantian thought with Rousseau regarding the passage from the state of nature to the civil state, stressing the idea of progress, very present in the Kantian philosophy. Therefore, this work aims to delineate, firstly, the relation between freedom and duty in Rousseau, in order to demonstrate their mutual need, and reject the idea that the fulfillment of duties shies away the freedom. Secondly, the curious relation between Rousseauvian and Kantian thoughts is unfolded, having in Kant an intensification of some Rousseauvian facets, but also crucial divergence between their theories. === A partir de uma análise e valorização do conceito de natureza humana em Rousseau, investiga-se o tema da liberdade atrelado aos deveres sociais, políticos e morais. Inicialmente expõe-se a ideia de natureza a fim de esclarecer em que medida esta ocupa um papel no fundamento político, a preocupação que se segue diz respeito à legitimidade dos sistemas sociais. Defende-se não haver uma escolha entre a esfera individual ou coletiva, mas sim uma condição de coexistência mútua; isto é, a condição para a liberdade individual encontra-se na integralidade do âmbito coletivo e vice-versa. Desse modo, quer-se rechaçar a supremacia do poder de quaisquer indivíduos sobre o povo, pelo que se concebe força ao papel da lei, enquanto aquela que pode obrigar os homens ao cumprimento de seus deveres e ao mesmo tempo manter-lhes livres. Contudo, o requisito para tal é se tratar de leis autoimpostas. Então se ressalta a diferença entre liberdade natural e liberdade civil, conferindo importância maior à segunda. Isso porque se entende haver uma inspiração da liberdade que é possível em sociedade a liberdade civil na liberdade natural, porém não uma derivação desta para aquela. São esmiuçadas as exigências específicas do estado de sociedade, segundo Rousseau, para a manutenção da liberdade, dentre as quais, ressalta-se a necessidade de não confundir-se o panorama do estado civil com o estado de natureza, sob pena de anulação da liberdade. O terceiro capítulo, onde aparece o pensamento político e moral de Kant, traz uma comparação do pensamento do filósofo com Rousseau quanto à passagem de estado de natureza para estado civil e destaca a ideia de progresso, muito presente na filosofia kantiana. Portanto, quer-se delinear, em primeiro lugar, a relação entre liberdade e dever em Rousseau, para demonstrar sua necessidade recíproca, e rejeitar a ideia de que o cumprimento de deveres coíbe a liberdade. Em segundo lugar, abre-se a curiosa relação entre os pensamentos rousseaunianos e kantianos, tendo em Kant uma intensificação de algumas facetas rousseaunianas, mas também afastamentos decisivos entre suas teorias.